Capítulo 2

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Mike

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Mike

- Eu estou feliz de estar aqui e mais ainda por vocês terem finalmente se acertado. Eu gosto de estar na sua casa Mark, eu me sinto em casa depois de muito tempo.

- Eu quero mesmo que você se sinta em casa Mike, inclusive você sabe que tem uma suíte preparada para você aqui.

- Então você fez mesmo? – perguntei realmente surpreso.

-Sim, você sabe que é meu irmão e sua irmã vai ficar muito mais feliz com sua presença aqui. Hoje é um dia muito especial para mim, apesar de Azze não ter aceitado que nos casássemos antes dela vir morar aqui, eu estou feliz de todas as pessoas importantes para mim estarem aqui – disse Mark levantando a voz.

Estávamos todos na grande sala espalhados em sofás, os pais de Mark, Beth e Jonas, Dan e Jim, Azze no seu canto favorito sentada na grande janela baixa no canto da sala, o irmão de Mark, James e sua esposa Lia com os filhos Enzo e Rafhael. Era apenas uma pequena reunião para celebrar o fato de Azze ter finalmente aceitado morar com Mark, apenas ela no seu canto parecia preocupada.

- Onde estão meus netos? Eles não vem?- Beth pergunta para Mark franzindo o cenho – É uma ocasião importante!

- Sim mãe, eles vem, já mandei o motorista ir buscar, Jenny está esperando eles lá na entrada da casa.


*


Eu fico realmente muito feliz que Azze tenha encontrado Mark, foram muitos anos desta vez...

A gente tenta de tudo para encontrar-los o mais cedo possível, mas desta vez quando encontramos Mark ele já está com 30 anos e eu nem encontrei Marie. . . Eles sempre ficam perto um do outro, mas parece que não desta vez.

Você pode achar estranho eu falar desta forma, mas é que nossa história. Minha, de Azze, Jim e Dan, não começou agora, na verdade já temos muito tempo caminhando pela Terra e fora da Terra...

Hoje somos os chamados vampiros, estamos num século avançado e já não precisamos matar pessoas em busca de sangue, nós bebemos dos bancos de sangue e podemos comer e beber como os humanos. Temos alguns poderes especiais, mas não como tínhamos antes disso, agora temos esse vazio na alma, mas não me leve a mal, não me arrependo, é um fardo, mas faria tudo de novo, só para poder passar alguns segundos perto dela.

Tudo começou exatamente em 1645, nós éramos anjos e tudo que tínhamos que fazer era proteger as pessoas, éramos trabalhadores e tudo era muito organizado, nós tínhamos o nosso posto de serviço e quase sempre éramos divididos em grupos de 4, portanto desde que a Terra foi criada nós fomos designados para cuidar desse grupo de pessoas e sempre nós 4 juntos, eu, Azze, Jim e Dan.

Um dia eu estava passando pela confusão que eram aquelas ruas naquela época e foi quando eu a vi.

Ela andava pela rua de cabeça baixa, mal vestida e muito triste, eu podia ouvir seus pensamentos, ela tinha que voltar correndo para casa e dizer ao marido que não tinha conseguido o dinheiro para comprar comida para casa. Eu precisavam encontrar com Azze na casa que nós protegíamos, mas pela primeira vez um impulso me sugou e eu simplesmente fui atrás dela.

Acompanhei quando ela chegou no casebre triste, onde 4 crianças famintas a esperavam e o marido estava deitado e bêbado. Tudo estava espalhado, ela tentava manter tudo limpo e arrumado. Mas quando ele bebia, que era quase sempre, fazia questão de espalhar tudo. Ele era bem mais velho que ela e provavelmente ela deve ter sido forçada a se casar com aquele porco.

Eu a olhava, sentia seu desespero e a tristeza pelas crianças, ela também era uma criança e não sabia o que fazer. Ele se levantou e bateu nela, aquilo tudo foi demais para mim. Eu intercedi, fiz ele dormir e fui embora encontrar com Azze, ela não entendeu meu atraso, mas fazia muito tempo que ela também agia diferente, por isso simplesmente não deu tanta atenção.

Durante muitos dias eu não conseguia parar de visitar a moça do casebre e sentia sua angústia e o desejo de protegê-la. Acho que parei durante um bom tempo de prestar a atenção nas coisas e em Azze. Jim e Dan às vezes me seguiam no casebre e ficavam apenas me olhando e disseram que não conseguiam entender o comportamento de Azze também.

E foi assim, de repente, enquanto eu fazia os meus afazeres de sempre e tinha acrescentado à moça do casebre nos meus afazeres diários que parei de sentir a presença de Azze, ela simplesmente tinha sumido. Aquilo me enlouqueceu, eu, Jim e Dan ficamos como loucos procurando por ela, e foi quando finalmente a encontramos. Ela tinha caído e não conseguia nos ver, foi muito angustiante porque ela nem se despediu e eu simplesmente não conseguia compreender Foi quando eu a vi com ele.

Eu fiquei tão centrado na moça do casebre que simplesmente não consegui ver o que aconteceu com Azze era o que estava acontecendo comigo. Ela se apaixonou pelo homem do estábulo, casado, com vários filhos, mas ela simplesmente não conseguiu ficar afastada, então teve coragem antes de mim e caiu.

E eu entendia, porque era frustrante não conseguir tocar na moça do casebre, eu ficava perto, ela não me via, eu a tocava ela não sentia e eu a cada dia sentia mais dor. Eu sentia uma dor insuportável e Jim e Dan tentaram me fazer desistir, me mostraram como Azze estava perdida nesse mundo tão diferente do que estávamos acostumados, mas apesar de tudo errado ela o tocava e eu via, ela gemia e suspirava quando ele a tocava e eu queria sentir o mesmo.

E com tudo contra, eu pulei.

Me joguei e caí, fui atrás da minha irmã e da moça do casebre, eu precisava sentir seu cheiro, seu toque, ela precisa saber que eu existia.

E sem saber o que fazer sem nós, nossos melhores amigos vieram logo após atrás da gente. Foi assim que nós quatro, de anjos, passamos a ser vampiros amaldiçoados com a eternidade, mas andando pela Terra.

Esse foi apenas o começo de tudo, porque vários anos depois a "moça do casebre" e o "homem dos estábulos" morreram e reencarnaram. Quando nós descobrimos isso, nós passamos nossa existência entre estar com eles e procurar por eles.

A mortalidade deles é um grande problema, poderíamos resolver tudo os transformando em vampiros, mas não queremos. Não queremos condená-los a danação eterna, não sabemos ainda o que vai acontecer conosco, só sabemos que estamos aqui há 367 anos e que a cada encarnação deles, que agora é Mark e minha querida Marie, a moça do casebre, nós estamos com eles. É quase sempre uma longa espera, com incertezas e tristezas, mas o amor que nós sentimos é tão forte que compensa o tempo terrível que é ficar longe deles.

ANJOS CAÍDOSOnde histórias criam vida. Descubra agora