chapter fifteen

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     Era por volta da hora do almoço quando um táxi para em frente à porta da agência, fazendo as mãos magras alcançarem o bolso do casaco e entregar ao motorista algumas notas, que ele mesmo considerou ser uma quantia muito acima do valor da corrida, mas com a indiferença de receber o troco ou não, o motorista se absteve sem dizer uma palavra, pra logo em seguida seguir para uma próxima corrida.
As pernas cobertas pela calça puderam ser esticadas depois de tantas horas encolidas em um avião e depois no banco do táxi, e o rosto pela primeira vez em semanas podia tomar um pouco de vitamina que lhe faltava há um tempo.

— Bom dia.— Disse encostando no balcão branco perfeitamente limpo. Encarou uma das duas mulheres que estavam ali muito bem arrumadas.

— Bom dia... O que deseja?— Perguntou a morena virando o corpo um pouco de lado para encarar melhor.

— Bom dia, Laura, pode me dar a chave da sala 20?— Um rapaz interrompe o atendimento que estava começando a ser feito e só depois que Laura, a atendente, encara a pessoa a sua frente que o rapaz se dá conta da gafe que cometeu.

— Que falta de educação a minha. — Ele dá um tapa na própria testa e depois estica a mão. — Sou Chris.— Ele diz com um sorriso sem graça. — E você é...?—

— Even.— O rapaz de topete loiro respondeu com um breve sorriso e relevou a falta de educação de Chris por ter se desculpado. Ele apertou a mão de Chris e logo depois os dois se separaram.

— Legal, Even, você é algum modelo novo daqui?— Chris perguntou vendo que Laura estava atrapalhada buscando a chave que foi pedida. A funcionária ao lado estava em uma ligação desde que chegaram.

— Ah não.— Even riu. — Sou irmão de uma das funcionárias, na verdade sou ator.— Ele disse com um brilho nos olhos e Chris arregalou os olhos surpreso.

— Que legal, cara!— Apesar de nunca ter tido conhecimento ou muito contato com a profissão, de vez em quando acabava sendo chamado para fazer ensaios de fotos de alguma companhia teatral.

— Aqui.— Laura disse e entregou a chave para Chris que agradeceu com uma piscadela de olhos. A morena quase se derreteu na cadeira.

— Então, você vai subir ou...? — Chris fez menção de se virar e Even deu de ombros. A atendente vendo que estaria em mãos 'seguras' como as de Chris, deixaria passar.

— Pode ser. Não conheço nada.— Even riu e foi seguindo Chris até o elevador, quando adentraram, o moreno apertou o andar e encostou no espelho.

— Não sei como vocês não se perdem por aí, esse lugar é imenso e olha que só estive no saguão.— Os dois riram.

— Uma hora você se acostuma.— Chris dá de ombros. — Então, você veio fazer alguma peça pela cidade? — Ele tenta puxar um assunto para que não fique um clima estranho durante a subida até o andar.

— Sim, na verdade estamos começando os ensaios para uma peça de comédia. Aí aproveitei que estava na cidade e vim visitar minha irmã.— Chris achou interessante e ao mesmo tempo curioso.

— Ah, ela é de qual área daqui? — Ele pergunta interessado e Even parece pensar um pouco na resposta.

— Lembrei, ela está concorrendo a vaga pra editora chefe. Eva, conhece? — E nesse momento a garganta de Chris se fecha dificultando a passagem de saliva que ele tentava engolir. Com certeza não é a mesma.

— Talvez, ela é ruiva?— Ele pergunta com ansiedade na voz que felizmente não foi percebido por Even.

— Sim, ela trabalha com você?— Chris estava paralisado e soltou um riso por mais uma coincidência do destino.

The Contest - Chris e EvaOnde histórias criam vida. Descubra agora