Dormi abraçada a minhas compras, eu chorei sem nem saber o porquê. A manhã chegou com toda a melancolia para quem precisava ir trabalhar, mas algo mudou. Uma simples notificação havia chegado: Elizabeth Stewart precisava de assistentes. Simplesmente era a minha oportunidade. Ao abrir o email eu vi que fui pré-selecionada.
Isso que era milagre. Corri para a entrevista. No caminho disse para o Andreas que estava com muita dor de cabeça.
Os testes foram a criação de um traje para a premiação da Jheniffer Lopes e a produção dos trajes. Fiz o meu melhor. Peguei a melhor seda em tom verde esmeralda, fiz uma calda sereia, com mangas armadas, um decote singelo. Não queria abusar da sexualidade explicita. Queria envolver o mistério.
Ao final, eu já queria arrancar os meus cabelos em nervosos. Elizabeth Stewart passou analisando peça por peça, detalhe por detalhe, oferecendo o melhor sorriso.
Eu preciso entrar. Minha vida depende disso. Trabalhar com a mulher que veste a Julia Roberts não é para qualquer iniciante.
Mas a medida que sai do meu mundo, passei a observar as obras das meninas que concorriam junto comigo, o tecido que escolhi já não era a melhor escolha. O tule rosa com brilho, na peça com a fenda mais atrevida é absurdamente melhor. O cetim trabalhado em babados num vermelho vibrante é mais atraente.
Porque eu não pensei em um nó para marcar a cintura?
Todas aqui cheias de ideias brilhantes...
Não consigo conter o nervoso de ver trabalhos tão em feitos, e de certo modo zilhões de vezes melhor do que eu tenho a oferecer.
—Bom, agradeço a todas por terem se candidatado. Já tenho a minha decisão, mas antes queria dizer que foi muito difícil escolher, vi excelentes trabalhos aqui. Então sem sofrimento, minha escolha é Kenny Lorens—Elizabeth Stewart falava com calma.
Meu mundo caiu. Eu sabia que o tule rosa com brilho iria ganhar. Por que eu não pensei em fazer aquilo? Eu já fiz um projeto semelhante...
O que me restou foi aplaudir a mulher e reconhecer que ela fez um trabalho incrível. Agradeci a oportunidade e sai com a garganta estranha pelos corredores. Simplesmente não conseguia formular nada. Como se eu tivesse engasgado.
Talvez fosse o meu sonho escorrer pelas minhas mãos. Nunca fui pré-selecionada, na primeira vez, tudo some.
—Ei! Você.—alguém me gritava forçando eu virar para ver.
—Esqueci algo? Desculpa—pedi enxugando algumas lágrimas ao ver Elizabeth Stewart ali na minha frente.
—Como você se chama?
—Megan Jackson, prazer—estendi a mão.
—Você acredita que esse é o seu nome?
—Sim.
—Então por que não acreditou no que você fez?—ela sorriu.—escuta, se você não acredita no que você faz, ninguém fará isso por você. Eu te escolheria. O seu vestido foi o meu favorito, mas nada adianta se eu olho para você, te vejo desacreditada de si e vejo que sabia que poderia ter sido melhor?
—Desculpa Elizabeth, olha se você...
—Não me peça desculpas e nem mais uma chance. Peça desculpas a você.
Sem mais ela saiu e eu fiquei ali olhando para o nada. Nossa! Obrigada Elizabeth Stewart você super melhorou o meu emocional ao dizer que eu iria ser a escolhida, mas minha insegurança ferrou com tudo.
Chegar na hora do jantar em casa, é um marco importante. Quem liga se o meu nariz quer cair do meu rosto? Ou que eu chorei mares e rios?
É possível se afogar com as próprias lágrimas?
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Um Romance Endividado {CONCLUÍDO}
RomanceNew adult, humor, comédia romântica. Megan Jackson é a típica jovem aspirante. Destemida e daquelas que entram de cabeça com sua intensidade quando acredita em algo. Movida pelo seu grande sonho de trabalhar com moda, após se formar em Stanford em A...