chapter fifty-two

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     Acordou decidida, decidida que estava fazendo a escolha certa, e afinal, se ela e Chris realmente se amam, poucos kilómetros não vão fazer diferença, certo? Chris vai entender, ela espera que sim. Caso contrário, ela ficaria arrasada. E se ele pedir pra que ela fique? Ela com certeza vai fazer isso, porque ir para Ohio é abrir mão de coisas demais, abrir mão de praticamente tudo que ela já conquistou. E tem certeza de que se ela ficar, outras oportunidades aparecerão, talvez não tão grandes quanto essa, mas ainda sim, elas virão. Mas se ele concordar em deixá-la ir? Isso significa que ele não a ama de todo seu coração? Isso também machucaria muito.

     Meio perdida em seus pensamentos, se havia tomado a decisão certa ou se ainda dava tempo para mudar de ideia, Eva colocou uma calça de laica roxa, um top preto e seu tênis de caminhada que já estava pegando poeira, juntou seus fones de ouvido, conectou-os em seu aparelho e após colocar na playlist em aleatório, ela correu, deu uma volta pelo quarteirão correndo o mais rápido que pôde, colocou no volume alto na tentativa de calar sua mente barulhenta e calar todos os pensamentos duvidosos que estavam começando a surgir. Ela deu mais uma volta, sentindo-se revigorada ao chegar em casa, toda a energia liberada naquelas duas voltas pelo quarteirão fez com que Eva se sentisse revigorada e com energia de sobra para encarar o dia e principalmente a conversa com Chris.

     Ela chegou em casa, com o cabelo grudando na nuca e testa pelo suor, as bochechas vermelhas pelo exercício feito e as pernas um pouco doloridas, recordando à ruiva de que ela não está na melhor forma pra dar logo duas voltas pelo quarteirão. Eva bebeu uma garrafa de meio litro de água, sentindo a ação refrescante de imediato. Logo se livrou das roupas suadas as colocando para lavar e por fim, tomou um banho, mergulhou na banheira e ficou imersa pelo tempo que aguentava. Lavou as curtas madeixas ruivas e vestiu uma camisola de ceda vermelha.

    Sentada no sofá, encarando o aparelho de telefone, Eva por fim o pega, digita alguns números e logo após a sugestão que o aparelho faz, ela clica no contato e espera ansiosamente a chamada ser atendida. Seu coração estava batendo mais forte que o normal.

— Alô? Quem é?

— Oi, sou eu, Eva. Não acredito que não tem meu número salvo. — Eva diz mostrando indignação e depois relaxa no sofá.

— É claro que eu tinha, estava apenas brincando com você... Mas me diz, se me ligou é porque pensou.

— Sim, Ingrid, pensei. Pensei pra caralho na verdade e sinceramente ainda não sei se estou fazendo a escolha certa, mas meu coração diz que devo aceitar a proposta.

— Isso é uma boa notícia, não?.. - Ela pergunta após o silêncio se prolongar mais que deveria.

— Sendo sincera? Pra mim, bom, é claro que sim, começar em uma nova e importante empresa como essa já em um dos cargos mais altos é uma excelente oportunidade. Fora que posso crescer dentro da empresa, eu li tantas matérias sobre, hoje de manhã, que minha cabeça está um turbilhão. — Os olhos de Eva começam a brilhar relembrando de todas as possibilidades malucas que ela teria ao aceitar.

— Mas...

— Mas eu ainda tenho minha vida aqui, como faria com a minha casa? E meus amigos? E Chris?

— Bom, sua casa você pode alugar para Vilde, ela está mesmo procurando apartamento agora para morar, não pode viver na casa da avó, seus amigos... Continuarão sendo seus amigos e Chris, bom... Chris te ama, Eva, consigo ver isso pelo simples fato de como ele te olha, então acho que ele vai gostar de te ver crescer, se realmente te ama, vai permanecer ao seu lado. — Eva para, reflete por alguns minutos e finalmente concretiza sua ideia.

— Ok, você conseguiu me convencer. Eu aceito a proposta de Bernard, vou ligar para ele mais tarde. E como faremos para nos hospedar lá?

— Bom, tenho um conhecido que ia me ceder uma casa, pagando aluguel é claro, mas por enquanto é o que há, durante esse tempo nós podemos não sei... Morar juntas até cada uma achar um canto melhor. — Eva concordou com a cabeça sentindo uma pontada de felicidade e animação ao lembrar do velho sonho de morar juntas que as amigas compartilhavam desde a faculdade. A campainha toca e Eva congela já sabendo de quem se trata.

The Contest - Chris e EvaOnde histórias criam vida. Descubra agora