13 - Daniel Turner

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Pareceu-me muito difícil acreditar que dois dias passaram tão rapidamente e que o meu pai cedeu ao pedido de ir viver com o meu namorado para outro país. Foi-me igualmente difícil de acreditar quando o meu pai se disponibilizou a falar com o reitor da minha Faculdade e lhe pediu uma transferência repentina para a Universidade do Sul da Califórnia em Los Angeles. Mas uma surpresa com a qual eu não contava, era que a Sofia se juntasse a mim nesta aventura que representava a minha mudança para um mundo novo.

– Eu nem acredito que vais mudar de país e nem me disseste nada. O que é que tens na cabeça Victória Cruz? Já não gostas de mim, é? – recordei as suas palavras de pura ofensa. 

A expressão que adoptara desarmara-me, deixando-me com um sentimento de culpa que se alastrara pelo meu corpo como uma doença. Baixei os olhos temendo que as lágrimas se soltassem das cordas que as prendiam no interior dos meus olhos.


– Sofia, foi tudo tão repentino. Eu... não me lembrei de te dizer. – confessei sinto-me a pessoal mais imbecil deste mundo.

– Esqueceste-te de mim? – a voz ecoou por todo o quarto. Apesar de julgar ser impossível, naquele momento senti-me ainda mais imbecil. A vontade de me esbofetear trespassou-me por sequer ter pensado em ter dito aquilo em voz alta. – Para tua informação, não te vais ver livre de mim.

Levantei a cabeça confusa.

– O que é que isso quer dizer? – perguntei arqueando as sobrancelhas.

– Quer dizer, que eu vou contigo. Que não te vou deixar embarcar sozinha para o paraíso. – respondeu cruzando os braços no peito emanando uma presunção desmedida.

Levantei-me imediatamente da cama para a abraçar. Não podia ter pedido um sonho melhor do que aquele. Tinha a pessoa que mais amava neste mundo ao meu lado e a minha melhor amiga para que nunca me deixassem cair. Tinha a felicidade cada vez mais perto de mim.

– E apesar de te teres esquecido, amigas em primeiro lugar sempre. – afirmou levantando o dedo mindinho para selar o pacto pelo qual a nossa amizade sempre se regera. Amigas em primeiro lugar, acima de tudo, de qualquer rapaz, de qualquer situação, de qualquer coisa que acontecesse. 

Juntei o meu dedo ao dela e selei o pacto. – Amigas em primeiro lugar sempre. Gosto muito de ti Sofia Luz. – repliquei depositando-lhe um beijo ruidoso na bochecha.

Riu-se.

– Apesar de não mereceres, eu também gosto muito de ti Victória Cruz. – respondeu abraçando-me de novo.

***

Agora estava num avião no meio de nada a caminho da minha felicidade. Não podia mentir dizendo que não estava nervosa. Afinal de contas, esta era mesmo a viagem da minha vida e não havia nada que eu pudesse fazer para evitar a tristeza que se apoderara dentro do meu coração quando tive de deixar os meus pais e o meu irmão para trás no Aeroporto.

– Tudo vai ficar bem.– a voz do Seth chegou-me aos ouvidos interrompendo o meu devaneio constante desde que embarcáramos. A Sofia dormia com a cabeça apoiada no meu ombro e da última vez que tinha reparado, o Seth observava as nuvens a partir da janela do avião. 

Passei o meu dedo pela cara dele e puxei-a para mim beijando-o.

– Eu sei. Desde que estejas comigo, tudo vai ficar sempre bem. – murmurei contra os seus lábios quentes.

Tinha de ficar tudo bem, afinal de contas eu tinha deixado tudo aquilo que construíra para viver para ele. Mas analisando bem a questão, nada do que tinha fazia realmente sentido se ele não estivesse comigo. E eu tinha todas as certezas que iria atrás dele para onde quer que fosse. Porque ele conquistara-me no primeiro momento em que os seus olhos penetraram os meus levando-me a confessar-lhe o teor do meu coração naquele momento. Naquela magnifica sala de conferências do Hotel Pestana Palace.

Por um MomentoOnde histórias criam vida. Descubra agora