Pontos Vitais

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— Eu posso fazer o que quiser — declarou em voz alta, encarando seu próprio reflexo no espelho

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— Eu posso fazer o que quiser — declarou em voz alta, encarando seu próprio reflexo no espelho. O roxo na bochecha não fez com que se sentisse menos forte. Era só uma marca, uma lembrança por ter demonstrado fragilidade, por ter falhando em se proteger. Um símbolo que mostrava o quanto precisava melhorar.  — Só preciso me esforçar.

Kaira colocou um chiclete na boca e jogou o papel no lixo, deixando o banheiro feminino da academia.

Era tarde do dia e ela tinha bastante tempo para treinar, levando em consideração que entregara seus trabalhos da faculdade. Caminhou despreocupada pelo prédio, seguindo até o fundo onde estavam as paredes de escalar e o ringue logo a frente. Usava roupas folgadas e confortáveis, mais do que pronta para continuar de onde parara.

— K. — Aurora sorriu gentilmente ao vê-la, o calor daquele gesto chegando em seus olhos, cuja cor verde-amarelada brilhava. — Pronta?

— Nasci pronta, irmãzinha.

Ao invés de subir no ringue, como sempre fazia quando estava com Trey e Breeze, ela foi para atrás dele, em um espaço amplo e liso, com um único boneco de pancada no meio. Ele era bem realista e estava novinho, ninguém ali o usara em todo aquele tempo.

Eles não precisavam, então Kaira o adotou.

Olhou a pele de borracha e sorriu, circulando o objeto que era maior do que ela; braços, pernas e cabeça. Era perfeito para o que ela queria fazer.

— Nós precisamos dar um nome para ele, o que acha?

Aurora encarou bem o rosto do boneco. Não era bonito. Parecia que o nariz dele fora quebrado no passado, era careca e com uma boca de alguém que nunca sorria, levemente curvada para baixo. Não era o tipo dela, de qualquer modo.

— Ele tem cara de Franklin.

— Franklin? — ela não fazia ideia de onde Aurora tirou aquilo. — Tipo Benjamin Franklin? Ele não tem cara de cientista ou diplomata. Tem cara de quem levou uma surra e comeu comida estragada no almoço.

— Sei lá, só pensei nesse nome, não no Benjamin Franklin. Talvez William Franklin, mas ele era advogado, não acho que ele lutou.

Kaira riu.

— Já que estamos falando de políticos, que tal Thomas Jefferson?

— Por quê Thomas Jefferson? — Aurora perguntou.

— Assim eu vou poder bater na cara do homem que deixou de incluir as mulheres na constituição!

Aurora balançou a cabeça, rindo.

— Parece bom, vamos chamá-lo de Thomas Jefferson então.

— Jeff para os íntimos — Kaira brincou. — Agora vamos começar!

A irmã se sentou na beirada do ringue e abriu o livro de luta. O Kyusho, junto com as técnicas de Tuite, poderiam ser descritas como as habilidade de manipular os pontos vitais de um adversário, de modo que ela poderia neutralizar um ataque e manter o controle sob o individuo, dominando a situação.

Noble - Novas EspéciesOnde histórias criam vida. Descubra agora