O desejo exalava de seu corpo. Muitas vezes vi mulheres me desejando na hora H, mas por incrível que pareça, nenhuma parecia me desejar tanto quanto ela, pude notar isso com a pressa que tirou sua roupa e como em poucos segundos já estava em cima de mim. E essa maldita visão, de quando ela vem faminta por sexo é a que fica martelando na porra da minha cabeça.
— Você sabe como eu gosto, não sabe? — Era um sorriso malicioso estampado em seus lábios, eu não pude negar que também estava com um, de orelha à orelha para ser mais exato. Eu não disse muita coisa, não conseguia, o prazer que me estava sendo proporcionado na parte de baixo tirou todas as palavras de mim. Sua boca me envolveu de uma forma inexplicável. Levantei o rosto e encontrei os olhos sedentos e sem dúvida maliciosos, um sorriso ligeiro se formou em seu rosto enquanto ela parecia se deliciar no ato. Em um impulso, minha mão foi até sua nuca e a puxou, eu tinha que senti-la, ela não hesitou nem por um segundo e me deu total liberdade para explorar cada canto de sua boca com um beijo calmo mas com vontade. Quando finalmente separei nossos lábios, nossas testas se encostaram e eu ainda tinha os fios ruivos envolvidos em minha mão, recebi o olhar mais intenso que já tive na vida vindo das órbitas castanhas e logo em seguida sua boca abriu e fechou quando sentiu finalmente uma parte de mim dentro de si.
Que chá bem dado.
Chris abre os olhos rapidamente e levanta o corpo no mesmo instante que o faz. Outra vez uma memória sexual, tem acontecido frequentemente e em específico, essa. Ele volta a deitar a cabeça no travesseiro e sente seu corpo colar ao passar a mão pela testa, sempre acorda da mesma maneira quando tem esses sonhos, ou melhor, memórias. Ele fecha os olhos e passa as duas mãos pelo rosto e em seguida olha o outro lado da cama. Vazia. Tem sido assim por um longo tempo.
— Ah! Sai da minha cabeça, Eva. — Ele murmurou abafado pelo travesseiro em seu rosto. Restava pouquíssimos minutos para o despertador tocar, e na situação que ele estava, não valeria a pena esperar esse tempo. Jogou o lençol de seda para o outro lado da cama e foi em direção ao banheiro.
O dia estava convidativo, havia um sol mas não um calor exacerbado, então Chris deduziu que colocaria uma velha e boa calça jeans, um par de tênis que comprou recentemente e uma camisa social preta, apesar de não ser muito fã de roupas sociais, pareceu-lhe uma boa combinação juntamente com um par de óculos escuro que comprou em uma de suas viagens à Europa.
O tráfego parecia surreal, passou mais que o dobro do tempo dentro do carro do que normalmente levaria para chegar à agência. Ele checou o relógio de pulso prata, dez minutos atrasado apenas, não é grande coisa.— Hey! — Ele sente uma mão firme em suas costas e se vira na direção da voz.
— E aí. — Ele diz para o amigo que se põe ao seu lado. —Planos para o final de semana? — Chris pergunta. Ele e William param em frente ao elevador após apertar o botão, esperando que o mesmo chegasse no térreo.
— Bem que eu queria, mas a Vilde está tão ansiosa e nervosa com o evento que vamos ter que trabalhar o final de semana inteiro. — Ele revira os olhos após o desabafo, odeia tanto ter que trabalhar o final de semana...
— Bom, não é pra menos, vocês ficaram responsáveis pela decoração e bebidas do evento, é muito grande a responsabilidade. — William concordou com o amigo, ele sabe que Vilde está se esforçando mais do que pode para esse evento sair tudo perfeito e teme que algo saia do caminho. — E como está você e a Noora? Se resolveram? — O amigo deu de ombros. Pela primeira vez estava realmente mal por ter terminado o relacionamento com alguém. Eles entraram no elevador e após Chris apertar o botão do andar e as portas metálicas quase se fecharem, uma mão branca com as unhas em vermelho impediu o ato, surgindo em seguida Noora e Eva. As duas estavam rindo mas foi inevitável a risada se cessar quando os quatro pares de olhos se esbarraram. As duas entraram em silêncio e voltaram a atenção para a porta, Chris conseguiu ter um bom visual das costas da ruiva que estavam em sua frente, desviou o olhar e mudou sua posição porque corria menos perigo de uma cena constrangedora. William pareceu tenso na mesma hora que Noora entrou pela porta e permaneceu assim até chegar no devido andar. As duas se apressaram e sairam juntas sem dizer uma palavra.
— Fala com ela logo, cara. Tá na cara que vocês se gostam. — Chris diz antes de sair do elevador e quando estava já chegando na porta da sala, escutou William gritar "É, vocês também!". Ele riu, porque sabe que Eva nunca gostaria dele, pelo menos não do jeito que ele gosta dela. E por isso talvez fosse melhor deixar esse sentimento ali, se apagando aos poucos.
Tudo passou bem, até um pouco depois da hora do almoço onde Eva conseguiu passar um tempo com o irmão e voltou com as energias renovadas. Em geral, conversar com o irmão sempre deixa Eva com um sentimento de alma lavada, ele faz tudo parecer tão mais vívido do que realmente é. Ele disse que está fazendo terapia e que o teatro está ajudando com as crises de bipolaridade, e essa notícia já foi o suficiente para fazer um dia todo colorido.
Pena que tudo que é bom, dura pouco.
O celular de Eva vibrou pela terceira vez quando a ruiva atendeu a chamada de um número desconhecido. A sala toda estava em silêncio, Jonas e Chris estavam trabalhando na última lista de convidados, Alison e Isak estavam focados na mesma tela de computador e Noora e Ingrid estavam trabalhando no relatório que seria entregue à Carol.
— O quê!? Eu não quero saber, isso é trabalho de vocês! — Todos olharam para Eva que parecia indignada ao telefone. Ela passou a mão pela testa, impaciente, as bochechas já começavam a ganhar uma coloração rosa. — Isso é um absurdo, escutou? Um absurdo! — E desligou a chamada. Ninguém desviou o olhar, todos estavam curiosos e talvez nervosos também.
— O que foi? — Ingrid perguntou, tomando uma iniciativa. Eva apoiou as mãos na mesa e encarou todos ali.
— Os convites não vão chegar a tempo... Eles disseram que deu um problema local com a transportadora e que só vão conseguir entregar daqui a duas semanas.
— Isso é um absurdo! Isso é trabalho deles e o evento é daqui a uma semana só.— Ingrid murmurou e apoiou a cabeça nas mãos. Era nítido que todos ali foram pego de surpresa e estavam tão apavorados quanto Eva. Isak começou a roer as unhas, Chris passava a mão pelo cabelo incessantemente.
— Eu sei, eu disse isso. Eles disseram que podemos ir lá buscar as caixas e que vão devolver o valor do frete. — Era a única solução que Eva via, caso contrário, essa era a última vez que pisaria naquela empresa.
— Perfeito então! Você vai lá buscar. Chris tem carro, ele te leva. — Jonas diz e o companheiro de equipe volta o olhar para a ruiva, nem ele estava esperando ser o encarregado daquilo, não iria negar, é claro, mas também não se sentiu cem por cento confortável levando em consideração que ela o havia evitado desde o dia da sala das revistas.
— É uma hora e meia de carro. — Ela diz por fim, querendo ter certeza que ele não se importaria.
— Eu não me importo. — Ele dá de ombros e então ela concorda, pegando a bolsa em seguida.
— Então vamos.- Ela diz simplesmente. Ele congelou por alguns segundos. — Agora? — Ele diz incrédulo que seria naquele exato instante. — É, agora. Não quero perder mais tempo. — Ele nem entendeu o porquê de estar surpreso se ele sabe que com Eva não existe meias palavras, meias atitudes. Ou é sim, ou é não. Pra ela sempre seria sim, então ele levantou da cadeira e alcançou a bolsa atravessada que geralmente usa e seguiu Eva pelo corredor torcendo para que tudo corra bem.
NOTA DA AUTORA:
E aí meus amores, espero que estejam todos bem, o capítulo de hoje foi mais curto que o normal porque não queria deixar vocês sem uma atualização. Espero que tenham gostado. Feliz 2021, um ano de realizações para nós!
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The Contest - Chris e Eva
RomanceFormada em Jornalismo, Eva finalmente encontra a oportunidade de subir na vida: Ser a Editora Chefe da resvita Vogue de New York, mas que para isso aconteça, Eva terá que entrar em uma competição com jornalistas do país inteiro para ganhar o primeir...