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Eu passei a noite com Mitchy Collins.

Como isso foi acontecer? Nem todo o álcool do mundo faria com que Mitchy se tornasse alguém desejável. Ele não era bonito, nem meigo, muito menos divertido.

Eu era uma idiota inconsequente! E não apenas pelo fato de ter transado com ele na noite anterior – sem ter a ideia se foi algo consensual ou se usamos algum tipo de proteção –, era quase pior do que isso!

Ele foi o vigésimo. Ele foi o vigésimo!

Enquanto tentava me lembrar da noite passada, me ergui do chão sujo do banheiro para lavar o rosto. Me senti tão envergonhada pela minha falta de controle que não conseguia nem mesmo me olhar no espelho.

E se eu estivesse destinada a ele? E se a noite passada era apenas um sinal, dizendo que Mitchy não era o porco que eu sempre pensei que fosse, mas em vez disso, um cara legal que precisava apenas de um corte de cabelo, um longo banho e uma reformulação de caráter?

Depois de abrir cuidadosamente a porta do banheiro, eu avistei-o deitado na cama, com a respiração pesada. Fiquei pensando se eu seria capaz de me apaixonar por ele como aconteceu com os outros. Observei-o se virar na cama algumas vezes e coçar o traseiro, logo depois, levar os dedos até o nariz... cheirando!?

Isso definitivamente respondia minha pergunta. Que nojo!

Quando consegui fugir de Mitchy – usando o noivado de Keiko como desculpa –, peguei o primeiro táxi que virou a esquina, rumo ao meu apartamento, que ficava no quarto andar de um dos prédios de Brackridge

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Quando consegui fugir de Mitchy – usando o noivado de Keiko como desculpa –, peguei o primeiro táxi que virou a esquina, rumo ao meu apartamento, que ficava no quarto andar de um dos prédios de Brackridge.

Quando cheguei ao meu andar, desabei no chão, exausta, mas repentinamente, a porta do apartamento vizinho se abriu com certa violência, me assustando. Antes que conseguisse me levantar, três homens – dois deles vestindo uniformes da polícia local –, saíram de lá.

— Acho que seu filho não foi o único a se meter em encrenca na noite passada... - disse um deles, rindo.

Enquanto me esforçava para levantar, meu vizinho apareceu na porta, vestindo apenas uma cueca boxer preta e uma camisa branca de botões. Passando os dedos pelos cachos escuros e desgrenhados, ele abriu um sorriso largo quando percebeu que eu estava ali.

— Ah, não ligue pra ele... - disse Calum, com seu forte sotaque estrangeiro. — Ele 'tá brincando!

Eu sorri e cumprimentei-os. Não conhecia Calum muito bem, tudo o que sabia era que ele se mudou a alguns meses, vindo de outro país. E que ele era lindo.

— Shiori, esse é o meu pai - disse ele, apontando para o homem gorducho de pele avermelhada, que estava ao seu lado. Eles se pareciam um pouco, de maneiras diferentes.

Mas ao invés de me cumprimentar, o homem virou em sua direção e acertou-lhe um tapa estalado na nuca.

— Minha nossa, garoto! - ele esbravejou. — Vá vestir suas calças antes de conversar com as pessoas!

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