chapter one

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O dia começara bem frio, época de inverno em New York pode ser lindo para turistas e até mesmo para quem mora em New York, mas isso quer dizer que terá mais problemas no trânsito e que será difícil de sair de casa. Por esse motivo e por ter visto o jornal no dia anterior, Eva acordou mais cedo para evitar qualquer imprevisto previsto por causa do tempo. Ela se arrumou cedo colocando uma calça jeans, botas de camurça que a foi dada por seu pai em seu aniversário de 18 anos, e, apesar da bota estar surrada e gasta, Eva não conseguia se desfazer desse presente, ou melhor, dessa memória. Eva passou seu singelo gloss com o fundo avermelhado e curvou os cílios só um pouco com a máscara de cílios, nada muito exagerado para o primeiro dia na sua possível empresa. Por ser um sábado e por ser inverno, os trens demoraram mais que o normal, o que deixou a ruiva quase roer suas curtas unhas por nervosismo de chegar atrasada. Quando finalmente se sentou no banco gelado do trem, sentiu seu celular vibrar na bolsa.

— Bom dia, como está seu primeiro dia indo para o seu futuro emprego?— Sana brincou do outro lado do telefone. Eva soltou uma risada abafada.

— Bom dia, e ainda não sei se vou passar, mas admito que não consegui nem dormir e nem tomar café da manhã. E você, como está? Você já não deveria estar indo pra estação ou estar em um trem?— Eva indagou um pouco alto já que o vagão vazio fez sua voz ecoar.

— Bom, estou indo para a estação agora mas você sabe que eu posso não passar, né?— Sana argumentou mas Eva não queria cogitar a possibilidade de não ter a amiga ao seu lado.

— Bom, então somos duas que estamos inseguras quanto a isso. Enfim, daqui a pouco vou descer, encontro com você na porta?— Eva ao perguntar escutou um claro uhum. As duas se despediram.

Alguns minutos depois, Eva desceu na estação de trem, mas ao perceber que estava mais frio que esperava, sacou de sua bolsa um cachecol e um gorro amarelo que tinha levado apenas para emergências, e essa era uma emergência.

Não demorou muito para alcançar o endereço dado às meninas e além disso, quem não reconheceria o prédio da Vogue em New York? E só quando seus olhos se depararam com uma fila métrica de garotas e garotos na porta da empresa, percebeu que o desafio seria maior que o esperado. Eva já estava ao ponto de se virar e falar que não tinha passado no teste quando uma menina loira (um loiro quase branco) esbarrou em seu braço.

— Desculpa— Disse a menina até então de nome desconhecido. Ela vestia uma camisa de gola marrom, uma calça clara, botas de couro e um casaco que aparentava ser maior que ela.

— Tudo bem.— Eva esboçou um sorrisinho e ainda perdida no pensamento de ir embora, estava como estátua olhando para a porta da empresa.

— Nervosismo? Ah, a propósito, sou Vilde.— A menina de sorriso meio amarelado esticava a mão. Eva a apertou.

— Sou Eva... Na verdade acho que vou embora.— Eva se confessou.

— O que? Por quê?— Vilde perguntou.

— Olha só o tanto de gente que tem aqui. Garanto que só vou ser mais uma nota a ser descartada. Além do mais, devia estar feliz por ter menos uma concorrente.— Eva sorriu e coçou o topo da cabeça através da touca.

— Pode até ser, mas eu penso que se sua chance for agora, independente de quantas pessoas estiverem aqui, você vai conseguir.— Vilde argumentou e nos poucos segundos daquela frase, Eva sentiu-se encorajada e sentindo que podia mudar o mundo apenas com aquele incentivo. Eva esboçou um sorriso largo para Vilde que retribuiu, e tudo foi interrompido quando Sana chegou esbaforida.

— Meu Deus, Sana. O que houve?— Perguntou Eva. Sana se encostou na amiga para pegar fôlego enquanto pensava.

— Têm quinhentas pessoas nesta puta fila— Sana deu ênfase no número de pessoas. Estava com a roupa habitual, hijab preto e todo o resto da roupa preta. Pouca maquiagem e com um batom vermelho de ofuscar.

The Contest - Chris e EvaOnde histórias criam vida. Descubra agora