Parte 3

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Amar contra o destino – Capítulo 3

... Entramos e ele me ensinou alguns aparelhos, outros aprendi pelo instrutor, e acabei ficando com meu corpo todo dolorido, mas valeria o esforço. Eu e Ricardo fomos para o vestiário, tomei uma ducha, ao sair dou de cara com ele que estava me olhando fixamente, nossos olhos brilhavam, e aquela sensação novamente me tomava. Nossos rostos se aproximaram, podia sentir sua respiração ofegante, era único som que ouvia, tirando claro o da musica ambiente que tocava na academia, fomos ficando cada vez mais próximo até alguém entrar no vestiário, nos fazendo acordar de todo aquele momento que tanto eu como ele ficamos sem entender, terminei de me aprontar e saí do vestiário sem falar com o Ricardo que logo veio atrás de mim.

- Bê, espera aí também vou.

- Vai onde?

- Embora

- Ah ta.

Saí da academia e fui pra minha casa o Ricardo me acompanhou, pouco nos falamos no caminho, chegando em casa, paro no portão e me despeço do Ricardo com um aperto de mão, mas ele não se contenta e me puxa para um abraço apertado, ao separar rolou um ar sem graça de que foi isso? Dei boa noite a ele, e entrei em casa direto pro meu quarto, troquei de roupa e desci para comer alguma coisa, meus avos já estavam dormindo, sete da noite e os velhinhos já se recolhem, enquanto eu preparava um sanduíche com resto do frango do almoço o Augusto chegou me abraçando por trás e dizendo:

- Também quero.

- Tá, então faz um suco pra gente.

Terminei de preparar os sanduíches e sentei na mesa com o Augusto, ele me olhava bastante, e eu não respondia nada, estava ficando incomodado já até ele resolver tocar em um assunto:

- Bê posso te fazer uma pergunta?

- Já fez.

- Outra então?

- Já fez outra.

- Ah porra, é sério Bernardo.

- To zuando maninho, fala aí.

- Bê, que está rolando entre você e o Ricardo?

- Na...da, porquê? – Respondi meio que gaguejando, surpreso com a pergunta.

- Eu vi o abraço de vocês dois ali na porta, meio suspeito.

- Não posso abarcar meu amigo agora?

- Pode, mas que foi suspeito foi.

- Cala a boca idiota e come aí.

Terminei de comer, eu fechei a cara para o Augusto e ele notou, lavei o prato e o copo e fui para meu quarto. Comecei a mexer no computador, coloquei uma música para escutar, selecionei algumas pastas para tocar, e a primeira música que toca: Bring Me To Life – Evanescence. Eu ouvi a música tocar, eu deparo minha vida como a da música, e o Ricardo pra me acordar para a vida, comecei a chorar e as lágrimas já eram inevitáveis. Decidi dormir depois disso, deitei minha cabeça sob o travesseiro e ainda chorando e pensando em Ricardo eu adormeci. Foi uma noite maravilhosa, não tive pesadelos, e acordei sorrindo, melhor maneira de começar o domingo, fiz minha higiene pessoal e fui para cozinha tomar meu café sendo guiado por um cheirinho delicioso de pão de queijo da vovó recém tirado do forno.

- Bom dia vózinha, bom dia vô. – Disse beijando cada um na bochecha, me sentei na mesa e vejo Augusto sentado, e digo: - Bom dia Augusto.

Tomei meu café e fui correr, tava gostando disso, voltava mais disposto pra casa, com mais energia. À tarde o Ricardo me ligou me chamando para ir a um clube para jogar bola. Fiquei com receio, mas quando ele disse que ia só nos dois eu me tranqüilizei e aceitei. Ele estava muito lindo, e essa foi a primeira vez que isso veio à minha cabeça, eu o achava atraente, charmoso, mas lindo? Nunca passou na minha cabeça achar um homem lindo. Minhas conturbações sempre me prejudicaram quanto o assunto era minha sexualidade, e eu me considerava hétero. Jogamos bola, aprendi mais umas coisas, e já estava jogando bem, não tão bem como o Ricardo, mas pelo menos já sabia chutar ao gol. Antes de voltar pra casa, passamos na lanchonete do Clube para comprar um sorvete, chegando lá, dou de cara com Adriana. A Adriana é uma menina da nossa sala, ela tem uma paixão nem um pouco escondida pelo Ricardo, ao me ver diferente ela se assustou.

Amar contra o destinoOnde histórias criam vida. Descubra agora