Sob a mira

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Cinco anos depois

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Cinco anos depois

Kaira correu pela chuva e vento, forçando seu corpo sempre para frente e sem parar. Não podia estagnar, tinha certeza de que se o fizesse seria levada pela força do ar, cujo barulho estrondoso nem ao menos a deixava ouvir as ordens de Trey enquanto descia do veículo utilitário.

Seguia apenas o par de coturnos escuros de Noble em sua frente, salpicando água para todos os lados conforme pisava nas poças, incapaz de erguer a cabeça e enfrentar a tempestade que assolava o Sul da Califórnia há dias.

O vento rugiu e a chuva forte pareceu ficar ainda pior, cada pingo em seu rosto se assemelhava aos açoites de um chicote, mas aqueles riscos escuros em frente aos seus olhos eram apenas os fios de seu cabelo, uma desordem castanha e molhada.

De repente, Noble pulou para frente e braços fortes a seguraram por trás, sabia que era Aaron porque ele estava atrás dela na fila, ele a ergueu do chão e a passou para outros braços.

— Peguei! — Noble disse em voz alta e por algum motivo pressionou a cabeça dela para o chão, ela apenas deixou que ele a levasse como uma boneca.

Ele a deixou no chão depois e Kaira suspirou, sentindo-se aliviada por poder ouvir e enxergar melhor.

— Que inferno está lá fora — resmungou e olhou a entrada deles. A garagem do fundo da construção, um nível acima do terreno e com a porta de aço praticamente fechada. Deixaram apenas um vão estreito para quem estivesse do lado de fora pudesse entrar. Nunca acharia aquela entrada sozinha, não no meio daquela ventania. — Por que não entramos pela porta da frente?

— Estão lacradas pelo lado de dentro, ninguém sai e ninguém entra, ao não ser por aqui — Trey explicou. — O armazém não vai abrigar mais pessoas, já está super lotado, os outros vão ser mandados para os edifícios vizinhos.

Ela entendeu.

Noble apoiou a mão em sua costas e eles seguiram em frente, todos em silêncio e conforme entravam nos níveis inferiores do prédio, no primeiro andar, Kaira pode ver as pessoas esparramadas pelo chão e algumas em macas brancas; mães apoiando suas crianças, pais com filhos nos braços, soldados e médicos andando para todos os lados, civis solitários ajudando na distribuição de cobertores e bebidas quentes.

Trey e Aaron tomaram um caminho à direita, deixando os grandes pacotes que carregavam no chão e cada um partiu para um lado. Trey se juntou a um grupo de pessoas e Aaron seguiu reto pelo armazém de teto alto e grandes janelas, subiu os degraus da escada amarela e entrou no mezanino metálico e praticamente todo fechado, cuja vista dava para o interior da construção. Ela apostava uma bebida quente que os computadores estavam lá.

Kaira juntou um monte de cabelo e amarrou para trás, ignorando o modo como estavam molhados, não muito diferente do uniforme azul que estava usando.

Noble - Novas EspéciesOnde histórias criam vida. Descubra agora