Capítulo 11 - Encontros

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Emi

Satoru precisou viajar alguns dias depois de meu aniversário. Ele não sabia quantos dias iria demorar e veio se despedir de mim. Eu estava nos estábulos com Haiden quando ele chegou com Kazuo.

– Boa tarde, Emi.

– Boa tarde, senhor.

Como Kazuo estava por perto, não podíamos mostrar intimidade. Minha vontade era abraçá-lo e beijá-lo, mas ninguém podia saber ainda sobre nós. O senhor Ogawa prometeu guardar nosso segredo. Nosso! É bom pensar que eu e Satoru temos isso em comum. Mas, eu ainda não contei que sei sobre seus desenhos. Eu temo que ele fique bravo comigo porque mexi em suas coisas. Eu nem o conhecia! E, foi sem querer que encontrei seu esconderijo. Por que será que ele os esconde?

– Venha até meu quarto. – cochichou ele aproximando-se de mim e acariciando Haiden.

Eu assenti com a cabeça.

– Até mais tarde, Kazuo. – ele disse e saiu.

Eu acariciei a testa de Haiden para me despedir.

– Até mais tarde, Kazuo. – eu disse e sai.

Andei pela varanda da casa dos empregados observando se havia alguém por perto. Satoru deixara uma das portas da varanda lateral aberta. Eu olhei para os dois lados e atravessei o espaço entre as casas rapidamente. Ao aproximar-me da porta, vi Satoru me olhando de dentro do quarto. Ele sorria. Assim que entrei, ele deslizou a porta atrás de mim e puxou-me para seus braços, colocando as mãos cruzadas em minhas costas.

– A cada dia é mais difícil ficar longe de você. – ele disse.

Eu coloquei minhas mãos em seus ombros e deslizei-as até seu pescoço. Ele puxou meu corpo pela cintura para mais perto do seu e me beijou. Então, afastou seu rosto para poder olhar em meus olhos.

– Precisarei viajar por alguns dias. Tenho que ir aos clãs aliados para convocar homens. Não queria ficar longe de você, mas eu já adiei muito.

– Eu entendo. Você não pode mais adiar isso. Ainda mais por minha causa.

– Se eu não tivesse que cumprir minha missão, ficaria aqui com você para sempre.

– O quê?

– Assustasse que eu fale assim?

– Não! É que eu não esperava.

– Não esperava que eu quisesse passar o resto da minha vida ao seu lado? – ele falou e acariciou meu rosto.

– Sinceramente, não. Eu não poderia imaginar que um dia se interessaria por mim.

– Eu não entendo por quê?

– Você é um nobre e eu, uma serviçal.

– Não, Emi! Eu sou um homem e você, uma mulher. Não me importam as classes sociais ou riquezas.

– Eu sei! Mas, temo pela reação do senhor Tatsuo.

– Eu acho que tenho o direito de escolher qual a mulher que quero ao meu lado, não?

– Ele imagina que escolherá uma das suas pretendentes.

Satoru revirou os olhos.

– Eu nunca escolheria garotas como aquelas. Demonstra apenas que meu pai não me conhece nem um pouco. Aliás, ele nunca se preocupou em me conhecer. Estava sempre atarefado, com algum documento em suas mãos. Nem quando minha mãe adoeceu ele diminuiu seu ritmo de trabalho. Passava horas, dias longe de casa e nos deixava sozinhos.

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