Criada e treinada especialmente para matar, Liana Romano é contratada para auxiliar Pietro Ricci, chefe da Cosa Nostra que precisa de alguém para fazer o serviço sujo por ele. Apesar da máfia Italiana ser conhecida por sua crueldade, Pietro queria m...
Paola voltou há quatro dias de Paris. Disse que dessa vez estava se dando férias por tempo indeterminado e iria cuidar das coisas se longe, eu concordei, afinal deve ser super cansativo zanzar de um lado para outro e aviões são nauseantes.
Eu estava feliz com sua decisão, éramos amigas, próximas e quando Paola estava por aqui o clima da casa era leve e doce, mas desta vez, estava tudo diferente. Desde segunda quando ela chegou, todos estão agindo estranho, se olhando de rabo de olho e falando pouco. Paola não passou a noite comigo falando as novidades como sempre faz, Pietro passou à ficar muito mais tempo trabalhando, Ramon mal fica em casa e Luca quando não está trancado em seu quarto está fora.
Será que de uma hora para outra eu realmente fiquei tão repugnante assim? Tudo bem, sei que os últimos acontecimentos são inteiramente culpa minha, vim para a Itália e arrastei meu passado junto comigo, mas me prometeram que estaríamos juntos, promessas não devem ser quebradas, não é?!
Ontem de manhã chegaram convites da Reunião Anual do Conselho Maior, e fomos convidados, bom, "Don Pietro & Família", era o que dizia a escrita dourada. Paola não me arrastou para nenhuma loja e ninguém fez comentários comigo, então, entendi que não era necessária a minha presença.
Eu nunca me apeguei à nada, bens materiais, dinheiro, casas, nada. Mas com o utimato que ronda minha mente, eu sei que sofrerei caso decida seguir em frente. É como se um enorme outdoor em cores vivas estivesse gritando para mim "VÁ EMBORA".
Depois de Lens eu entendi que quem Gusteau quer, sou eu. Então não seria justo de minha parte permanecer aqui e colocar todos em risco, seria desleal com quem me colocou debaixo de um teto e me ofereceu comida na mesa.
No entanto, não sei como iniciar esta conversa mas já tenho certeza dos meu próximos passos, os últimos dias só clarearam algo que já estava bem explícito: sou um problema na vida dos Ricci. E a minha teoria é, algum do homens contou para Paola os últimos acontecimentos e naturalmente todos estão nutrindo um sentimento de raiva sob mim e estão fazendo questão de deixar claro.
Se estão em algum cômodo e eu chego, rapidamente se desperçam. No primeiro dia do realmente foda, mas no segundo dia já não senti tanto assim. Hoje já não sinto nada, nada além das palavras de Luca na nossa última noite juntos.
"Estamos juntos nessa e nas próximas que vierem".
É, talvez pessoas não cumpram suas próprias promessas.
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Já passava das dez da noite e pela falta de barulho na casa concluí que todos haviam ido embora. Eu estava terminando de arrumar minha mala sob a cama com o coração apertado e as mãos trêmulas mas me forcei à acreditar que era o certo à se fazer.
Arrastei aquela mala pelo corredor que estava mais pesada que o normal, caminhei vacilante pela escada tentando não olhar para a merda da sala de estar. Não podia simplesmente ir, por mais que não ouço a voz de ninguém há três dias, não posso dar as costas para os momentos juntos que parecíamos uma família de verdade.
