Parte 4

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Amar contra o destino - Capítulo 4

O beijo era doce, sem violência, podia sentir em minha boca o movimento em câmera lenta da língua do meu irmão. O que acontecia comigo? Não sei. Aliás nem beijar eu sabia, era bv ainda, perdi o bv com meu maninho que legal, não foi como eu planejava. Também, como eu planejaria perder com meu irmão, aos poucos fui me recompondo e quando vi a cagada que eu estava fazendo, única ação que tive foi de empurrar o Augusto, fazendo-o cair no chão.

- Augusto agente não devia ter feito isso.

- Calma maninho - Disse ele já se levantando do chão - Não sei o que aconteceu comigo.

- Sai do meu quarto Augusto. - Eu disse sem conter meu choro.

- Calma Bê, vamos conversar.

- SAI AGORA DAQUI AUGUSTO. - Disse gritando e com uma afeição de raiva.

Após meu grito, o Augusto sai do meu quarto, e não pude deixar de perceber as lágrimas que já caiam do rosto do meu irmão. Eu não estava com raiva do Augusto, muito pelo contrário, eu estava com raiva é de mim mesmo. Única coisa que fiz foi apagar a luz do meu quarto, deitar na minha cama e "tentar" esquecer o que aconteceu. O que não aconteceu, não conseguia dormir e muito menos esquecer, o remorso começou a bater em minha consciência começando á pesar, não agi certo com meu irmão, se eu estava confuso, será que ele também não estava? As 2 da manhã eu resolvi ir até o quarto do Augusto. Ele estava dormindo, sentei na cama ao seu lado e passando a minha mão em seus cabelos, ele dormia feito um anjo. Aos poucos ele foi dando sinal que estava acordando, acendi o abajur e o beijei no rosto.

- Que você está fazendo aqui Bernardo? Suma vai.

- Calma Guto, me desculpa por aquela hora, eu estava de cabeça quente.

- Só você tem o direito de ficar de cabeça quente? Só você pode se sentir mal pelo que aconteceu caralho? Vaza Bernardo.

- Eu agi errado eu sei, me desculpa.

- Bê eu não sou gay, não sei o que aconteceu.

- E você acha que eu sou? Aliás nem sei o que eu sou Augusto.

- Bernardo, eu te desculpo, agora vai dormir, refrescar a cabeça amanhã agente conversa.

- Tudo bem, boa noite Guto.

- Boa noite.

Saí do quarto mais aliviado, eu confesso, por ter me acertado com o Augusto, mas ainda aquela sensação e aquele beijo tinha muito a ser explicado. Voltei para minha cama e consegui dormir, acordei com meu avô gritando da porta: "Acordo garoto, não vai pra aula não?" - É minha gente, meu avô sempre foi uma simpatia em pessoa. Acordei tropeçando tudo correndo para o banheiro, tomei o banho mais rápido possível vesti o uniforme e fui correndo pra escola, nem café da manhã tomei, realmente estava atrasado, e o Augusto nem pra me acordar, já tinha ido pra escola e nem me esperado. A escola é perto de casa, então sempre fomos e voltamos a pé, até porque carteira de motorista faz tempo que tiraram das mãos do meu avô, e com certeza é um risco a menos nas ruas. Cheguei na escola e o portão por sorte ainda estava aberto, mas o sinal já havia tocado e todos já haviam se recolhidos para a suas salas, subi as escadas, pedi licença para a professora Tereza de Português que estava dando aula, e entrei. O que um corte de cabelo diferente, e uma afeição melhor não faz, todos olhavam para mim, logo avistei o Ricardo e minha carteira bem a sua frente vazia à minha espera. Sentei e ele veio cochichando em meu ouvido.

- Nossa, ta arrasando em.

- Para, assim você me deixa sem graça

- haha, adoro.

Amar contra o destinoOnde histórias criam vida. Descubra agora