— Vamos, Lili! Por favor, amiga! Você só fica aí em casa vendo esses clichês de romance. Vamos logo! Essa será a melhor festa do ano. – implora minha melhor amiga, Camila, que a propósito sempre me leva para essas festas chatas que ela diz ser 'A Melhor festa do ano', onde as pessoas ficam vomitando no seu pé, caindo por cima uns dos outros e esfregando suas axilas suadas por aí. Sinceramente, prefiro ficar aqui com meus filmes, sem correr risco de que alguém vomite no meu pé ou esfregue suas axilas em mim.
Na realidade, hoje não. Hoje, depois de tanta insistência por meses, me dei por vencida e aceitei sair.
Bom, eu acho que ela vai ter um treco porque eu nunca concordo em ir com ela, mas dessa vez eu vou. Não sei o que deu em mim, talvez um ET festeiro tenha se apropriado do meu corpo, ou talvez eu queira sentir algumas axilas em mim. Enfim, só sei que a vida é muito curta para eu ficar aqui, vendo esses filmes que por algum motivo eu sempre acabo chorando pela razão mais besta possível e também pra ela parar de me encher por pelo menos algumas semanas.
— Ok, Cams, para de gritar. Eu vou, tá? – Minha voz sai mais alta do que o normal para tentar sobressair o barulho por trás do telefone, porque parece que ela já está nessa festa.
Ouço uma música eletrônica bem alta de fundo, será que tem muita gente lá? E o mais importante, com que roupa eu vou? Bom, é uma festa de fraternidade então não precisa ser nada chique ou arrumado...
Acordo dos meus pensamentos ao ouvir a gritaria animada da minha melhor amiga pelo telefone e afasto quase que instantaneamente do ouvido, ou eu fico surda.
— MEU DEUS, JURA? LILI PAULINE REINHART VAI PARA UMA FESTA? COMO ASSIM? É UM MILAGRE! — Rio da sua reação.
— Você tá exagerando, Cami, eu vou à festas, às vezes – indago.
Ouço sua risada irônica e em seguida ela fala:
— Ah tá, se você vai à festas então eu sou muito estudiosa e vivo na biblioteca da faculdade – O sarcasmo é nítido em seu tom de voz.
Minha melhor amiga tem o senso de humor bem difícil, sinceramente, não sei quando ela está brincando ou falando sério.
— Tudo bem, já entendi que eu não sou de ir para festas e essas coisas, mas enfim eu só vou me arrumar aqui e já tô indo pra essa sua 'Festa do ano', tá? Te vejo daqui a pouco – digo rapidamente e antes mesmo dela responder desligo o telefone, porque se a gente ficar aqui conversando eu só chego no fim dessa festa.
Chego no local e logo em seguida vejo Camila com a Mads, uma das minhas melhores amigas, e a Vanessa, que também é minha amiga.
— Oi! – falo gritando com minhas amigas, porque o som aqui tá muito alto. Dou um abraço apertado em cada uma das meninas.
— Oi, amiga! Mas que milagre é esse que você, Lili Reinhart, está numa festa, NUMA FESTA – indaga Mads, retribuindo o abraço.
— Até você? – Olho incrédula pra Madelaine, que dá de ombros.
— Eu avisei! – Respondeu Cami gritando sua vitória e gargalhando. Dava pra perceber que ela já estava meio alterada.
— Não é como se eu fosse a pessoa mais antissocial do mundo, falando assim até... – Paro minha frase no meio quando a troca de olhares delas me avisam que elas pensam que SIM, eu sou a pessoa mais antissocial do mundo. — O importante é que eu estou aqui, não é? – Mudo meu discurso e seus sorrisos se abrem.
— SIM! – elas gritam em uníssono.
Bem no momento, um garoto da fraternidade passa com copinhos de shot numa bandeja, as meninas pegam para elas e Cami pega um para mim.
— Você não acha que já bebeu demais não? – Faço uma cara feia para os dois shots na mão da Camila.
— Ah pronto, trouxe minha mãe para a festa. – Cami faz uma careta. — Primeiro shot da noite, e não ouse me dizer não, Reinhart! – Camila enfia o copinho na minha mão e as três viram o delas.
Dou de ombros, tentando deixar um pouco de lado a Lili que eu sempre fui e viro o meu também, sinto o álcool descer ardendo pela minha garganta, faço uma careta e elas começam a gargalhar.
— Tá na hora de dançar! – Grita Vanessa, com uma animação exagerada que sei que já é culpa da bebida.
Cami me puxa para a sala central que está sendo usada como pista de dança – sinto pena do carpete que está uma mistura de lama, areia e bebida, por que estou pensando no carpete mesmo? – e logo em seguida Mads e Vanessa estão se juntando a nós.
Isso é realmente muito bom, fazia tanto tempo que eu não ia a uma festa, tinha me esquecido de como é bom extravasar.
Estamos todas dançando, uma música que não sei bem qual é, já bebi muito álcool mas não ao ponto de vomitar, não quero estragar a noite de ninguém dando perda total.
Nossa dança estava chamando atenção, logo uma rodinha já havia se formado em torno de nós, algumas pessoas batiam palmas, gritavam e assoviavam.
Madelaine e Vanessa, eu e Cami dançávamos em par, de forma sensual, passando a mão pelo corpo umas das outras sem pudor. Ficávamos alternando, às vezes eu estava com a Mads, outra vez com a Vanessa e depois, eu já estava dançando com a Camila novamente.
A bebida me deixava sem filtros e meu quadril balançava sendo pressionado pelo corpo da Cami, colado ao meu.
Alguns caras bêbados tentaram entrar na nossa dança, mas Camila respondia com um simples "hoje não, gatinho" e os dispensavam. No geral, eram caras bonitos, porém muito bêbados, e isso é nojento, mas sinceramente, não ligo para eles porque hoje eu quero me divertir.
A palavra 'diversão' não costuma ser usada no meu dia a dia, estou sempre ocupada demais com os estudos e costumo ser aquela garota que passa pelos corredores sempre apressada ou na maior parte do tempo, você me encontrará na biblioteca.
O que a Cami sempre fala é: você está na faculdade 'A Melhor fase da vida' precisa começar a curtir mais.
Camila não é do tipo que liga muito para a faculdade, ela se esforça quando precisa, mas no geral, é uma aluna mediana, extremamente inteligente, mas nunca assume isso. Ela está mais focada na quantidade de bebida que consegue ingerir numa noite até vomitar ou em quantos caras gostosos ela consegue iludir.
Quando me dou conta ainda estou dançando, estamos só eu e a Camila em meio a uma multidão de pessoas. Mads e Vanessa foram para um local mais reservado, não as culpo, a gente tá dançando há muito tempo.
De repente sinto alguém me cutucar, e aposto que é mais algum cara querendo me pagar uma bebida ou, "se juntar a dança", me viro lentamente já mentalizando alguma desculpa e voltar a dançar com minha amiga.
Sem que eu pudesse dizer nada, ele embola as palavras para falar, mas sua postura é de um garoto esnobe e auto-confiante:
— Então, queria saber se... – Ele para de falar e olha pra mim, seu peito sobe e desce rapidamente, penso que vai ter um colapso, claramente ele está muito bêbado.
O encaro de volta e logo em seguida, em questões de segundos, sem que eu pudesse fazer nada, o cara se curva em direção aos meus pés e vomita bem em cima dos meus tênis vermelhos favoritos e com a maior cara de pau do mundo, recompõe a postura, olha pra mim e diz:
— Prazer, Cole Sprouse.
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Opposite Sides - Sprousehart
Roman d'amour+18 | Cole Sprouse? Qualquer garota da grande NYU se molharia em apenas ouvir esse nome, era um babaca, porém de qualidade. Ao contrário de todas da universidade, Lili Reinhart não se deixava abalar pelo irresistível charme do garoto. Mas quando um...