Amar contra o destino - Capítulo 9
Acordei com muita dor no corpo, em um quarto branco que já estava me apavorando. Estava meio tonto ainda e escutei a voz de uma mulher me chamando.
- Sr. Bernardo?
- Onde é que eu estou?
- Você está em um hospital, sofreu um acidente.
Quando ela disse isso, me veio à lembrança do atropelamento, o som da buzina e da freada não saía da minha cabeça. Fiquei agitado, tava com dor.
- Como você está se sentindo?
- Com dor. - Disse tentando me levantar.
- Ei. Calma aí garotão, não se levanta rápido assim, por sorte o impacto não foi tão forte, não houve fraturas, mas você está com luxação por todo corpo, é normal sentir dor, já está na hora de uma outra dose pra aliviar.
- Cadê minha vó?
- Vou chamar ela para você, o médico também já vem falar com você.
Realmente sentia dor por todo corpo, as pernas, os braços, não tinha forças para levantá-los. Logo chegou minha avó e o Augusto, quando os vi fiquei muito feliz, pois eram minha família.
- Oi meu filho como é que você está se sentindo?
- Com dor vó.
- Ei maninho, você quase mata agente do coração, não faz mais isso. - Disse ele me abraçando.
- Aiii, TA DOENDO PORRA. - Que dor desgraçada.
- Desculpa Bê, desculpa - Disse o Augusto todo preocupado.
- Tá tudo bem maninho, só vai com calma na força aí haha.
- Meu filho você precisa repousar o médico disse, mas tem um garoto querendo falar com você.
- O Rick vó?
- Não filho, é um Guilherme.
Quando ela disse me lembrei, por culpa dele estava ali nessa cama, todo dolorido.
- Não quero falar com ele vó.
- Mas Bernardo, ele está desesperado lá fora, ele disse que se algo de ruim acontece-se com você, ele iria fazer uma besteira.
Na hora que minha vó disse isso, me lembrei que sua mãe havia morrido, e o quanto deveria estar se culpando por meu atropelamento.
- Tá certo vó, chama ele aqui, eu gostaria de conversar a sós com ele.
- Só antes Bê, você perguntou do Rick, eu liguei pra ele agora pouco ele já esta vindo ta? - Disse o Augusto.
- Valeu maninho.
Eles saíram e não demorou muito o Guilherme entrou no quarto, percebi seus olhos inchados de tanto chorar com certeza, quando me viu, ficou paralisado na porta.
- Vem cá Guilherme.
Ele se aproximou de mim, e ficou me olhando, parece que queria falar alguma coisa mas não conseguia. Ele pegou minha mão e acariciou, eu logo tirei, e fiz uma cara de: "Vai logo, fala". Ele entendeu o recado e começou a falar:
- Desculpa Bernardo, não sabia que você perdeu seus pais, fui ignorante com você quando disse que não fazia idéia do que eu estava sentindo. Não era pra você me seguir, não era pra você estar aqui nessa cama, nesse hospital. - Seus olhos encheram de água.
- Eu te entendo, minha primeira atitude quando perdi meus pais foi se revoltar, com todos e com tudo, e se eu te segui, se eu fui atrás de você, é justamente porque eu sabia a dor que você estava sentindo.
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Amar contra o destino
RomanceConta história de um garoto gay que perde os pais em um acidente e passa a morar com os avós, junto com seu irmão mais novo. E o mesmo tem um amigo, que o ajudou em tudo. E através dessa amizade nasce um amor incontrolável. Porém ao descobrir que o...