Capitulo 1

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Sabina's (pov):
A luz do Sol bate fraca nos meus olhos e aos poucos me desperto com o barulho agudo do despertador.

Ontem a noite, eu e Bailey colocamos os pequenos para dormirem na nossa cama, então já que ninguém está acordado ainda , fico admirando a minha família, como amo essas três pessoas!
Matteo, nosso primogênito, é uma mini versão minha, só que com os olhos azuis que herdou do pai de Bailey. Seus cabelos eram negros, quase no mesmo tom que o meu, e sua pele era ainda mais branca.
Já Sol, nossa caçula, é exatamente uma bela mistura entre nós, mais puxada para Bailey. Sua pele é bronzeada, como se ela fosse à praia todos os dias, seus cabelos são castanhos, igualmente aos olhos, e possuem cachinhos na ponta.

Felizmente, depois desses minutos que passo admirando-os, Sol abre os olhinhos e já estica os dois bracinhos para mim, fazendo-me sorrir para ela e pegar a mesma no colo.

-Bom dia, meu amorzinho.- Beijo suas bochechas rosadinhas, fazendo a mesma sorrir em resposta.

Para não acordar os meninos, saio do quarto com ela e vou à cozinha para prepararmos o café da manhã.

- Bom dia , Si!- falo dando um abraço de lado em Sina, minha cunhada, que já havia roubado Sol
para o seu colo.

Desde que casamos, eu e meu irmão decidimos morarmos com nossos pais. Noah é mais velho que eu, e desde o início de seu relacionamento com Sina meu pai fez esse pedido, o que não foi diferente para mim e Bailey. Nós adoramos essa ideia de morarmos todos juntos, a casa é grande o suficiente e por enquanto, está tranquilo vivermos assim.

-Bom dia ,Saby! - ela fala sorrindo. Sina tem um dos sorrisos mais lindos que eu já vi na vida, ela tinha descendência alemã e seus traços eram completamente perfeitinhos.

A mesma coloca Sol na cadeirinha e eu sento ao seu lado para dar o leite, a mesma sorri para mim ao recebê-lo como sinal de agradecimento e eu retribuo, alisando sua bochecha.

Ela é o meu sonho em forma de gente. Quando eu era bem pequena, tinha uma boneca literalmente igual a ela, e a mesma tinha esse nome. Quando eu a vi pela primeira vez, foi um baita susto, porque jamais imaginei que ela viraria real. Ser mãe de menina é o meu destino. E Bailey ser pai de menino, sem dúvidas, é o dele.

- Bom dia!- falando em Bailey, ele aparece na porta da cozinha com Matteo em seus braços. Aceno para os dois sorrindo. Sol repete o movimento.

-Vou tomar banho e ir para o escritório, você dá conta do café deles, Saby? - Bailey fala e deixa Matteo sentado na cadeira ao meu lado.

-Sim, pode ir! - respondo o mesmo, que sai sem delongas.

Bailey tem tido um comportamento muito estranho há algumas semanas, como se ele não fizesse mais parte da nossa família. Desde que Matteo nasceu, ele sempre foi um pai extremamente presente, nunca foi diferente. Só que ultimamente, ele tem saído de manhã cedo e só voltado depois que as crianças dormem, o que deixa um certo desconforto em mim e até no Matteo, porque ele vem sentindo bastante esse afastamento repentino do pai. Nosso relacionamento sempre foi a base de conversas, e pela primeira vez, não me sinto à vontade para tal. Sinto que falar sobre isso afetará, e muito, toda a nossa família.

[...]
Sou conhecida como a "fura rolês" do meu grupo de amigas, então as meninas me fizeram prometer que hoje iríamos no shopping e eu estava proibida de desmarcar. Pois se dependesse de mim, eu estaria em casa agora. Então como não tenho escolha, vamos hoje, quando Matteo estiver na escola e Sol com a babá, Raquel.

-Sina, tá pronta?- falo entrando no quarto de sina e Noah.

-Vamos, estou! Tchau amor , tchau minha princesa! - ela diz dando um beijo em Noah e Lulu.

Luiza é a filha de Noah e Sina, minha única sobrinha e melhor amiga dos meus pequenos. Assim os de Sina, seus cabelos são loiros e seus olhos verdes, mas os traços dela são muito semelhantes aos de Noah quando era da mesma idade. Luli era um doce, o tipo de criança que sabe conversar quietinha sobre qualquer assunto e ama música, qualquer tipo de música.

-Tchau, mamãe . Tchau, titi!- Lulu acena para nós enquanto brincava com suas barbies em um canto do cômodo.

-Tchau, meu amor!- eu falo acenando pra ela e solto um beijo.
Sina me segue até a frente da casa, onde meu carro estava estacionado.
[...]
Any, Joalin, Sina e eu éramos um quarteto desde que estávamos no ensino médio. Éramos nós quatro para tudo, se há pessoas que saibam de todos os meus segredos, são essas. Para se ter uma ideia, desde que conheço as meninas, meus diários estão em branco.

-Gatinhas, preciso contar algo que tá me incomodando muito. Posso contar com vocês?- Falo assim que a última pessoa, Any, entra no carro.

Tínhamos essa mania de sempre irmos juntas a qualquer lugar, então alguém sempre leva todas para os nossos encontros.

-Lá vem babado...- Any fala com um ar de curiosidade.

-Não sei se é coisa da minha cabeça, o que tem grande chances, mas to achando o Bailey muito distante esses dias, principalmente comigo, sabe?
Ele só chega tarde em casa, sai cedo demais e não dá mais nenhum sorriso perto da gente, o nosso único assunto em duas semanas foi sobre café da manhã das crianças! Hoje de manhã eu fui com o maior bom humor do mundo falar com ele e ele foi super seco, só perguntou se eu poderia cuidar das crianças e disse que ia pro escritório.- Falo sentindo a garganta se preencher com o choro que estava dando sinal de vida. Esse é um assunto sensível para mim.

-Olha, não sei se vai te tranquilizar ou desesperar, mas também notei ele muito distante mesmo- Sina fala e segura minha mão que não está no volante.

-A única coisa que você pode fazer em uma situação dessas é conversar! Vocês dois foram pais muito cedo, tudo aconteceu muito rápido. Então agora é preciso que amadureçam juntos também- Joalin fala e assinto ainda não muito conformada.

Acho que isso será algo para resolvermos nós dois, sozinhos e maduros, como Joalin havia dito. A conversa sempre funcionou entre nós, porque agora não funcionaria?

Inevitável - sabiley. Onde histórias criam vida. Descubra agora