Capítulo 26- Coleção Final

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"Quando a gente desenvolve amor-próprio, a gente não tenta convencer ninguém a nos amar, respeitar ou querer ficar. A gente simplesmente não insiste em quem não é recíproco"- @benditacuca

Se tem uma coisa que aprendi é não aceitar migalhas de ninguém. Com o tempo que passou, um mês e meio, conclui a coleção e vir para Nova York. Hoje é quarta e o desfile acontece no sábado.

—E você não tem noção de quem seja esse investidor? —Briana pergunta no meio da Central Park

–Eu já disse que senti falta dessa cidade? –sorrio observando algumas pessoas se exercitando– Não faço a menor ideia de quem seja. Achei estranho essa exigência. —dou de ombros, me concentrando no meu milk-shake

—Deve ser algum velho barrigudo que vai te pedir em casamento–Briana brinca—E quando a Patrick? —ela reduz um tom, sem saber como pisar.

—Ao ex- amor, obrigada por partir. Patrick fez as escolhas dele, eu continuo a caminhar. Se não me faz bem, não me alimenta.

—Quero ter o seu grau de evolução. E Andreas? Continua a mandar presentes?

—Todos os dias. Na cabeça dele vai me conquistar.

—E ele está conseguindo?

—Ele já não é um corpo espinho.

Eu e Briana continuamos a andar, Briana é totalmente team Andreas. Na cabeça dela, o arrependimento foi válido e tenho que cessar o orgulho, me permitindo viver o amor.

Reviro meus olhos mentalmente sempre que a hipótese é levantada.

—Veja que coincidência, se não é a mulher mais linda de Nova York.—Andreas sorri vindo em nossa direção.

—Isso tem dedo seu—rosno para Briana;

—Chega de enrolação.–ela sorri para Andreas enquanto sussurra para mim.

––Não me parece tanta coincidência assim.

— Bom, eu acho que vocês têm muito a conversar. Está na hora do acerto de contas.—Briana fala para nós dois–Me liga quando for para o hotel—direciona para mim

—Enfim a sós de novo, podemos ir a um restaurante.

—Ou podemos nos sentar em um banco.

Andreas concordou e nós andamos alguns metros. Eu não sabia o que fazer, não sei o que falar... É como se eu estivesse em um transe.

–Há um tempo atrás, uma mulher entrava na minha sala me acusando das coisas mais absurdas. Vender seus órgãos, casamento por contrato, escrava sexual...—Andreas começa a falar depois de um tempo que sentamos olhando para o nada, somente contemplando o silencio constrangedor—ela tinha uma dívida. Apesar de ter feito a melhor faculdade de administração, administrava mal a sua vida financeira. Arrastei ela só de pijama para a terra da Rainha, nos tornamos amigos e amantes. Até que eu pisei na bola. Ela mostrou a força e a determinação. E cresceu. Às vezes, me pergunto onde foi parar aquela paixão ardente. Descobri quando eu perdi essa mulher, que sempre a amei. Eu te amo Megan. Eu não brinco com isso

—Não sou mais aquela mulher que invadiu a sua sala, passo longe da mulher oportunista que seu pai pintou, nem nos meus pesadelos sou um brinquedo pintado por Celeste. A paixão ardente, você apagou. —pauso e vejo o olhos de Andreas me buscar—Quando você me pediu perdão, eu disse que naquele momento eu não poderia te dar pois sua presença ainda era como um corpo espinho

—Isso doeu muito. –ele comenta.

—Acontece que eu te perdoo. Mas quero que você pare com os presentes. Não funciono assim.

Um Romance Endividado {CONCLUÍDO}Onde histórias criam vida. Descubra agora