chapter thirty-five

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A vida continua, você querendo ou não, ela continua, você estando na merda ou não, ela simplesmente não faz uma parada como se fosse um ônibus ou qualquer outro meio de transporte, ela simplesmente olha pra sua cara e diz: "Querida, caguei se você não está bem, eu sigo bela. Levante esse traseiro e vá viver." E diante de uma chamada como essa, não há muitos meios de fugir dela, nós apenas levantamos nossos traseiros e vivemos. É a mesma coisa que você dizer que não aguenta mais e mesmo assim segue vivendo e aguentando tudo e mais um pouco.

Resumindo, é foda.

    E há realmente dias em que você só quer se desligar um pouco do mundo, colocar uma música sofrida tocando no último volume no fone, e tá tudo bem. Mas quando se tem contas a serem pagas, impostos a serem pagos e uma vida para se sustentar na qual o sustento só pode vir de você mesmo, não há muitos lugares para se fugir ou tentar adiar as coisas para depois, porque como eu disse antes, a vida não para. Muito menos os boletos.
   E apesar de esse ser um dos motivos para que Eva acorde todos os dias, hoje em especial, ela teria um motivo maior para levantar da cama, mais um dia para saber se continua na competição ou se acham que sua estadia na agência foi longe demais. Ela torce pra que seja a primeira opção. E pensar que não chegaria tão longe se Sana e Vilde não a tivesse impedido de desistir logo no primeiro dia.
    A ruiva tem uma agradável recordação do primeiro dia e de como conheceu Vilde, certamente uma amizade surpreendente e que ela gostaria de levar para toda a vida. Um sorriso largo se formou no rosto pálido de Eva enquanto ela escovava as madeixas ruivas e se olhava no espelho. A calça jeans nova até que era bem bonita e confortável, uma camiseta simples na cor coral estava ideal com aquela calça, e pela primeira vez realmente gostou de usar um salto, não muito alto é claro, mas com certeza o usaria mais vezes.
    Após recorrer a uma cafetería ao lado da agência, Eva se sentía preparada para encarar o dia com um copo térmico com café em uma mão e um pacote com biscoitos amanteigados na outra, o dia estava realmente perfeito, nem quente demais e nem frio ao ponto de usar um casaco. Os pássaros cantavam e a ruiva sentiu que aquele seria um dia de sorte.

— Bom dia. — Ela anunciou ao chegar perto da mesa. Jonas e Noora pareciam descontraídos ao conversar, mas foi só a ruiva se fazer presente para que Jonas ficasse tenso. Sem dúvida ele tinha medo de que ela falasse alguma coisa.

— Bom dia.— Noora se virou para a amiga e fez uma cara de que alguma coisa tinha dado muito errado. — Eu queria dizer que você está ótima hoje, mas... Poxa, você está péssima.

— Ah, obrigada, viu? . — Eva diz e coloca seu café e o pacote sobre a mesa, e em seguida solta uma risada nasal sem muito humor, ela sabia que estava péssima. Horas sem dormir realmente não valorizam nossa aparência.

— Isso tudo é preocupação pelo dia de hoje? Já disse que você tem que relaxar mais. Você anda transando? — Noora pergunta na lata deixando uma feição de sem graça na ruiva.

— Só não consegui dormir direito, muitos pensamentos. — Ela diz para a amiga e logo então olha de relance para Jonas que até então estava calado, ele automaticamente abaixa a cabeça. — E na verdade, estou com um pressentimento muito bom para hoje. Pela primeira vez, não sinto que vamos ser eliminados, sinto que algo de inesperado vai acontecer.

— Uau, espero realmente que esteja certa. — Noora se levanta e dá o braço para a ruiva, que em seguida envolve o seu no dela. — Agora vamos porque quero estar bem na frente para olhar as pessoas que foram eliminadas. — Eva solta uma gargalhada e após recolher suas coisas com a mão livre, anda ao lado da amiga.

— Você é horrível, Noora. — As duas gargalham e deixam Jonas para trás. Eva nem sequer trocou uma palavra além do bom dia generalizado. No momento, não suportava olhá-lo.

The Contest - Chris e EvaOnde histórias criam vida. Descubra agora