Eu já deixei por tempo demais ela falar o que quer de mim e nunca me defendi, mas não tenho sangue de barata, e metade do meu sangue pode até ser de modelo, mas a outra metade é da gangue. Faço menção a ir pra cima dela mas Cole me segura antes que uma briga começasse.
— Você quer vir pra cima de mim? Vem pra eu te arrebentar. – Melissa diz debochada e a essa altura minha paciência já havia se esvaido por completo, tento ir pra cima dela mas Cole me segura pela cintura quase me tirando do chão.
— Chega! Cala a porra da boca, Melissa, você já não acha que fez demais não? Eu sou completamente apaixonado por Lili, posso ter errado acreditando em você e machucado ela, mas não abra a boca pra falar dela, caralho! Já foi, você já destruiu o que tínhamos, agora nos deixa em paz! – Cole berra pondo um ponto final na confusão e me puxa para dentro do banheiro, trancando a porta. Estou um pouco atordoada do que aconteceu, mas meu coração se aperta ao ouvi-lo dizer que ela já destruiu o que tínhamos.
— Por que você não me deixou bater nela?! – Grito me virando para Cole que me olha perplexo.
— Você ia mesmo bater nela? – eu nunca havia brigado na vida, mas com certeza se Cole não me segurasse, hoje seria a primeira vez.
— Sim, ela me tirou do sério. – passo a mão pelo cabelo tentando me acalmar e ele dá uma risada nazalada.
— Nunca imaginei que veria você brigando com alguém que não fosse eu algum dia, mas é sexy pra caralho. – arqueio uma sobrancelha para ele e não consigo conter o riso, também nunca pensei que faria isso.
— Obrigada por não me deixar ir pra cima dela. – sorrio em agradecimento e ficamos nos encarando por alguns segundos, ainda havia muita tensão sexual no ar, mesmo nenhum de nós admitindo isso.
Preciso sair daqui, antes que a gente acabe se beijando de novo, se Melissa não chegasse e interrompesse tudo, provavelmente agora estaríamos em seu quarto. Meu coração acelera toda vez que estou perto dele e acabo sempre nos seus braços, mas a minha razão, diz para eu ser forte e resistir a ele. Vou até a porta para sair do banheiro mas antes que eu chegue, Cole segura meu braço gentilmente com um olhar indecifrável.
— Eu cansei de brigar, Cole. - falo quase num sussurro. – Eu só queria curtir a festa, e me divertir um pouco com os meus amigos.
— Eu sei que você não quer mais nada comigo e que eu fiz muita merda, mas podemos pelo menos ser... Amigos? – fico surpresa por ouvir isso dele. — Eu não quero mais brigar com você, Lili.
— Então, isso é um acordo de trégua? – brinco e ele solta uma risada nazalada — Claro, então... Amigos. – sorrio e ele me solta para eu sair do banheiro. Aquela palavra saindo da minha boca para me referir a Cole era a coisa mais estranha que já havia acontecido, estamos sempre com os hormônios a flor da pele quando estamos juntos, é sempre intenso demais, não conseguimos ficar longe o do outro. Sim, eu quero pelo menos ser sua amiga, mas parece uma ideia distante demais da realidade, melhor do que ficar brigando e chorando pelos cantos.
Ando pelo corredor e desço as escadas voltando para a festa onde logo encontro Camila, Kj e, em seguida, Dixie que já estava de casal com a Samantha, uma das meninas do time das líderes de torcida da NYU.
— Eu estava te procurando em todo lugar, onde você estava? – Camila pergunta enquanto dança ao meu lado.
— Muita coisa, depois eu te conto tudo. – falo alto por conta da música e ela assente com a cabeça.
Continuamos dançando, e cantando por um tempo, mesmo que de vez em quando meus olhos vacilavam e iam em busca de Cole que estava sentado numa roda de amigos, poucas vezes nossos olhares se encontravam, e ele sorria para mim bebericando da cerveja que estava em sua mão. Estava mais quieto do que o habitual, apenas sentado, observando, esse nem de longe é o Cole Sprouse que eu conheço das festas, mas pelo menos eu não precisava vê-lo agarrado com ninguém. Suspiro pensando em quando ele encontrar alguém que não seja eu, terei que aceitar, porque agora somos amigos, terei que vê-lo com a garota pelos corredores, apaixonados e ele vai perceber que nós não fomos nada comparado ao que sente por esse outro alguém. Sinto minha garganta travar só de pensar na possibilidade, então afasto esses pensamentos, voltando a me concentrar em Dixie que falava alguma coisa para mim.
Depois de um tempo, eu e Dixie vamos a mesa de bebidas tomar algo.
— Eu tô viciada nessa batida de morango, como eu passei minha vida toda sem isso?! – ela fala animada por conta do álcool.
— É a minha bebida favorita...
— Prazer, Edward Westwick, mas pra você, princesa, é Ed. – um cara forte, com os cabelos pretos curtos e alto com um ar de superior chega por trás me interrompendo.
— Prazer, Lili Reinhart. – estendo a mão e ele aperta, acho que já vi seu rosto de algum lugar. Não sei por que diabos eu estou dando bola pra esse cara, talvez por conta do álcool.
— Te observei a festa toda, é realmente uma pena alguém tão linda como você não ter ficado com ninguém ainda. – ele se aproxima do meu rosto e eu desvio sem graça.
— Não tô interessada, obrigada.
— Tem certeza? Você não vai se arrepender. – ele se aproxima ainda mais.
— Ei, cara, deixa a garota em paz. – do nada Jacob surge.
— E quem é você? O namorado dela? Mas seu namorado não era o Sprouse? – o garoto se vira para Jacob que permanece estático e calmo como sempre.
— Sou apenas amigo dela, e também não sou surdo e ouvi muito bem ela dizendo que não está interessada. – eles se encaram por alguns segundos e eu entro no meio deles antes que um dos dois comecem uma briga.
— Não vale a pena brigar com esse babaca, mas se mudar de ideia. – ele volta a olhar pra mim. — Tá aqui meu número. – Ed abre minha mão sem desviar seu olhar do meu e sai andando voltando para seu grupo de amigos que estão todos rindo.
— Você, sempre chegando nos momentos certos. – digo dando-lhe um abraço apertado e ele retribui rindo.
— Na verdade, eu tô só de passagem, meu pai veio me ver pela primeira vez no ano antes que as férias acabem. – vejo uma feição de alegria momentânea em seu rosto e sorrio.
— Que ótimo, divirta-se! – dou um abraço rápido nele que sai pela porta logo em seguida.
Me viro novamente para a mesa de bebidas e pego outra batida de morango, já que a minha já havia acabado. Depois de um tempo dançando, vejo tudo rodar e se multiplicar, saio da pista cambaleando, preciso ir ao banheiro lavar o rosto, subo as escadas me segurando na parede e sinto muito sono de repente, ando pelo corredor sem saber exatamente onde estou indo, abro uma das portas e dou de cara com duas pessoas que eu nunca vi na vida, elas gritam comigo e eu arregalo os olhos e fecho a porta imediatamente. Volto a andar e chego num quarto famíliar que estava vazio e me deito na cama tirando os sapatos e apagando ali mesmo.
Abro os olhos e sinto uma dor de cabeça infernal me consumir, sento na cama e olho embaixo do cobertor assustada, ufa, estou de roupa, isso é um bom sinal. Olho em volta e percebo que estou no quarto de Cole, lembranças boas de quando eu vinha aqui invadem minha mente, mas ele não está ao meu lado, olho pra baixo e o vejo deitado no tapete do chão, com seu travesseiro favorito embaixo da cabeça, do lado da cama apenas de cueca, como sempre dorme.
Pego meus sapatos do chão tentando não acorda-lo e fico o encarando por alguns longos segundos, sua feição tranquila num sono profundo, sinto tanta saudade de acordar ao seu lado todos os dias, ouvir sua voz rouca me dando "Bom dia", seus olhos verdes ainda mais claros e suas piadas sem graça no café da manhã... Me abaixo depositando um beijo rápido em sua bochecha e saio do quarto fechando a porta sem fazer barulho.
Me viro para sair e dou de cara com Camila também saindo do quarto de Kj que é ao lado do de Cole e cruzo os braços.
— Quer uma carona? – digo e ela se assusta, mas assim que me vê, sorri.
— Você não foi pra casa ontem? – ela coloca a mão na cintura me fazendo rir.
— Vem, no carro eu te conto tudo.
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Opposite Sides - Sprousehart
Romance+18 | Cole Sprouse? Qualquer garota da grande NYU se molharia em apenas ouvir esse nome, era um babaca, porém de qualidade. Ao contrário de todas da universidade, Lili Reinhart não se deixava abalar pelo irresistível charme do garoto. Mas quando um...