Não me deixe ir.

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NOTAS NO FINAL DO CAPÍTULO. Confesso que não estou pronta para me despedir desse projeto. Desce o dedo na estrelinha e comentem muito!

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POV Liana Romano

Dor.

Uma dor latente e forte por todo meu corpo me lembra de onde estou e com quem estou. Essa dor não me deixa dormir, não permite que eu mexa e não me deixa respirar.

Pelas minhas contas são três dias aqui. É um enorme barracão, frio escuro e fedorento. Carolina é bem criativa, tenho que admitir. Até com ratos ela já brincou. Acreditem, pode piorar.

- Parece que eles não vem, não é?! - sua voz me chama para a realidade. - Talvez você não seja tão importante assim.

Sorrio para ela.

- Talvez não valha a pena ver a sua cara... - cuspo no chão. - Hard tomou uma ótima decisão em não olhar mais pra essa sua cara de puta.

- Cale a boca!

- Corte a minha língua. Ainda assim eu gritarei. - ela empunha a pistola - Vamos, Veers. - estreito os olhos - Atire. Você não é melhor que eu.

- É aí que você se engana, querida Lia...

- Não. - grito - Não me engano, Carolina. - gargalho - Você se acha melhor por me prender e veja só para você. - ergo o queixo - não tem capacidade de me matar. E é aí que eu venço. Você é fraca e uma verdadeira palhaça.

Minhas costas se contraem devido à posição em que me encontro. Meus braços estão suspensos esticados acima da minha cabeça e meus pés tocam firmemente o chão me mantendo no lugar.

- Não. Você não vence - se levanta de sua cadeira - Você está aí presa, e eu estou aqui, solta.

Vadia.

- Você precisou me dopar para me trazer até aqui, Veers - sorrio - Você não é capaz, querida... - sussurro a última parte.

Ela agarra meu cabelo me forçando a encará-la, desliza o cano da pistola em meu maxilar e passa a língua nos dentes.

- Quando Erick chegar. - rosnou para ela - E ele virá. Vai ser lindo, cena de novela. E eu vou amar cada segundo.

Ela puxa novamente e um dos cortes no meu colo se abrem. E quando digo "cortes" eu digo, muitos. Consigo sentir o líquido viscoso descer sob minha pele e alcançar o cós de minha calcinha. O vestido caro da Versace? Já era, acho que acabaram com ele nas duas primeiras horas.

- Conte com isso, querida. - pisco para ela e a mesma me solta.

Ela se afasta me dando as costas e noto sua expressão corporal cansada, esgotada e tensa. Ela está ficando sem opções, lá no fundo eu adorei vê-la assim, impotente e dependente da situação, mas a realidade é que eu só consegui sentir pena.

No meu segundo dia aqui, que arrisco ser ontem, a doce Caterine Veers me honrou com sua nobre presença e tenho que confessar, a vadia é bonita. Tentou me convencer à entregar os paraísos fiscais de Pietro e tentou de todas as formas saber algo sobre Luca, coisas que eu apenas respondi com um simples "descubra por si só".

Ela é uma graça, muito inocente e vulnerável. Carolina nunca admitiria, mas Caterine é seu ponto fraco, mas obviamente que se a corda arrebentar não será Carolina que será lesada.

- Eu estou tentada à me contentar com você. - ela volta sua atenção à mim - Os Ricci não vem, senão já teriam vindo.

- Está ficando repetitiva, Veers.

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