Novo Lar

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Kaira estava eufórica para chegar em sua nova casa e a fantasia começara quando aquele enorme homem com rabo a ergueu nos braços

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Kaira estava eufórica para chegar em sua nova casa e a fantasia começara quando aquele enorme homem com rabo a ergueu nos braços. Ela não prestou atenção em nada que eles falaram para a sua avó, apenas conseguia focar na cauda que, levemente, se agitava para alguns lados.

Suas mãozinhas coçaram para o segurar, mas a última vez que pegara no rabo de um cachorro — um animalzinho de rua — ele não reagiu muito bem.

Pensativa e quieta, Kaira arquitetava um bom plano para pegar o enorme homem de surpresa, pois sempre que se aproximava ele a avaliava e ela abria um sorriso sapeca.

— Ah, minha menininha, não acredito que está indo embora! — a avó beijou as bochechas dela e Kaira soltou alguns risinhos animados. — Imagino que esteja animada para conhecer a sua nova casa... — a voz da mais velha foi se tornando quase um murmuro. — Mas tome cuidado, sim? Não saía correndo para dentro da floresta como faz aqui, são lugares diferentes e com... hum, pessoas diferentes.

— Eles são Novas Espécies — Kaira murmurou de volta, como se nem os Novas Espécies soubessem disso e seus olhos azuis brilharam ainda mais, como se fosse possível. — Nós os vimos na televisão, vovó, eles são tão legais e grandes!

— Pode ser — a avó suspirou e sorriu, ajeitando a bolsinha de gato rosa que Kaira insistia em carregar consigo mesma para todos os lados. — Tome cuidado e não se esqueça de me mandar mensagem todos os dias.

— Sim, senhora!

— Certo, vamos descer e encontrar seus pais.

De repente, Kaira parou e seus olhos miúdos se encheram de lágrimas, surpreendendo sua avó.

— O que houve?

Ela olhou timidamente para a mais velha e deu um passo à frente, meio duvidosa.

— Eu nunca tive um pai.

Inúmeras dúvidas brotaram em seu coraçãozinho. Sempre tivera a mãe e a avó, mas nunca um homem para chamar de pai e agora estava indo embora com um que ficaria com sua mãe. Eles estavam casados.

Ela não entendia muito como era estar casado, mas sabia que eles ficariam juntos para sempre.

— Bom, ele vai cuidar da sua mãe e de você.

— Posso chamar ele de pai? — perguntou, esperançosa.

— Ah, querida — a avó coçou o cabelo e abriu um sorriso contido. — Apenas quando você achar que deve, dê um tempo ao homem — a velha revirou os olhos. — Vai assustá-lo.

— Ele não me parece alguém que se assusta facilmente, gatos são inteligentes!

— Claro, claro...

Não adiantava discutir com aquele pequeno furacão, por isso a senhora empurrou ela para fora do quarto e juntas elas desceram as escadas, voltando até a sala onde os outros as esperavam.

Noble - Novas EspéciesOnde histórias criam vida. Descubra agora