Criada e treinada especialmente para matar, Liana Romano é contratada para auxiliar Pietro Ricci, chefe da Cosa Nostra que precisa de alguém para fazer o serviço sujo por ele. Apesar da máfia Italiana ser conhecida por sua crueldade, Pietro queria m...
- "Realidades não mudam, por isso se chamam realidades."
Passei a tarde toda com essa frase em minha mente, até chegar a maldita conclusão de que era verdade. Veja meu pai, tentou por várias vezes se livrar de ser o Don mas nunca conseguiu, o preço que pagou por tentar viver outra vida foi alto. Um preço que todos pagamos. E infelizmente a vítima não fomos nós.
É isso que a Máfia faz, ela te prende por todos os lados, a sensação de liberdade é apenas uma miragem, pois o dinheiro não trás liberdade, ele só te aprisiona cada vez mais. Você ter várias boates não te faz um homem feliz e realizado, só te faz apenas... rico.
Estamos eu, Ramon e Liana no carro em direção ao galpão da Famiglia, meu pai já está nos esperando. Vamos verificar algumas suspeitas de possíveis traidores, coisas de rotinas, afinal hipócritas desleais nascem aos montes como ervas daninhas. Não condeno a Máfia por me tornar amante de adrenalina, mas sou quem eu sou, infelizmente, realidades nunca mudam.
- Vamos por favor, combinar de não chegar atirando. - Ramon se pronuncia.
- Eu não gasto balas á toa, querido. - foi a vez de Liana.
- Olha, já entendi que eu errei, tá legal? - digo irritado voltando minha atenção para a estrada - Vou ter cuidado hoje.
- É claro que vai - Liana murmura mais para ela do que para nós em um tom irônico, reviro os olhos perdendo o pingo de paciência que eu tenho. Chegamos de frente com o galpão e Liana é a primeira a descer da minha Audi, vejo ela ajeitar a Magnus dourada presa em um coldre na sua cintura.
Seus movimentos são precisos e ágeis como se fizesse áquilo todos os dias. Meu pai se recusou á me dizer o que realmente Liana faz, então vou ter que permanecer na base da dedução, seria ela uma espiã?! Ramon acompanha meu olha até Liana que está terminando de apertar duas lâminas pretas em sua coxa coberta por uma calça de couro também preta.
- Ela tem cara de quem surta no meio de um fogo cruzado. - Ramon diz sério.
- Eu realmente não sei, Ramon - suspiro abrindo a porta do carro - Liana é extremamente... honesta, ela não tem medo de ser transparente, ela só age da forma que acha conveniente. Prova disso foi seu pequeno show hoje de manhã.
- Tenho que concordar. - ele abre a porta e salta do carro - Vamos ver como a bonequinha vai se sair.
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Após ouvirmos todas as instruções de meu pai, ele pede que Liana dirija até o local. Uma casa que fica literalmente no meio do nada.
Observo como a mulher ao meu lado não parece nem um pouco nervosa ou tensa, na verdade, a impressão que se tem é que ela está indo para um passeio no shopping ou parque. Talvez ela só não deixe transparecer seu nervosismo ou talvez seja território conhecido. Mas que droga! Nunca foi tão difícil desvendar alguém, Liana é uma incógnita para mim.
