Você puxou o meu tapete.

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POV Luca Ricci 

Três anos antes... 

- Eu nunca pensei que alguém poderia me arrebatar tanto de uma forma tão gostosa e leve - começo olhando em seus olhos - Acredito que tudo na vida acontece por um propósito e quando vejo que você está ao meu lado fica tudo mais claro para mim - Caterine me olha com os olhos marejados - Todos os dias quando acordo ao seu lado é sempre uma sensação nova, é sempre diferente. Você não deixa com que as tarefas caiam na rotina e não permite que as coisas entre nós esfriem... - acaricio o seu rosto - Eu te amo tanto, meu amor. Sou um verdadeiro homem de sorte. - Finalizo meus votos quase chorando. 

Tudo estava perfeito, do jeito que Caterine queria, rosas brancas e peônias em todo lugar do salão. Eu não sabia que poderia ser tão feliz até o momento que Caterine disse "aceito" para o juiz. Estou plenamente realizado. 

Dois anos antes...

- Você não pode simplesmente decidir que acabou e ir embora, Caterine! - falo vendo a mesma retirar suas malas de dentro do closet e jogar suas roupas ali. 

- Eu posso e eu vou! - grita se virando para mim - Não somos mais os mesmos á meses, Luca! Meses! Não temos mais o mesmo fogo, não temos mais o mesmo amor. Estou cansada, não sinto mais nada. - ela finaliza seu discurso e volta sua atenção para as malas enquanto eu observo seus movimentos atônito, eu ainda sentia tudo, como ela pode não sentir nada? 

- Eu te amo, Cat - imploro - Nós podemos acertar as coisas. - digo quase chorando. 

- NÃO PODEMOS ACERTAR NADA PORQUE EU JÁ TENHO OUTRA PESSOA! - vocífera. 

Eu fico estático no lugar. Sinto meu coração se contorcer e a cabeça girar. Isso não podia estar acontecendo comigo, eu não fiz nada de errado, sempre fui um bom marido... O que aconteceu no meu do caminho? Quando foi que a perdi? 

- Estou indo, Luca. - diz e sai do quarto me deixando no mesmo lugar plantado por horas e horas. 

Dias atuais...

- Pensar demais causa envelhecimento precoce. - era Lia - Você já tem cabelos brancos demais. 

Lia se aproxima e senta ao meu lado a varanda dos fundos de frente para o enorme gramado que antecede o bunker. Liana tem se mostrado uma pessoa incrível nos últimos dias e eu me sinto um merda por ter a julgado tão mal. Apesar de todos seus defeitos que são notáveis, ela é muito parceira e ganhou um lugar especial na foto de família. 

- Achei que estivesse treinando com Ramon. - digo vendo ela fitar o gramado. 

- Já terminamos. Faz um tempão que você está aqui. - realmente fazia mesmo. 

Não respondo nada e ficamos em silêncio. Sem sombra de dúvidas, Lia queria perguntar quais os motivos de meus devaneios, mas da primeira vez que tentou digamos que eu não soube lidar muito bem e a tratei mal, mesmo que ela não tenha comentado nada sei que a chateou e eu como o merda que sou, não me desculpei. Já tem quase um mês que Lia está aqui e eu não consigo identificar o que sinto por ela, só sei que é forte, sei que ela sente o mesmo pela forma como nos olhamos, é sempre com desejo e paixão. 

Ontem no bunker fiz de tudo para não agarrá-la em cima daquela mesa e Deus sabe o quanto eu queria. O meu desejo por ela só aumenta cada dia mais e sei que preciso expressar isso, mas é muito complicado para mim. 

- Olha sobre o dia da festa eu... - começo a falar mas Lia me interrompe. 

- Tudo bem, eu entendi que toquei numa ferida. - me olha e pisca - Todos temos segredos. 

- Sim, temos, mas não justifica. Você tentou me ajudar e eu fui hostil. Espero que entenda que estou tentando te pedir desculpas. - digo e ela ri. 

- Tudo bem, eu te desculpo. - encosta o ombro no meu nos fazendo balançar. 

- Meu pai te falou da celebração de hoje á noite? - questiono. 

- Me falou sim, e eu dei uma bronca nele por sempre me avisar desses eventos em cima da hora, eu meio que não sei me vestir para essas situações - diz rindo. 

- Em qualquer situação você estará linda. - solto sem perceber e Lia me olha curiosa. 

- Bom, obrigada... eu acho - coloca uma mecha de seu cabelo atrás da orelha - Você também dá pro gasto. 

- Querida, eu sou incrível! - rimos juntos. 

Era bom estar com Lia, me sinto á vontade e confortável, é assim que as coisas começam não é?! 

- Você sabe do que é essa celebração? - perguntou.

- É dos aliados russos, sempre somos convidados, meu pai e Treikov são muito amigos. - respondo. 

- Uau, russos. Família Ricci sem fronteiras - diz divertida e eu acabo rindo. 

- É uma coisa que o título nos trás, não nos limitamos, afinal nem podemos. Principalmente nós, os Ricci, somos conhecidos pela diplomacia e por sermos democratas. Não sei se já prestou atenção mas a população civil de Florença nos conhece muito bem e sabem da nossa fama, mas não vivem com medo, ao contrário de outras máfias. - digo. 

- É, eu percebi, sua irmã tem até fãs. Vi isso em um dia que fomos num shopping. - ela diz com um sorriso sincero nos lábios.

Lia me olha e eu olho diretamente para sua boca, rosada bem desenhada e perfeita. Lia era a media perfeita para mim. Ergo a mão e afasto seu cabelo do rosto colocando atrás de sua orelha e agarrando sua nuca. Vejo Lia ofegar  aproximo nossos rostos iniciando um beijo lento e calmo. O beijo de Lia era bom, e aquele era particularmente especial, não tinha malícia ou segundas intenções. 

Nos separamos após ouvirmos um pigarrear. Olhamos para a entrada da casa e lá está Paola em pé de braços cruzados e um sorriso ladino nos lábios. 

- Lia, vim te chamar para a gente se arrumar. - diz. 

- Ah claro, já vou, pode ir indo! - Lia diz e Paola nos dá as costas - Acha que ela ficou brava? - nego com a cabeça. 

- Lia, Paola te ama, mais do que me ama, com certeza! - rimos e ela se levanta. 

- Nos vemos mais tarde! - me dá um beijo na bochecha e sai, observo suas costas e consequentemente sua bunda. Nego com a cabeça e me levanto saindo dali também. 

Eu estava conversando trivialidades com o Ramon, já estávamos prontos e meu pai já tinha ido, como sempre faz

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Eu estava conversando trivialidades com o Ramon, já estávamos prontos e meu pai já tinha ido, como sempre faz. Estávamos distraídos quando ouvimos risadas femininas no topo da escada da garagem. Olho em direção as risada e em engulo em seco. Lia estava deslumbrante! Um lado de seu cabelo estava preso e todo o resto estava solto, usava um vestido vermelho sangue uma enorme fenda na lateral direita e saltos vermelhos. Minha irmã também estava linda em um vestido rubi cintilante e saltos pretos. 

- Já pode parar de babar. - Lia diz batendo a mão em meu queixo. 

Olho de relance e vejo Ramon e Paola indo em direção ao carro trocando beijos, aproveito o momento e aproximo meu rosto do pescoço de Lia que se arrepia imediatamente. Ela estava muito cheirosa. Me afasto apenas para lhe dar um beijo. 

- Vamos? - digo nos separando. 

- Vamos! - diz e caminhamos até a Audi. 

No caminho olho para Lia sentada e vejo que seu vestido mostra mais que o necessário e me pego um pouco enciumado. Respiro fundo e procuro me acalmar, espero que nenhum engraçadinho resolva bancar o galã hoje. 

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