XXIII

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heyoon.

Eu definitivamente ficaria com contusões quando o telefonema acabasse. Era sábado e eu estava ao lado da Sina em seu quarto, segurando sua mão enquanto ela se preparava para ligar para seu irmão.

— Ele provavelmente está ocupado. — ela disse, olhando para o celular. — Ele provavelmente nem vai atender.

Nós estamos passando por essa mesma coisa por um tempo agora, mas eu não ia forçá-la antes que ela estivesse pronta. Hina meio que colocou uma arma na minha cabeça e eu não queria isso para ela.

— Nós não temos que fazer isso hoje, — disse. Ela balançou a cabeça.

— Não, tem que ser agora. Porque eu vou sair com a Sabina mais tarde e prometi a mim mesma que eu contaria ao Gabe primeiro. — Com um aceno de cabeça, ela digitou o número do celular dele e levantou o telefone para o ouvido.

Eu estava sentada tão perto que pude ouvir tocando.

Ele atendeu no terceiro toque.

— Oi, Gabe. — ela disse, sua voz um pouco trêmula. Eu não pude ouvir o que ele disse em resposta.

— Não, eu estou bem. Eu só... Há algo que preciso te contar. Você tem um minuto para conversar? — Ela esperou e depois respirou fundo. Nós praticamos o que ela ia dizer durante a semana toda.

— Papai está bem. Não, eu não fui expulsa da escola. Você pode calar a boca por um segundo? — Ela respirou fundo e de alguma forma apertou minha mão com mais força ainda. Eu não ficaria surpresa se ela quebrasse um dos meus dedos. Malditos músculos de torcida.

— Gabe, eu sou lésbica. — Seu corpo inteiro tremeu com as palavras e sua mão tremia na minha.

Você consegue, eu sussurrei para ela, mas ela estava muito ocupada com o Gabe.

— Não, eu tenho certeza. Sim, estou falando sério. Não, eu não contei ao papai. Você é o primeiro. — Segundo. Tecnicamente Ela abriu a boca para dizer algo mais, mas o Gabe deve ter começado a falar.

— Cala a boca, você não sabia, — ela disse, soltando a minha mão.

— Não, você não sabia... Não... Não, Gabe... Pare com isso… — Tudo bem, isso estava indo mal...?

Eu estava morrendo de vontade de saber o que ele estava dizendo. Eu queria que ela o colocasse no viva-voz.

— Eu não vou falar isso porque você não sabia antes de mim. Você só está dizendo isso porque quer estar certo. — Ela revirou os olhos, isso foi um bom sinal.

— Olha, eu não estou brigando com você sobre quem sabia que eu era lésbica primeiro. O ponto principal é que eu sou e gosto de garotas e papai ainda não sabe, então não diga nada. Eu vou dizer a ele. Provavelmente amanhã. — Uau. O irmão dela, Sabina e o pai, todos em um fim de semana.

Ela era melhor que eu.

— Ai meu Deus, Gabe. Sim, eu beijei a Jeky. Não, eu não tenho uma namorada. — Ela me deu uma piscadinha exagerada e eu tive que abafar uma risada.

— Ok, eu vou te dizer quando eu arrumar uma namorada para que você possa fazer sua coisa fraternal e interrogá-la para descobrir quais são suas intenções. Ok. Eu vou falar com você mais tarde, idiota. Ok, tchau.

Ela colocou o celular na cama e eu a puxei para um abraço.

— Eu ainda estou tremendo.— ela disse e eu podia sentir isso.

— Eu estou supondo que correu tudo bem? Pelo que pude ouvir. — Ela bufou na minha camisa.

— Sim, pode dizer que sim. Ele basicamente disse que ele sabia há anos e não dá a mínima e só quer que eu seja feliz. — Ela se sentou e puxou os joelhos para cima.

STYLE - Heyna/SiyoonOnde histórias criam vida. Descubra agora