Tirem as máscaras.

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POV Liana Romano 

Saio da cozinha pisando duro. Sério, no auge dos meus vinte e quatro anos ser tachada de babá por um moleque que se diz homem, se bem que é quase essa a minha função aqui, garantir que o grande Luca Ricci não faça nenhuma merda e não foda os negócios de seu pai. 

Negócios de seu pai...

Afinal, que negócios são esses? Não me atentei em perguntar, afinal sou uma "contratada" e talvez não seja da minha alçada saber dessas coisas, mas... se ele precisa dos meus serviços, as missões com certeza são ilegais. Me pego caminhando por aquele jardim lateral que vi ontem á noite, observo os seguranças que ainda permanecem no meu lugar como se funcionassem em modo automático. 

Negócios de seu pai...

Vasculho a lateral do mini castelo com os olhos, observo que ainda não vi a parte dos fundos da casa, caminho devagar até lá, observando se alguém vai me repreender ou não, como ninguém o faz sigo o caminho. 

Encontro algo muito parecido com um bunker, nada muito grande mas realmente parecia alguma construção feita para esconder algo ou alguém. Caminho até lá chegando a conclusão de que é exatamente como a entrada da mansão, portas grandes de ferro totalmente pretas. Dou a volta na construção até encontrar uma porta pequena que deveria estra escondida no meio do gramado alto, pressiono ela em todos os lugares até ouvir algo como um "click". olho em volta novamente e inicio a minha aventura. 

Entro no lugar que parecia mais uma central de pesquisas de S.H.I.E.L.D. toda moderna, com LEDs azuis e brancos, computadores e notebooks espalhados pelo lugar e enormes caixotes de chumbo. De primeiro momento imaginei que seria algo radioativo dentro das caixas, senão para que seria o chumbo? E então, como a curiosidade matou o gato, eu abri um dos caixotes que revelavam duas KAR-98K, dei dois passos para trás com o susto, puxo outro caixote e abro rapidamente vendo três M1-GARAND. 

Armamentos de guerra. 

Sinto uma indignação terrível me atingir. Sério que eu me meteria nisso sem saber onde eu estava? Que tipo de pessoas tem armas pesadas de guerra no quintal da própria casa? Quem Pietro é? Com quem ele mexe? Quais missões que Ramon e Luca fazem? 

Agarro uma M1 e saio do bunker em direção a casa. Um dos seguranças que estava na varanda da entrada da casa me olha com a peça em mãos e fala algo em seu ponto eletrônico, passo por ele como um raio em direção á qualquer cômodo que Pietro ou Luca esteja, duvido que Paola saiba o que acontece debaixo de seu próprio nariz, afinal vive viajando. 

Ando a passos largos pela casa e ouço vozes na sala, caminho até lá e a velocidade que me encontro não me permite chegar em silêncio, todos me olham. Chego no meio da sala e jogo a M1 na mesa de centro. 

- Eu quero saber o que porra é essa! - digo alto. 

Vejo o rosto de Pietro empalidecer, Luca abaixar o olhar e Ramon tentar disfarçar fazendo uma cara de paisagem enquanto Paola apenas encara a arma em sua frente ainda sentada no sofá. 

- Olha, Liana... - eu o interrompo. 

- Não, nada de desculpas ou mentiras. Arranquem ás máscaras e me falem a verdade de quem vocês são, com o que e quem vocês trabalham. Agora. Não vou colocar meu nome nisso sem saber que merda está acontecendo. - finalizo. 

Paola encara o pai e ela não parece surpresa, parece apenas decepcionada. Luca faz o mesmo mas do contrário de Paola, ele busca alguma resposta na expressão facial de seu pai, Ramon me encara como se fosse me matar á qualquer momento. 

- Estou esperando. - digo. 

- Paola... suba por favor. - Pietro pede e Paola atende prontamente. Quando ela some no corredor, Pietro inicia seu discurso. 

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