Hubert de Ginvenchy|Capítulo 8

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Uma semana se passou. Foi o tempo que precisei para que tudo entrasse nos eixos.

—Pronta para irmos almoçar?—Andreas sai da sala.

Nossa amizade vem dando tão certo que vamos almoçar juntos todos os dias.

—Estou roxa de fome.—sorrio.

Nesses sete dias muita coisa mudou. Aproveitei para desencantar dele. Porque o nosso momento em Paris abalou minhas fantasias, mesmo contra minha vontade. Mas ao chegar aqui me situei. E logo tratei de esquecer. Afinal:

Minha vida não é um filme. Esse será o meu novo mantra

—Então vamos. Hoje achei uma hamburgueria diferente—ele pisca.

Ficamos tão amigos que compartilhamos experiências juntos. De uma forma engraçada e natural. Por exemplo, viramos caçadores de hamburguerias e pizzarias. Comemos de tudo e depois fazemos críticas entre nós e vemos qual vale a pena visitar novamente.

Andreas destrava o carro e eu entro. Por ele iriamos de metrô. Dá para acreditar que antes ele vinha de metrô todos os dias?

Hoje, segundo ele, o pai o obrigou a comprar um carro. Falar no pai dele, ele anda feliz com os rendimentos da empresa. E sobre Andreas, ele abandonou os ternos mesmo sobre os protestos do pai, acordando  em usar somente em dias de reuniões.

—Eu acho que você vai gostar. Dizem que eles têm um molho artesanal diferente—ele comenta estacionando no local.

—Espero. Porque o ultimo que você escolheu...

Sim o último estabelecimento da escolha dele, foi frustrante. O pão veio meio queimado e a carne crua.

—Desculpa. Mas o seu também, não foi o melhor—ele rir, estendendo o braço para mim.

Entramos no lugar e caminhamos para uma mesa, mas vejo algo que me faz travar. Selena e Bryce são vizinhos de nossa mesa. Ela me olha curiosa, Bryce a acompanha.

Seria perfeito se Andreas fosse meu marido só para eu ter o prazer de dizer, durma com essa, seus filhos da puta, mas esse não é o caso.

Minha vida não é um filme.

Essa frase substitui a expressão namastê, certo?

—Tudo bem, Meg?—olho para ele sem conseguir formular nada—você está pálida.—ele levanta para colocar a mão em minha testa.

Bryce assiste a cena com as sobrancelhas unidas.

—Está sim. Vai fazer os pedidos ou vai me matar de fome?—inclino a minha sobrancelha direita em puro afronto.

—Vou providenciar já. Antes que você me coma vivo.—ele gargalha e vai até o balcão.

Ele sai e já sinto sua falta. Ele era um amuleto contra esses dois.

—Tudo bem, Megan? Você sumiu da repartição sem dar noticias...—sabia que ela ia me alfinetar...

—Está sim Selena. Já com você...—desdenho sorrindo amarga.

—Conosco está tudo bem. Conte para ela benzinho. A novidade...—ela é maldosa. O benzinho, cafona, saiu jacoso.

Meu sangue ferve. Fecho o punho sorrindo. Eu não queria, mas ao ver Bryce meu coração acelerou. Coração idiota. Esquece esse imbecil.

—Ah, sim. Seremos pais.—mas é um pau mandado mesmo... ele diz, mesmo sem graça, diz, só porque essa mal amada mandou.

Do que adianta baixar a cabeça se me disse a "boa nova"?

Um Romance Endividado {CONCLUÍDO}Onde histórias criam vida. Descubra agora