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"Shiori, é a Keiko. Por que você não me ligou de volta? Você me prometeu! E a mamãe... argh, alguém precisa dar um jeito nela. Hoje de manhã ela basicamente invadiu o seu prédio, mas obviamente não encontrou você. Ligue pra mim e pra ela, sua irresponsável."

𝗦𝗘𝗫𝗧𝗔-𝗙𝗘𝗜𝗥𝗔, 𝟮𝟯 𝗱𝗲 𝗔𝗕𝗥𝗜𝗟

E como foi com seu cozinheiro? - perguntou Calum, pelo facetime.

Seu celular estava apoiado no balcão, enquanto ele, completamente vestido desta vez, devorava um cheeseburger em sua cozinha. Eu quase não conseguia enxergar seu rosto, sua conexão estava horrível.

— Não quero falar sobre isso.

Vamos lá, Brosnan - resmungou de boca cheia. — Eu te conto o que descobri e você me diz o que aconteceu.

— Mas você 'tá sendo pago pra descobrir coisas, Calum.

Não leve tudo pro lado profissional, querida - revirei os olhos. — Tudo bem, Graham Rogers é solteiro e está morando no Colorado.

— Ah, jura!? - pigarrei.

Sim, no arquivo anexo no e-mail você vai encontrar vários dos endereços dele, incluindo o mais recente - eu não consegui conter um sorriso. — Se por alguma razão o anexo não abrir, você pode encontrá-lo facilmente no Google, é só digitar Cadeia Municipal de Boulder.

— O quê? - eu soltei um grito agudo, fazendo Duke pular de susto no assoalho do quarto.

Hmmm... um presidiário, Brosnan? - ele sorriu, provocativo. — Eu nunca poderia imaginar que gostasse de criminosos. Você parece ser tão... inocente.

— Não tire sarro de mim, eu estou tão surpresa quanto você - eu me sentei na cama, atordoada. Calum riu.

Mas falando sério, ele deve ser solto em alguns dias. Se você quiser o endereço atual eu posso pedir pra uns dos amigos do meu pai.

— Ficou maluco? - fiz careta. — Eu podia lidar com um usuário recreativo, mas com um ex-presidiário!? Não, isso nem fodendo!

Por que não acha um cara novo? - sugeriu. — Seja sincera, novo é sempre melhor que velho.

— E eu aposto que seu relacionamento mais novo foi com esse sanduíche, se é que você já teve algum.

Mas não estamos falando sobre mim, estamos falando sobre como estão indo as coisas com o seu garoto gourmet - ele desconversou, sorrindo torto. Eu pude enxergá-lo melhor naquele instante, provavelmente havia alguma interferência no sinal da rede.

— Indo!? - dei uma risada sarcástica. — As coisas já foram, pro buraco... mas não quero falar sobre isso.

Sabe, não entendo por que você faz tanto segredinho, Ayo é uma pessoa bem mais aberta.

— Ayo? - fiquei confusa. — A minha mãe? Como você sabe o nome da minha mãe?

Bem... ela se apresentou, quando me acordou, quase esmurrando a minha porta hoje de manhã.

Aquilo me fez lembrar da mensagem que Keiko deixou no meu correio de voz de manhã. Merda! Eu realmente já deveria ter ligado para ela.

— E por que minha mãe foi bater na sua porta?

Acho que confundiu nossos apartamentos - ele deu de ombros. — Ela 'tá preocupada com você, disse que já deixou várias mensagens de voz, mas que você nunca retorna as ligações.

◞ hᥲᥕhᥱ  !Onde histórias criam vida. Descubra agora