Parte 7

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Amar contra o destino – Capítulo 7

Uma noite mágica, diferente e muito nova para mim. Não sei o que seria depois daquilo. Fiz minha higiene pessoal e fui tomar café. O Augusto se quer olhava para mim, e não respondeu ao meu bom dia. Minha avó percebeu o clima entre nós e puxou nossa orelha.

- Não estão crescidos o suficiente pra pararem de brigas?

- Fala isso pro teu neto vó. – Eu disse fuzilando o Augusto.

- A não me enche o saco Bernardo. Fui – Ele beijou nossa vó e saiu para o colégio.

- Que aconteceu entre vocês posso saber? – Disse minha vó tirando a mesa do café.

- Bobeira dele vó, você conhece o Augusto. Já vou indo também, beijo.

Peguei minha mochila e fui para escola, entrei na sala e percebi que o Rick estava cochilando na mesa. Me aproximei.

- Ei que sono é esse?

- Não dormi nada a noite.

- Por quê?

- Passei a noite toda observando um anjo dormir.

Não consegui falar nada, as palavras não saía, apenas sentei em meu lugar, logo a professora entrou, e a aula rolou normalmente até o intervalo. Ficamos por últimos a sair da sala.

- Vem comigo.

- Onde Rick?

- Um lugar especial.

Não disse nada, apenas o segui. Ele me levou para um pequeno terraço ao fundo da escola, um lugar até então desconhecido para mim.

- Que lugar é esse em?

- Aqui era a biblioteca antiga, aí fizeram a nova e aqui usam apenas para despejo.

- E por que me trouxe aqui?

- Por que estou louco pra fazer isso.

Ele me beijou, aos poucos fomos sentado no piso sem parar o beijo. Meu coração batia cada vez mais forte por Ricardo, e paixão era pouco para o que sentia. Ele abriu suas pernas e me sentei entre elas apoiando minhas costas em seu peito, era confortável, ele fazia carícias em meu rosto, em meu cabelo entre beijos e selinhos, queria passar resto da minha vida assim, ficamos calados apenas curtindo o momento por uns 3 minutos até eu falar com ele:

- Rick.

- Que foi Bê?

- Você terminou mesmo com aquela menina?

- Sim, eu terminei Bê.

- Hum – Voltei a me aconchegar em seus braços.

- Por quê?

- Eu quero.

- Quer o que?

- Namorar com você.

Ele ficou quieto, eu esperava outra reação de sua parte, me virei de frente com ele, segurei seu rosto com minhas mãos e falei novamente:

- Eu quero namorar com você, ouviu?

Ele novamente ficou quieto, parecia não estar ali nesse momento, até abaixar sua cabeça.

- O que foi Ricardo? Você me pediu em namoro, eu to aceitando poxa, você não quer mais?

- Não é isso Bê, eu quero muito namorar com você.

- Então o que é?

- É que... – Toca o sinal. – Depois eu falo, vamos voltar.

Eu apenas concordei, mas por que ele tinha ficado estranho quando aceitei o pedido de namoro? Não sei, mas eu iria saber. Voltamos para sala, e tivemos mais duas aulas muito chatas até o próximo intervalo. Eu queria falar com ele sobre o assunto, mas ele não quis, fomos comer alguma coisa e depois jogar bola. Dessa vez um jogo diferente, era até o time fazer o gol, o que tomar sai para a entrada de outro time. Não estava muito inspirado para jogar então fiquei só observando mesmo. Como o Bruno não havia faltado time deles estava completo. Estava observando o jogo até sentir alguém sentando ao meu lado puxando papo comigo.

- Eaí, não vai jogar hoje não? – Disse Guilherme

- Não, fica só olhando mesmo.

- Vem jogar com a gente então? Ta faltando um.

- Não to muito afim Guilherme.

- Por favor cara, só pra preencher a equipe.

- Então ta.

- Êêêê, qual teu nome mesmo guri?

- Bernardo.

- Vai ser muito bom ter você no time Bernardo.

Nisso o time formado pelo Ricardo, João Paulo, Thiago, Bruno e Wellington fizeram um gol no outro time e entramos na quadra. Quando Ricardo percebeu que eu iria jogar contra eles, veio falar comigo.

- Você vai jogar com eles?

- Sim, não posso?

- Pode. – Percebi seu olhar de raiva para mim, mas não estava nem aí, era apenas um jogo.

Jogo foi muito truncado, consegui dominar a bola na defesa, passar pelo Ricardo e pelo João Paulo e servir para o Guilherme que encheu o pé de longe, sem chances pro Wellington. Guilherme e os outros vieram até mim e rolou um abraço comunitário. Ricardo olhou com uma cara para mim, de um jeito que jamais havia visto. Deu tempo para mais um jogo e ganhamos novamente com gol do Guilherme, mas dessa vez não participei. Terminando já saía da quadra até o Guilherme vir correndo até mim.

- Bem que você podia trocar de turma né. Seria muito bem vindo em nosso time.

- Haha valeu Guilherme, mas não posso.

- Beleza, você joga muito bem viu, não deixa eles te deixar de fora.

- Eu que não quero jogar é diferente.

- Pois deveria, você tava triste, foi só começar a jogar que ficou animado.

- Haha, impressão sua, vou indo nessa, falow.

- Beleza, falow.

Diferente de que muito falavam, Guilherme não era esse cara metido, aliás muito simpático. Não consegui encontrar o Ricardo na quadra e fui até o banheiro, onde vi ele molhando o rosto. Me aproximei.

- Eai joguei bem?

- Que história essa de jogar com os idiotas do A? – Disse o João Paulo saindo de um dos banheiros.

- Eita, é crime agora, e to falando com o Ricardo.

- Escuta aqui seu palhaço – Disse ele me prensando na parede do banheiro.

- Solta ele JP – Disse o Ricardo.

- Vai proteger agora esse traidor?

- Solta ele eu já disse.

- Ah vão a merda vocês dois. – Disse ele me soltando e dando um soco na parede a centímetros de mim, e saiu do banheiro.

Olhei fixamente para o Ricardo, ele tentava desviar o olhar.

- Rick, desculpa ter jogado com eles.

- Para de besteira Bernardo, você jogou bem viu.

- Valeu, não ta chateado mesmo?

- Não.

- Então por que você me olhou com raiva na hora do jogo?

- Você não quis jogar com agente e foi pro lado deles, queria que eu sorri-se?

- Haha, sabia que tava brabo. Não queria tirar ninguém do time, e tava faltando um na equipe deles.

- Tá bom Bê não vamos discutir por isso, vamos voltar?

- vamo.

Voltamos para sala sem falar nada, na última aula chegamos a fazer um trabalho de história em dupla, que não terminamos e ficamos de entregar na próxima semana. O Rick me acompanhou até em casa e no caminho conversamos sobre o assunto tocado e parado no primeiro intervalo.

- Rick, porque você não disse nada quando eu disse que aceitava namorar contigo?

- Pra te proteger.

- Proteger de que Ricardo?

... Continua

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