The Contest - Chris e Eva

chapter eight

Algumas vezes em nossa vida é inevitável negar os laços sanguíneos que temos com pessoas de nossas famílias, mas isso não significa que só os laços de sangue é o que nos une. Muitas vezes amigos tornam-se mais nossa família que a nossa própria família, mas para Eva, seu laço sanguíneo com a mãe sempre foi e será tão forte que é quase impossível romper, ela sabe que mesmo que tenha saído de casa, ela sempre poderia ligar para mãe ou para seu pai, se ela soubesse onde ele está, é claro.

A ruiva deu uma longa respirada soltando lentamente quando se lembrou desse pequeno detalhe e abriu os olhos. Pegou sua marmita preparada na noite anterior de brócolis, macarrão e panquecas salgadas de queijo. Uma de suas comidas favoritas sem dúvida.

O dia estava super agradável para passear e tirar do armário aquele vestido cara-de-verão. E foi o que Eva fez, tirou o vestido de listras horizontais preto e branco, pôs na cintura marcando bem a mesma uma jaqueta fina jeans, para completar com um tênis preto com detalhes em branco. Claro que estava sendo precavida, levando consigo na bolsa um guarda-chuva, um cachecol e um casaco fofinho. Mas caso o tempo mudasse, suas pernas sentiriam de imediato a brusca mudança.

Como a ruiva já havia se acostumado há três semanas, ela sabia a hora exata que teria de pegar o metrô para não se atrasar. Finalmente depois de duas semanas e meia, ela e sua equipe conseguiram ver os resultados, o trabalho de todos estava indo perfeitamente, faltando só alguns pontos para que pudesse entregar. Ela se considera muito adiantada já que na semana passada Vilde quase desabou de tanto chorar no banheiro dizendo que não ia conseguir entregar a matéria a tempo porque sua equipe não estava colaborando. Eva ficou tão triste com a notícia da amiga, mesmo que ela seja a rival e Eva não a conhecesse direito, ela sentia que Vilde já estava em sua vida há anos como uma irmã caçula.

Conexões não necessitam de muito tempo.

— Bom dia, Eva.— Disse Isak quando escutou os passos atrás de si. Eva parou por um instante e olhou ao redor, ninguém na sala e Isak o primeiro a chegar? Hm... Que dia estranho, ela pensou.

— Isak? Chegou antes de todos? Aí meu Deus, hoje tinha alguma coisa importante?— Eva bateu a mão na testa pensando que realmente pudesse ter perdido alguma data especial. Ela checaria isso mais tarde em sua agenda. Isak deu uma gargalhada voltando sua atenção para o iMac sob a mesa. Eva chegou mais perto e viu que o mesmo estava mexendo no Instagram no perfil de alguém, o menino com vergonha fechou o computador correndo.

— Não precisa esconder, eu não vi nada mesmo.— A ruiva deu de ombros. — Mas me diz, por que chegou tão cedo?— Ela pôs sob mesa sua mochila tirando seu material escrito, entregando ao Isak.

— Eu já disse que eu só chego atrasado porque tenho imprevistos, como hoje não tive, cheguei cedo.— Ele pega as dezenas de folhas e analisa as primeiras. — Vou ter que digitalizar tudo isso?— Ele deixa os ombros relaxados e fecha os olhos querendo apenas estalar os dedos e tudo estar pronto.

— Sim, eu ainda não acabei, mas garanto que não tem muito mais que isso.— Ele respira e abre o aplicativo para começar a digitalizar... Eva o observa com atenção e puxa uma cadeira sentando à frente do rapaz.

— Então... Isak...— Ele para o que está fazendo e chega a cabeça um pouco para o lado tendo a visão da ruiva.

— Hm?— Ele pergunta desconfiado com o rumo da conversa.

— Então... você e a Noora em...— Eva joga uma isca e Isak cai na gargalhada alta. Ela ficou sem entender nada.

— Eu... E a Noora?... Aí meu Deus...— Ele coloca a mão na barriga dolorida de tanto rir. — Claro que não, Eva. Eu já trabalhei com ela antes em outra empresa, somos só amigos, e eu sou gay.— Eva arregala de leve os olhos castanhos. Havia passado outros pensamentos na cabeça da ruiva diante da demonstração de intimidade que parecia ter entre os dois. E depois ela pensou... E se ele conhecesse o Even? Os dois poderiam se dar bem.