Os dedos suados e gélidos passavam frequentemente pela barra da saia um pouco rodada de Eva, ao contrário do dia anterior, o dia amanhecera calor, já não havia gelo nas ruas e mesmo que houvesse algum, já havia derretido com o sol. E no diário de notícias de New York a notícia que a primavera começava a chegar lenta mas que já fez uma grande mudança de temperatura.
Eva passou a noite anterior toda revendo tudo o que havia escrito já que o trabalho deveria ser impecável, qualquer erro (ainda mais de escrita) iria ser severamente penalisado com a demissão, ela acabara de buscar recentemente a carteira de trabalho na agência anterior, não saberia lidar com mais uma demissão em tão pouco tempo. Ela estava respirando fundo tentando não surtar por dentro mas não estava sendo muito eficaz, então, enquanto ia em direção à agência, tinha que desabafar com alguém, sacou o telefone da bolsa (ela estava começando a gostar de usar bolsa, sentia-se mais adulta do que realmente era), e com os dedos ágeis discou os números de telefone de Sana, que por motivos maiores teve de gravar.
— Oi, Eva.— Não demorou muito para que Sana atendesse o toque. Ela disse com uma voz sonolenta, parecia acabar de acordar.
— Oi, Sana, bom dia para você também.—Disse Eva enquanto balança a perna com certa impaciência, mas que na verdade era ansiedade.
— Tá, bom dia, o que aconteceu pra você me ligar a essa hora? — Eva soltou uma risada, elas se conhecem há tanto tempo, claro que Sana notaria se algo estivesse errado.
— Bom, hoje vou entregar o meu primeiro trabalho, estou com medo de ter feito alguma coisa errada ou de algo dar errado. — Ela diz jogando a cabeça para trás e deixando a mesma encontrar a porta do transporte público, mais uma vez estava indo em pé o que ficou duas vezes mais difícil já que além da bolsa, tinha que prestar atenção em seu pé para ninguém pisar. O que pode dar errado?
— Eva, você é maluca, para de pensar nessas coisas, tudo vai sair bem. — Sana como sempre sabe acalmar e confortar a amiga apenas com palavras. Eva deixou um sorriso escapar pelos lábios.
— E tenho outra coisa para te contar. — Dessa vez, Eva está sussurrando porque alguns olhares do metrô voltaram para a ruiva, aparentemente a única falando ao telefone.
— Poderia ter começado com essa outra parte, conta tudo. — Eva gargalhou baixo, encarou ao redor vendo que os olhares cessaram.
— Eu meio que beijei o Chris.— Do outro lado da ligação, o silêncio, Eva concluiu que ou a amiga estava processando a ideia ou que a entendeu e estava surtando como ela fez ao chegar em casa. — Sana? —
— Eu entendi, eu só estou surtando com isso, mas como assim "meio que beijei?" ou você beijou ou não.— Eva estava certa, ela surtou. A ruiva riu e soltou um suspiro vendo que a estação que tinha que descer, chegou.
— Bom, posso te contar depois mas agora vou ter que ir, ainda vamos marcar um dia para beber, prometo.— Eva disse esperando a porta abrir e ela poder finalmente (meio que mancando) sair da lata de sardinha.
— OK, mas você me deve uma de verdade. Beijos— Sana desligou e Eva riu, guardou o celular e foi andando sem muita pressa dessa vez até a agência. No dia anterior Eva acabou descobrindo um tipo de Atadura elástica perdida nas coisas dentro do armário, resolveu pôr no tornozelo e até que amenizou bastante assim como o curativo que Chirs fez, em falar nele, a ruiva ao chegar em casa não conseguiu concentrar-se muito em seus afazeres, já que a figura de cabelo castanho não saía de sua mente, o modo como ele a tratou, como ele se importou. Pensou que poderia ser nada demais e ele fizesse o mesmo para qualquer pessoa, mas, mesmo assim Eva não deixou de sorrir todas as vezes que pensou no ocorrido.
VOCÊ ESTÁ LENDO
The Contest - Chris e Eva
RomansaFormada em Jornalismo, Eva finalmente encontra a oportunidade de subir na vida: Ser a Editora Chefe da resvita Vogue de New York, mas que para isso aconteça, Eva terá que entrar em uma competição com jornalistas do país inteiro para ganhar o primeir...