Eu sou único.

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POV Luca Ricci 

- Sério, pai? Foram só duas vezes! Não vou precisar de babá no meu encalço. - repito pela milésima vez após ouvir de meu pai que eu teria uma ajudante. 

- Primeiro, fale direito. Segundo, ela não é uma babá, está bem longe disso e terceiro, você está tendo atitudes irresponsáveis, Luca. Mil homens dariam tudo para estar no seu lugar, mas parece que você faz pouco caso. Vai ser bom ter uma figura feminina entre você e Ramon, cueca junto não dá certo, prova disso foram os erros de vocês, se distraíram porque pensaram com a cabeça de baixo. - ele diz sério. 

- É... você tem um ponto. - digo me dando por vencido - Quando ela chega? 

- Hoje á noite, pelos meus cálculos. Vai desembarcar em Roma e Raul vai traze-la. - me encara por cima dos óculos - Mais alguma coisa? 

- Qual o nome dela? 

- Liana... na verdade é Aliana, mas só o pai dela a chamava assim e ele faleceu recentemente. 

- Ótimo, é tudo o que eu precisava uma garota surtada e órfã. - digo e meu pai me encara e balança a cabeça desaprovando minhas palavras. 

- Você vai respeitá-la senão eu darei poder total á ela. E quando digo total, é total mesmo, e ela não hesitaria em cumprir minhas ordens. - diz e volta á encarar os papéis em sua mesa. 

Deixo o escritório bufando e resmungando baixo, subo em direção ao meu quarto e vejo uma grande movimentação no último quarto do corredor. De longe avistei Rosa dando ordens para os homens que entravam e saíam do cômodo. Me aproximei e Rosa me olhou com uma cara divertida. 

- Que bagunça é essa Rosa? - pergunto me encostando no batente e cruzando os braços. 

- Seu pai pediu para arrumar um quarto de menina. - ótimo além de surtada é uma garotinha que gosta de boyband e celulares caros. 

- Pelo visto ele não está medindo esforços para a nossa nova "hospede" - faço aspas com os dedos. 

- Não será uma hospede menino Luca, será uma moradora. Seu pai foi bem claro quando me disse que iria morar aqui. - ao final de sua frase começo a me indignar, será possível que essa mulher vai se infiltrar de todas as formas na minha família? Tomara que Paola não goste dela e a expulse jogando seus sapatos caros na menina. 

Saio de lá deixando Rosa trabalhar, afinal ela não é governanta desta casa por acaso. Entro no meu quarto e bato a porta com força, o que falar de alguém que mal conheço e já odeio horrores? Como pode, uma completa desconhecida, morar na minha casa, comer da minha comida, fazer as minhas missões. Meu pai deve estar louco se pensa que irei obedecer ás ordens de sua cadelinha.

Abro a maleta com os karambits e começo á afiar ainda resmungando. Que droga, estou parecendo um velho de sessenta anos, chato e rabugento, mas o que esperar quando te empurram uma responsabilidade goela abaixo?!

Não sei quanto tempo passei afiando os canivetes e os karambits, mas quando dei por mim já estava escurecendo. Comecei a guardar as minhas bebês uma por uma de volta na maleta, quando termino de fechar, Rámon entra no meu quarto. 

- Fala ai bebê do papai - já começou a palhaçada. 

- Rámon, não começa, eu realmente não estou com paciência. - digo ainda de costas para ele - E qual a sua dificuldade em bater na porta? 

- Su casa es mi casa - ele diz se sentando na cama. - Eu conversei com o seu pai, ele me contou sobre a adorável Liana. 

- Eu sinceramente não sei como isso pode ser vantajoso, ela será um estorvo que a gente vai ter que carregar para todo lugar. - bufo irritado - Mulheres não são eficientes para este tipo de missão, e eu acredito que ela nem saiba quem nós somos. 

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