Eu vou deixar você saber.

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POV Liana Romano

- Essa vadia tem que rezar muito para eu não surtar e enfiar uma bala na cabeça dela essa noite - digo terminando de ajeitar meu vestido prata.

- Você não vai surtar, Lia - Luca responde me olhando pelo reflexo - É a pessoa mais calculista que eu conheço.

- Por isso que você está comigo? - pergunto divertida - Porque eu sou calculista?

- Estou com você porque gosto de você, Lia. Sabe disso.

- É claro que eu sei, seu bobo! - bato com a minha bolsa de ombro em seu braço - Podemos?

- Escondeu sua arma? - reviro os olhos.

- Claro que escondi, Luca! Agora vamos.

Puxei sua mão para fora do quarto e avistei Paola e Ramon descendo as escadas. Todos nós cumprimentamos na sala de estar e descemos para a garagem. Luca estava um verdadeiro tesão em um Brooks Brothers cinza grafite, esse homem não cansa de ser bonito, não?!

No meio do caminho, Ramon distribuiu nossos pontos eletrônicos, seria nossa comunicação caso a vadia tente algo. Afinal a minha volta é o cenário perfeito para seu ataque.

- Nada no estacionamento. - James disse pelo ponto.

- Jardim também está limpo. - Paola confirma

- No salão tudo bem, até agora. Será que ela vem? - Ramon questiona.

- Vou entrar no banheiro agora. Fiquem espertos. - digo já caminhando em direção ao corredor.

Um grupo de mulheres muito bonitas passa por com e acenam, devolvo o sorriso e sigo minha rota. Entro no banheiro e entro na última cabine, fecho a tampa do vaso e sento em cima do mesmo.

- Até agora nada, mas vou esperar... - ouço vozes - Esperem.

- Essa vadia! - a voz do lado de fora da cabine grita - Não dá pra ter calma, Caterine!

Espera, Caterine?

- Eu vou acabar com esses filhos da puta!

Olho pela fresta da porta e vejo Carolina ao telefone com provavelmente... Caterine.

- E você acha que ele vai voltar para você querida irmã? - debocha - Ele está com aquela puta de Nova York, Caterine! Não vai voltar com você, você escolheu fugir e não adianta mais.

Isso está cada vez melhor.

- Quando chegarmos no Canadá ela vai aparecer atrás do seu maridinho ridículo! Não se meta, vadia! Quando você fugiu com Jean escolheu que não queria mais Luca, então ele vai pagar e não vai ser sua benevolência que vai salvá-lo. - vejo que a mesma desliga o telefone.

Ela ajeita a postura de frente para o espelho, limpa as laterais da boca e sai do mesmo. Nesse momento me permito respirar e absover as informações. Caterine está viva, e falando, o que significa que, diante o Conselho ela ainda é casada com Luca, e o pior de tudo, ela está por trás do mirabolante plano.

- Onde vocês estão? - pergunto pelo ponto.

- A mesa mais próxima do bar é a nossa. - Luca respondeu.

- Estou indo. Carolina está aqui.

De frente para o espelho ajeitei a Magnus em minha coxa e a lâmina presa em meu decote, a mesma que Paola havia me dado. Verifico se o ponto não está aparecendo e saio triunfante.

Me aproximo da mesa e me sento ao lado de Luca, dando duas batidinhas na mesa com o punho. Esse era um código de que descobrimos algo. Rapidamente as atenções de voltam à mim e vestimos a melhor máscara de falsidade.

- Precisam se preparar para o que eu vou contar. - digo e olho para Luca. - Vai ser tipo um baque.

- Fala logo, mulher! - Paola me apressa.

- Primeiro de tudo, Carolina está aqui. - suspiro - Segundo, no banheiro, ela apareceu falando com alguém no telefone... Esse alguém é... - pondero - Caterine.

Luca fica pálido e Paola prende a respiração, olho em volta e vejo Pietro conversando com alguns homens.

- Lia, não pode brincar com uma coisa dessas! - Luca quase grita.

- Não estou brincando, Ricci. - me irrito - Se não acredita em mim, vá atrás. - enfrento.

- Já chega. - ele diz - Melhor você ir embora.

- Luca eu n...

- Vai embora, Liana! - gritou e boom.

Toda a atenção do salão estava voltada à nós e aquilo já não era mais encenação, Luca realmente achava que eu estava jogando seu passado contra ele.

- Tudo bem. - digo me levantando.

Forço as lágrimas a permanecerem em seus lugares e viro às costas em direção à saída. O ódio crescente em minhas veias. Quando vento frio de Florença me atinge me permito respirar.

Mas o destino não queria que eu respirasse.

O meu consciente só me permitiu sentir a pancada na cabeça e meus joelhos baterem contra o chão.

- Vai ser muito divertido... - foi a última coisa que eu ouvi antes de apagar.

GatilhoOnde histórias criam vida. Descubra agora