Parte 18

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Amar contra o destino - Capítulo 18

... Eu e Ricardo apenas nos olhávamos, o que eu sinto por ele é muito forte. Nossos olhares ficaram estáticos, minha vontade era de esquecer tudo, de pular no seu colo e dizer: "Eu te amo", mas não podia, ele pediu um tempo, antes de qualquer coisa iria respeitar seu pedido. Ficamos em silêncio apenas nos olhando, como sabia que de sua boca não sairia nada e com certeza ficaríamos o resto do dia ali parecendo dois bobos que nunca se viram se encarando, resolvi ceder:

- Desculpa por ter feito aquilo mais cedo Ricardo.

Ele se aproximou um pouco mais de mim, seus olhos brilhavam em minha direção, ele chegou mais perto... E mais perto, até ficarmos um passo do outro.

- Eu desculpo Bê, claro. - Disse ele sorrindo e chutando minha perna.

- Ahhhh. - Que dor filha da p...

- Agora eu desculpo de verdade mesmo.

- Eu te odeio Ricardo - Disse isso voando no pescoço dele.

- Tem certeza que me odeia? - Perguntou ele tirando minhas mãos de seu pescoço e aproximando seus lábios dos meus, senti sua respiração, seu hálito, ele me puxou pela cintura fazendo nossos corpos ficarem colados. Seus lábios tocaram de leve os meus. A princípio tentei recuar.

- Para Ricardo.

- Não paro, sei que você quer, e eu também quero. - Disse ele me beijando, e dessa vez me entreguei aos desejos, aquele beijo era gostoso, era quente, sua boca uma delícia, sempre foi, macia e quente. Parecia tudo perfeito, até minha mente pregar uma peça e "Acho melhor agente dar um tempo" por que minha cabeça gostava de fazer isso, na hora que me veio na mente, parei o beijo, mas ele não queria desgrudar e sequer tirar sua língua de dentro de mim, sem dó nem piedade mordi sua língua pra que assim tira-se.

- Ahhhhh seu... Por que fez isso Bernardo?

- Acho que faz parte do melhor dar um tempo querido.

- Vai dizer que não gostou?

- Isso não vem ao caso Ricardo, você quis um tempo, seus pais não querem agente juntos, por que veio aqui fazer isso? Por que me beijou? Já não basta eu estar sofrendo demais por conta dessa situação.

- Bernardo para de ser egoísta, acha que também não sofro com tudo isso? Pelo jeito deve pensar que to adorando ficar longe de você.

- Egoísta Ricardo? Vá a merda viu, quem é você pra vir me dar lição de moral sobre egoísmo? Dá-me paciência mesmo.

- Qualquer coisinha você sai correndo, você só sabe sair correndo, não sabe enfrentar os problemas, não sabe conversar, tem que sair correndo, vai sair correndo agora também?

- Não sei enfrentar os problemas? Tem certeza que é pra mim isso que disse? Você é um babaca mesmo, você que não sabe enfrentar os problemas, você só pensou em você nessa merda toda, e eu? Pensou em mim? Claro que não o idiota aqui sofre por você, e você com medinho do papai e da mamãe virou um covarde, tem medo de perder o luxo da sua casa? O quê me diz, to curioso? Por que medo de me perder sei que você não tem, aliás nunca teve não é? - Disse me virando.

- Cala boca Bernardo. - Disse ele com raiva segurando meu braço com uma de suas mãos me virando para ele, e com a outra mão levantada para me bater.

- Vai me bater agora? Vai me bate, vai aliviar sua raiva? Se é homem me bate Ricardo. - Ele abaixou a mão e soltou meu braço - Sabia que não era homem suficiente pra isso. - Disse isso, ele voltou a erguer sua mão fechada acertando em cheio meu rosto, meu olho, meu nariz. A dor, o impacto foi forte que cheguei a cair no chão, passei minha mão em meu rosto e vi que sangue, não conseguia acreditar naquilo, doía muito, mas a dor mais forte é a que sentia no coração, parece que alguém havia enfiado uma faca e girado em 360º milhares de vezes, doía demais, como ele pôde fazer isso comigo?

Amar contra o destinoOnde histórias criam vida. Descubra agora