eles estão em toda parte

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Jack

Olá diário,

Eu permanecia ali, imóvel na frente da TV observando aquela carnificina. Não havia como fugir, estava em todo lugar.

Minha mãe ainda estava atordoada, chorando baixinho, lamentando nossa condenação.

De repente lembrei-me de algo, alguém.

Peguei o celular e liguei para Mônica, os dedos tremendo, digitando rápido. Eu esperava que não fosse tarde demais.

-Alô?

-Jack! Graças a Deus! Você está vivo!

-Ah... Sim, estou. -fiquei imaginando o que Mônica estaria fazendo, talvez estivesse vendo o noticiário também, ou talvez me dissera aquilo apenas por eu ter sumido o dia todo.

-Chegamos ai em 5 minutos.

-ok.

"Chegamos"? Será que Mônica sabia o que estava acontecendo? Quem estaria com ela?

Eu me sentia estranho, era como se o mundo todo tivesse andado mais rápido enquanto eu estava na convenção,como se tivesse perdido semanas ali, tempo suficiente para que todo o resto da população se acostumasse com a ideia de Fim do mundo.

Andei de um lado para o outro no chão de linóleo, virando a cabeça sempre que o repórter dizia algo relevante. Minha cabeça, porém, estava a mil, pensando em um jeito de escapar, sobreviver.

Resolvi esperar para ver. Eu suava frio e minha mãe havia subido para o quarto.

Logo ouvi uma buzina, era uma das vans da minha escola. Pude ver alguns rostos familiares:

Rony: o galã bonitão e atlético.

Dina: Sua namorada loura, líder de torcida talentosa.

Mônica: Carregava as chaves da Van, girando-as distraidamente nos dedos.

Eric: Era denominado valentão, ninguém sabia muito sobre ele.

Dália: uma menina normal, que curte coisas normais, muito amiga de Mônica. O tipo de garota que coleciona antigos discos de vinil.

Eles pareciam armados com facas e Eric carregava um revolver. Naquele momento apenas um pensamento passava por minha cabeça:

"Vamos todos morrer."

Diário Zumbi [em revisão]Onde histórias criam vida. Descubra agora