Chapter 15 - Cole

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Por incrível que pareça, estar perto de Lili me trazia algo a mais do que só a vontade de transar, lógico que essa estava em evidência, mas estar com ela dava em mim uma sensação de conforto. Como se nos conhecêssemos há anos e fossemos velhos amigos de infância. Saber mais sobre o passado dela mudou um pouco a minha visão do que é a Lili, não mais só aquela garota que aflorava minhas fantasias sexuais, mas também uma garota que tem uma história, até um pouco mais parecida com a minha do que esperava.

Seu rosto a luz da lua era como uma obra de arte, por mais que isso seja extremamente brega e ridículo de se dizer, quem estaria lendo minha mente para me condenar?

Não consegui desviar o olhar dela, da sua feição de tranquilidade olhando o lago. Logo ela me encarou e eu me dei conta de que estava sorrindo.

— Perdeu algo por aqui, Sprouse? — Lili perguntou ironicamente, nunca perde a chance de ser irônica tanto quanto eu nunca perco a chance de dar um flerte, era uma boa combinação até.

— Só estava observando o quanto você está gostosa hoje, Reinhart. – Ela corou imediatamente com minhas palavras e seu corpo reagiu bem melhor do que eu esperava, quando notei que estava arrepiada. Talvez eu esperasse que ela mandasse eu ir me foder ou até me desse um tapa na cara, visto que ela sempre tem uma reações bem exageradas quando quero invadir esse espaço privado da sua sexualidade. Mas não foi o que aconteceu, me pegando de surpresa.

Encarei sua boca e ela fez o mesmo, passei a língua pelos meus lábios, eu precisava de mais do seu beijo, desde a noite na boate não parava de pensar no quanto eu queria aquilo, então eu teria.

Entrelacei minha mão pelos seus cabelos, bem na nuca, apertando-os levemente, ela fechou os olhos com meu toque e eu tomei seus lábios para mim, minha língua invadiu sua boca e as nossas línguas se mexiam em perfeita sincronia. Aquilo estava bom pra caralho, meu coração pulava no peito, o que era novidade pra mim. É apenas um beijo, cara, relaxa.

Minha outra mão foi ao encontro de sua cintura, puxando-a mais para mim, eu precisava de mais de Lili, precisava do seu corpo mais próximo ao meu. Desci a mão até sua coxa apertando de leve e ela arfou entre o beijo, era a resposta que eu queria. Puxei sua cabeça o mais delicado que eu conseguia para o lado e beijei seu pescoço, prestando atenção em suas respostas ao meu toque, percebi que Lili gostava bastante quando eu beijava e mordiscava num local específico próximo a orelha, e foi ali que me concentrei durante um tempinho. Ela já gemia baixinho, enquanto minhas mãos subiam sua blusa. Tirei a blusa sem pestanejar, Lili não se opôs, pelo ao contrário, numa tentativa de ter mais proximidade, a coloquei sentada em meu colo, nossos beijos se tornaram mais urgente e o desejo tomava conta de mim, sentia que minha cueca explodiria a qualquer momento ela se esfregando em cima do meu colo.

Como num piscar de olhos, Lili pareceu se dar conta do que estava fazendo, e no susto, saiu do meu colo rapidamente, praticamente me jogando um balde de água fria.

— O que foi? — Perguntei sem entender nada daquela mudança repentina.

— Quero ir embora, Cole. — Ela disse sem me olhar.

— Por quê? Está tão bom aqui. — Me aproximei dela e voltei a beijar seu pescoço, ela tombou a cabeça pra trás fechando os olhos e mordendo os lábios, claramente se derretendo ao meu toque, mas logo me afastou novamente dela.

— Não. Por favor, vamos embora, amanhã ainda é dia de semana e eu preciso dormir o mais cedo possível. — Seu pedido era tão urgente que parecia que alguém estava prestes a morrer no alojamento e precisávamos voltar para salvá-lo. Cruzei os braços a encarando, Lili me olhou de canto de olho e logo desviou o olhar para o lago. — Não deveríamos estar aqui, não deveríamos estar fazendo isso, eu não deveria estar beijando você, não torna as coisas mais complicadas, por favor. — Ela suplica.

— Não deveria, mas fez e foi bom, até você estragar tudo. — Me levantei puto da vida, pegando as chaves da moto na mão. Ela se levantou também e veio em minha direção.

— Não, Cole, eu não estraguei tudo. Estou evitando nós estragarmos tudo lá na frente, que é o que sei que vai acontecer se continuarmos com isso. Então, é melhor parar por aqui, você não é o cara pra mim e eu muito menos sou para você. — Ela gesticulava tão rápido explicando seu ponto de vista que sentia que a qualquer momento eu poderia levar um tapa na cara, segurei suas mãos e a encarei firme.

— Não vamos namorar, Reinhart, são só beijos. — Lili pareceu ofendida com o comentário.

— E eu não dou só beijos por aí, Sprouse. — Disse entre dentes, se virou e foi seguindo até a moto, aparentemente chateada. Talvez eu tenha me arrependido de dizer o que disse, mas não podia mentir para ficar mais uma garota chata apaixonada aos meus pés só por causa de um beijo, pelo amor de Deus. Então é melhor ser sincero e como ela falou, evitar decepções futuras.

Segui Lili até a moto, e nós dois montamos nela em silêncio, o caminho todo também foi em silêncio, cada um imerso em seus próprios pensamentos. Bom, os meus eram compostos por: "O que será que ela está pensando?", enquanto eu a olhava pelo retrovisor.

Nossos capacetes agora estavam abertos, o que não é muito recomendado, e o vento chicoteava nossos rostos, mas não é ruim, é agradável e até libertador essa sensação do vento com a velocidade da moto. Essa sempre foi minha maior terapia desde que comecei a dirigir.

Seu olhar estava distante e dava pra perceber que também estava chateada, seus braços não me envolviam mais com tanta fé e assim que paramos em frente ao seu apartamento, ela desceu da moto, me devolveu o capacete e a jaqueta silenciosamente e virou as costas. Algum instinto me fez puxá-la pelo braço e nós nos perdemos em olhares pela incontável vez naquela noite.

— Não vai me agradecer?

— Obrigada. — Ela disse simplesmente, a voz baixa, virou as costas novamente e agora eu a deixei ir. Fiquei esperando até que desaparecesse da minha vista. Dei um suspiro, aquela garota me enlouqueceria qualquer dia desses.

Assim que cheguei a fraternidade, já escutei a barulheira dos meus amigos indicando que eles já haviam chegado em casa. Passava das duas da manhã e eu nem havia percebido que tinha ficado tanto tempo no lago com a Lili. Bastou colocar o pé pra dentro da enorme casa que as piadinhas começaram.

— O garanhão chega com uma morena e sai de moto com uma loira, gostei de ver. — Nicholas, um dos jogadores de futebol disse, eles estavam sentados no sofá ainda tomando umas cervejas.

— Respeita o Sprouse. — Outro se pronunciou e logo todos já estavam fazendo algum comentário sobre minha saída com a Lili. Dei o dedo para todos eles.

— Dá um tempo, bando de virjão. — Eu disse subindo as escadas até meu quarto e a gritaria continuou lá embaixo.

Abri a porta do meu quarto, na esperança de me jogar na cama e dormir, e meus amigos estavam lá, já se preparando para dormirem também.

— A gente já vai embora amanhã, cabeça de ovo, e tu usa a última noite com a gente pra sair com uma mina qualquer? — Summer diz em tom de brincadeira, mas aquela frase me deixou mais incomodado do que realmente deveria.

— Não é uma garota qualquer, é a Lili Reinhart. — Defendi imediatamente e Summer arqueou as sobrancelhas, Jordan deu um sorrisinho sugestivo e Drew o acompanhou, dando uma cotovelada nada discreta nele.

Hmmm e quem seria Lili Reinhart? — Summer provocou e eu dei as costas, seguindo em direção ao banheiro.

— Ninguém importante. — Murmurei antes de fechar a porta.

— Então é uma garota qualquer! — Ela gritou por detrás da porta.

— Cala a boca, Summer. — Rebati e as risadas altas tomaram conta do meu quarto.

— Da próxima vez que eu vier aqui quero conhecer sua namorada nova. — Agora foi a vez de Drew de provocar e eu revirei os olhos, mesmo que eles não pudessem ver.

— Vão à merda! — Esbravejei e os risos e murmúrios aumentaram.

Opposite Sides - SprousehartOnde histórias criam vida. Descubra agora