De frente para o abismo.

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POV Liana Romano

Assustada, nervosa e ligeiramente animada.

Essas três palavras me descreviam bem no momento. O dia vinte e oito de novembro nunca foi muito importante para mim, foi apenas a data que Hard escolheu colocar em meus documentos como data de meu nascimento.

Mas é claro que com a família Ricci, seria diferente. A minha animação se dava devido à uma mesa farta de comida diretamente das mãos de Rosa, presentes e bolo de aniversário com as velas de número dois e número cinco, dispostas uma ao lado da outra.

Pela manhã Luca me deu um excelente presente de aniversário que digamos, é imaterial. Pietro me deu um enorme abraço ao estilo aperto de urso, Ramon fumou um baseado gigante comigo antes do almoço, Paola me deu um colar com uma lâmina pequena mas bem eficiente que ela me confidenciou ser de prata pura, Rosa fez uma pilha enorme de panquecas de banana de café da manhã e um copo gigante de vitamina de abacate. Hard por sua vez, decidiu ser franco.

- Não irei te matar, pode se aproximar. - disse quase rindo pelo medo de Hard em sentar perto de mim de frente para o campo onde Paola e Ramon tentava jogar futebol.

- Eu não sei, depois de ontem estou em dúvida.

Era estranho que o clima entre nós estava satisfatoriamente bom. Apesar dos pesares, Hard era a única família que eu tinha, então era natural que eu cedesse um pouco para seu lado.

- Vai me contar qual é a merda do acordo? - perguntei assim que sua bunda colou no gramado verde. - Ou tem mais alguma mentira no meio? - ironizei.

- O acordo foi a primeira coisa que fiz com Pietro assim que iniciamos o plano para desmascarar Gusteau - abaixou a cabeça e uniu as mãos sob os joelhos - Eu precisava de alguma forma garantir sua segurança - revirei os olhos e ele riu - Sim, eu sei que você não precisa, mas acredite, a Cosa Nostra consegue ser bem filha da puta quando quer, e nem mesmo Pietro poderia impedir.

Engoli em seco.

- Eu precisava garantir que se Gusteau me descobrisse, ninguém encostaria em você. - me olhou seriamente - Ele é um filho da puta que trafica mulheres, Aliana - meu nome verdadeiro sendo pronunciado me causou arrepios - Então já imagina o que ele pode fazer, não é?! Você dentro da família Ricci e com sua fama, significava que, você era como um escudo, então manteve as pessoas longe, quando na verdade era o contrário. Exceto é claro, por Carolina, e como previ, ela caiu na teia.

- E como vocês inventaram a história de que eu precisava trabalhar para Pietro?

- Ah! - sorriu - Isso foi ele quem inventou. Te colocar dentro da família Ricci foi mais fácil do que eu pensei. Você nunca foi obediente.

Bateu os ombros nos meus e me peguei sorrindo.

- É bom estar aqui, Erick. - voltei à observar o casal brincando - Me sinto parte disso.

- Fico feliz, Aliana - sorri para ele.

- Me perdoe por ter te jogado na fogueira. - disse escondendo uma risada.

- Não se desculpe, eu teria feito o mesmo.

- Mas ficou bem feio, as cicatrizes. - brinquei.

- Eu nunca fui bonito mesmo. - retrucou.

POV Luca Ricci

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POV Luca Ricci

- Qual vai ser o plano? - Liana perguntou.

Havíamos chegado à dois dias em casa, todos estávamos com a energia renovada e prontos para outra. Lia estava com sede de sangue, e não era de qualquer um, era de Carolina.

Me surpreendeu que ela ainda não matou Hard, mas ela deve ter seus motivos.

Quanto à mim e ela, é quase como se fossemos inseparáveis. Ontem à noite treinamos luta corporal e pela primeira vez ela conseguiu encaixar uma chave de perna no meu braço.

Amanhã a noite é o aniversário de Gusteau. E obviamente ele nos convidou, ainda não sabemos como fazer, afinal, Liana está de volta.

- Não consigo pensar em nada... E também não podemos arriscar que ninguém te veja, senão quem paga o preço é o Luca.

É, tinha essa parte também. Mas eu estava disposto à lutar para que ninguém saia ferido ou morto desta situação, principalmente, Lia.

- Posso ficar aqui e... - a interrompi.

- Não Lia, não vou te deixar por mais nem um segundo sozinha. - decretei.

- Então, vamos lá o plano é o seguinte...

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