Parte 1

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Estarei postatando uma história que li faz um tempo e adorei ela, a história não é minha ja quero deixar claro isso. Obrigado, boa leitura. Eu ja tinha começado ela, mais deu um erro e excluiu (Já tinha postado parte um e dois) Resolvi colocar as duas em uma só.

Amar contra o destino – Capítulo I

Eu não escolhi ser gay, bem como também não decidi amar, distúrbios de uma mente adolescente em crise me provocaram reações diferentes e inovadoras para mim, eu não escolhi ser órfão de pais, bem como também não decidi culpar Deus e o mundo por isso. Quis o destino? Não sei. Muitas coisas demoraram e ainda demoram em se encaixar em minha mente, mas não estou nem aí, até aqui suportei. Sempre segui uma filosofia de esquecer tudo aquilo que não deu certo ontem, porque hoje é um outro dia. As coisas mudam, às vezes para melhor, às vezes para pior, mas isso na maioria das vezes depende apenas de nós. Sou Bernardo e aqui começa a minha história.

Aos 15 anos de idade perdi os dois maiores amores da minha vida. Meu pai e minha mãe. Um louco, que se sentia rei das estradas, na vida era ele e seu caminhão, rodando dia e noite, usando e abusando de anfetamina, uma espécie de êxtase para se manter acordado e cumprir seu cronograma de entregas. Em uma curva fechada e perigosa às duas horas da madrugada, esse caminhoneiro dormiu ao volante, atravessou a pista e acertou de frente com o carro que estavam meus pais, o carro ficou completamente destruído, e meus pais? Pois é morreram na hora, e o caminhoneiro? Sofreu alguns arranhões e fraturou um dos braços. E tudo isso a menos de 100 km de casa, meus pais voltavam de viagem naquela ansiedade após ficar longe 15 dias de seus filhos. Minha família passou a ser eu, meu irmão Augusto de 13 anos, meu avô Zeca e minha avó Ana Maria. 

Foram 3 anos muitos difíceis após a morte de meus pais, eu e Augusto que antes vivíamos brigando, passamos ser um o apoio do outro. Eu era aquele garoto calado, magricelo, nunca me considerei bonito, com poucos amigos, quer dizer quase nada de amigos, rejeitado pelas meninas, bv e virgem. Eu tinha sonhos, eu tinha pesadelos, por cada canto de minha casa via meus pais, na cozinha a minha mãe, no escritório, na sala o meu pai, era inevitável olhar e não chorar, impossível não lembrar das comidas gostosas que minha mãe fazia, e das brincadeiras e dos conselhos do meu pai e não me emocionar. O fato de não superar a morte de meus pais, não ter amigos, e não ser amado me fizeram ser revoltado.

O único amigo que eu tinha de verdade era o Ricardo, ao contrário de mim, corpo másculo, alto, cabelos pretos cacheados, olhos azuis como céu, um verdadeiro galã, sucesso com as meninas, e rodeado de amigos. Estávamos iniciando o segundo ano do ensino médio, eu com 16 anos e ele 17. Ricardo sempre foi meu amigo, mas aqueles amigos de jogar vídeo game em casa, tocar violão, fazer alguns trabalhos já que eu era o nerd da turma e ele o malandro, nada além disso, após o acidente com os meus pais, e com os muitos deboches que eu sofria na escola, ele se aproximou mais de mim.

Comprava briga com quem fosse que me enche-se, quantas vezes apanhei dos brutamontes do colégio, perdi as contas, mas agora ai de quem ousa-se, Ricardo passou a ser meu protetor, e meu conselheiro. Em casa estava chorando como sempre de saudades de meus pais, e pela tristeza de ser um desastre em pessoa. Ouço minha porta abrir e alguém se aproximando de mim, me envolvendo em seus braços e dando aquele abraço que me confortava e fazia esquecer todos meus problemas, enxugando minhas lágrimas com sua mão.

- Não chora Bê. Estou aqui.

- Eu queria não chorar Ricardo, mas não consigo.

- Quer saber, passou da hora de você mudar e dar a volta por cima.

Amar contra o destinoOnde histórias criam vida. Descubra agora