Emi
Kazuo faz com que eu me sente em um baú de madeira onde guardam cobertas para os cavalos. Ele me olha aflito, sem saber o que fazer.
– Emi, não deve ter acontecido nada.
– Não, Kazuo! Haiden também sentiu!
– É impressão sua.
– Não! Eu também senti isso no dia em que meu pai morreu.
– Emi, eu sei sobre você e o senhor Satoru.
– Sabe? O que você sabe?
– Eu os vi aqui. Vocês não tomaram cuidado aquele dia. Eu entrei e o vi lhe beijar.
– Pelos deuses! Por favor, não conte a ninguém!
– Eu não vou contar! Não tenho nada a ver com isso! Na verdade, fiquei muito feliz! Você merece um homem honrado como o senhor Satoru. E ele, merece uma mulher guerreira e honesta como você.
– Ele rompeu comigo, Kazuo.
– O quê?
– Rompeu antes de partir. Ele disse que não me amava.
– Sério?
– Sim. Como pude me enganar?
– Você não se enganou, Emi. Eu vi a maneira como ele olhou para você naquele dia. Se aquilo não é amor, acho que perco as esperanças de um dia encontrar uma garota para mim.
Eu sorrio meio sem graça.
– Emi, tenho certeza do que eu vi. Ele a ama! Não tenha nenhuma dúvida disso!
– Mas, ele rompeu comigo.
– Provavelmente, com medo de que algo aconteça a ele.
– É! E aconteceu!
– Não fique preocupada, Emi! Se algo aconteceu, logo receberemos notícias.
– Espero que não recebamos nada e que tenha sido apenas um engano de minha parte! Mas, essa aflição não passa e Haiden também continua agitado.
– Vamos aguardar. Se eu souber de algo, lhe avisarei.
– Obrigada!
– Saiba que pode me procurar caso queira conversar. Eu sou seu amigo, Emi.
Eu levanto e o abraço.
– Obrigada!
As bochechas dele coram.
– Melhor irmos trabalhar. Não queremos levar uma bronca porque nosso serviço está atrasado.
– É verdade. Virei lhe chamar quando o desjejum estiver pronto. Até mais tarde, Kazuo!
– Até mais tarde, Emi!
Eu vou para a cozinha ajudar a senhora Issa. A aflição em meu peito me acompanha.
– Emi, está tudo bem? – ela pergunta.
– Sim, senhora.
– Você me parece estranha. Estava tão feliz e de um tempo para cá ficou triste.
Eu preciso disfarçar. Não posso deixar que mais alguém descubra a verdade dos fatos: Satoru havia sido o motivo da minha alegria, mas, também, pela tristeza que carrego comigo desde o dia em que rompeu comigo e partiu. Ele levou consigo o meu sorriso e o meu coração. Uso a desculpa de sempre.
– Estou com saudades de casa.
– Você precisa ir visitá-las, Emi. Há mais de oito meses que está aqui e não foi lá vê-las. Não pode ficar tanto tempo assim longe de casa.
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A samurai
HistoryczneJapão, 1600 d.C. Emi Tanaka é uma jovem simples que vive em um vilarejo nas terras do Senhor Tatsuo, do clã Ikeda. Emi é escolhida para trabalhar na casa dele e isso é uma honra para a sua família. Alguns meses depois, o filho do Senhor Tatsuo, o gu...