Chapter 35 - Cole

6.5K 658 654
                                    

Estava tomando um banho tranquilamente, enquanto Lili estava com meu celular no quarto assistindo ao vídeo. Na realidade, eu não sabia bem o que pensar ou como agir, porque estávamos mais juntos do que eu pretendia ultimamente. Quando que nos tornamos tudo isso um para o outro? Quando que eu comecei a dormir com uma pessoa só? As coisas aconteceram tão rápido que de repente me peguei acordando - e gostando - ao lado de Lili, essa já era a segunda vez que dormíamos juntos e incrivelmente, eu queria mais.

Já estava terminando o banho quando escutei o grito de Lili de horror, desliguei o chuveiro rapidamente, me enrolando na toalha de qualquer jeito e sai correndo do banheiro para saber o que tinha acontecido. Mas ela continuava ali, sentada na ponta da cama, olhando pro celular horrorizada e com os olhos marejados.

— Eu não acredito no que eu fiz. – Disse baixinho e eu tinha certeza que estava se segurando para não chorar, como faz com frequência, sei que ela não gosta de chorar na minha frente, mas ao mesmo tempo sei que ficamos mais vulneráveis um ao lado do outro e por incrível que pareça, mais fortes também. Me sentei ao lado dela e tirei o celular da sua mão, ela continuava imóvel.

— Está tudo bem, Lil, eles logo vão esquecer disso. Só dura um dia. – Falei reconfortando-a, mas sem saber exatamente o que fazer, e me sinto estranho por usar um apelido, eu não sou bom com essas coisas, mas pelo menos sabia como funcionava esse tipo de coisa na fraternidade e por mais filho da puta que todos possam achar que eu sou, odeio isso. Ela apoiou a cabeça no meu ombro e por impulso, a puxei para meu peito, abraçando-a. Então, ela começou a soluçar e meu coração, aquele que eu havia descoberto recentemente que existe quando o assunto é mulheres, começou a bater mais forte e parecia que ia se quebrar a qualquer momento.

— Cole...tem a porra de um vídeo meu sem roupa no celular da pessoas. – Ela indagou entre soluços.

— Você não está sem roupa, só sem blusa, nem é tão ruim assim. – Digo fazendo o que posso para reconfortar Lili.

— Eu vou me esconder pra sempre das pessoas, nunca mais vou sair na rua, nunca mais vou pra faculdade. – Tento não rir do seu exagero, apoio o dedo embaixo do seu queixo e ergo a cabeça dela para me olhar, seus olhos verdes expressivos e a ponta do nariz estão vermelhos e suas bochechas mais rosadas do que de costume.

— Lógico que vai. As pessoas esquecem esse tipo de coisa muito rápido. Você vai ter que lidar com algumas piadinhas. – Ela baixa o olhar. — Mas se eu ouvir alguém falando alguma merda sobre você, eu parto pra cima. – Digo fazendo um gesto de karatê e ela dá uma risadinha, me sinto aliviado instantaneamente por ser motivo do seu sorriso, não do seu choro.

— Agora eu vou ser a vadia da faculdade! – Ela joga os braços pra cima e depois baixa batendo eles na lateral do corpo.

— Relaxa, agora você é a "mulher do Sprouse". – Pisco com um olho só para ela que franze o cenho.

— Desde quando eu sou mulher de alguém? Ainda mais de você? – Ela faz uma careta, mas pelo menos o assunto mudou e Lili não está mais focada no vídeo.

— Não tenho culpa se chegaram correndo ontem à noite gritando "A mulher do Sprouse está tirando a roupa em cima da mesa". – Imito uma voz nazalada e ela gargalha.

— Que horror! Não sei o que é pior, a vergonha de tirar a roupa em cima da mesa ou ser chama de "Mulher do Sprouse". – Apesar das suas palavras, seu olhar tem um divertimento jovial.

— Querida, ser chamada de "Mulher do Sprouse" é um privilégio. – Agora imito uma mulher falando e ela ri mais.

— Querido, eu passo esse privilégio. – Lili entra na brincadeira e eu rio, mas por impulso, acabo roubando um beijo rápido dela, que me olha surpresa por alguns segundos. Continuo agindo como se nada tivesse acontecido, sendo que estava surpreso com minha atitude tanto quanto ela. Me levantei e voltei pro banheiro, desenrolando a toalha da cintura e vestindo a cueca.

Opposite Sides - SprousehartOnde histórias criam vida. Descubra agora