Capítulo 22

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—Você tem certeza disso?—Briana indaga.

O fracasso do casamento de Andreas é a coisa mais comentada no mundo das celebridades. Eu não consigo imaginar a dor dele, a raiva...

Quero muito dar colo para ele, segurar a mão dele. Por outro lado, algo em mim quer gritar "bem feito! Eu avisei" e é com esse pensamento que tomei uma decisão.

—Sim Briana. Com toda a certeza do mundo.—digo pegando outra caixa.—Pode colocar no isso no carro para mim?

O brechó havia me rendido o montante quase todo da dívida que possuo com Andreas e o que aconteceu só fez me ajudar a acelerar algumas coisas como minha saída de Nova York. Adeus Hell's Kitten. Adeus Andreas e tudo que me lembre ele. É pelo meu próprio bem. Não posso colocar o amor que sinto por ele sobre o meu próprio. Não posso ser tão arbitraria comigo. Eu preciso entender que a maior prova de amor, é o amor próprio. E amor próprio é quando você deixa de lado quem ama, porque sabe que este te faz mal.

—Promete que vai me manter informada?—Briana chora, quando descemos.

Respiro fundo, olho para a escada de incêndios que foi testemunhas de várias fugas da Megan endividada e atrapalhada que deixo para trás.

Beijo Briana, Levi e entro no carro que chamei.

Meu primeiro destino é a Sachs, acertar minhas contas.

—Depois me passa a receita para melar com o casamento alheio, Megan—Kara destila veneno assim que ver.

—Pode deixar, querida. Deixo a receita para a vergonha na cara que você precisa. Fecha a boca porque não sou dentista.

Entro no elevador com a respiração falhando. Será que ele veio trabalhar? Domingo foi o suficiente?

Chegar na ala da presidência me fez lembrar da primeira vez que vim aqui achando que Andreas queria se casar comigo por contrato ou tinha interesse nos meus órgãos. Bati na porta da sala e entrei.

—Olha só quem veio, a golpistazinha.—O pai de Andreas estava sentado na cadeira—tudo o que aconteceu é culpa sua.

—O senhor, dobre a porra da língua para falar assim comigo. Não me compare àquela lá. Sou Megan Jackson e não vou deixar você me humilhar. Ouviu bem, seu velho escroto?—após medir olhar com ele, jogo sobre a mesa todo o dinheiro que vai liquidar a dívida.

—Está demitida.—ele diz arrogante.

—Errado! Eu já me demiti. Encaminhei ontem a carta de demissão. Agora, confira o dinheiro e me dê o comprovante da liquidação da dívida. —cruzo os braços.

—Não acredito que meu filho se apaixonou por você.

—E eu não acredito que você pôde ser tão baixo, vovô de açúcar. Quem diria em? Gosta de angels.—ele fica furioso com a minha alfinetada, tão furioso que me entrega o documento de liquidação de dívida sem conferir o dinheiro.

—Suma da minha frente.

—Com todo prazer, vovô Sachs.

Fiz questão de levantar meu dedo do meio e sair daquele prédio.

Rumo a minha nova vida. Paris.

Calma! Não é essa Paris. É Paris de Ohaio. Um lugar tranquilo onde ninguém poderá me achar. Não contei a ninguém, a não ser Tereza que foi quem conseguiu a minha casa nova.

Foi uma maratona reescrever minha nova vida em um dia. No sábado do casamento, eu decidi que precisava ir embora para o meu próprio bem. Eu já tinha pensado nisso, já havia conversado com Tereza, mas não tive coragem de partir. Eu tinha convicção de que se ficasse em Nova York, iria atrás de Andreas. E isso não é saudável. Eu iria me perder de mim. Aquele dia do restaurante, nos segundos finais para o grande desfile, foi a gota d'agua. Então consegui uma boa casa no pacato vilarejo e decidi que ali, eu me reinventaria.

Um Romance Endividado {CONCLUÍDO}Onde histórias criam vida. Descubra agora