O que não me mata, me deixa mais forte

2.8K 201 10
                                    

POV Paola Ricci

Recostei meu corpo na enorme cadeira de minha sala, respirando fundo. Vinte e dois contratos para serem analisados até o fim da semana. Farei o possível para demorar o máximo que eu conseguir.

Está cada vez mais difícil querer voltar para casa, meu ânimo de ver minha família é quase nulo, à não ser por Lia, que sempre me anima quando estamos por lá.

- Licença, Senhora Ricci. - a voz de minha secretária no interfone - Tem uma moça aqui querendo falar com a senhora, Carolina Veers.

Engoli em seco, Carolina em Paris e na minha loja. REALLY?

- Pode deixar ela entrar, Val. - digo apenas.

Não se passam mais de um minuto e a morena mais repugnante que já conheci passou pela porta dupla de minha sala, com um sorriso triunfante e passadas firmes se sentou à minha frente sem minha permissão.

- Ora ora, querida Paola. - sempre odiei esses apelidos importunos e irônicos que Carolina solta, a mulher é uma víbora, só sossegou quando conseguiu fazer com que Caterine se separasse de Luca.

- Seja direta, Veers. - digo cruzando os braços, já conheço todos os seus joguinhos e sinceramente, já estou imunizada desse vírus.

- Quanta hostilidade, querida! - estalou a língua e cruzou as pernas - Aliás, todos vocês, os Ricci - torceu o nariz ao falar - Estão me tratando como estorvo, como uma desconhecida, o que acontece? É aquela gringazinha? - ela estava falando de Lia, mas preferi me fazer de desentendida.

- Desculpe? - fiz a sonsa.

- Estou falando da nova ratinha do seu pai... - revirou os olhos - Pietro não perde tempo, não é? - debochou.

- Diga o que quer, Veers. Não somos amigas, ao somos sócias, não somos nada. Seja direta. - repeti.

- Eu quero aquela vadiazinha americana longe do meu caminho, Paola. - se levantou e bateu as mãos em minha mesa, eu apenas levantei uma de suas sobrancelhas querendo rir do seu descontrole.

- E daí? Ninguém liga para o que você quer. - debochei tentando não rir.

- Ah, mas você com certeza vai ligar... - retirou uma pasta de dentro de sua bolsa e jogou em minha direção sob a mesa - Imagina o escândalo que seria Paola Ricci dando para Ramon Ferrini. - falou baixo - A porra de um traidor! - gritou.

Ela tinha um ponto. Um ponto muito forte. Toda minha família sabia sobre mim e Ramon, até algumas pessoas de fora da máfia, mas estes fingiam que não por meu pai ser o Don, e seria um verdadeiro escândalo. Ramon não era um traidor, mas seus pais eram, e Augusto Ricci, meu avô, foi o responsável por eliminá-los.

- Não há nada que eu possa fazer, Veers. - me levanto e caminho em direção à porta abrindo-a - Agora se você me der licença, eu tenho que trabalhar.

Carolina se levantou e caminhou até mim como se estivesse se preparando para uma guerra, se aproximou de mim e me encarou. Olho no olho.

- Você vai dar um jeito, Ricci. - disse quase rosnando - Pense no que o Conselho fará com você, com seu irmão, com o seu pai, com a porra do seu namorado. - se afastou - Sei que se sairá bem, querida! Foi ótimo te ver! - disse com um sorriso vitorioso e se retirou.

Eu estou completamente fodida. Lia me matará, com toda certeza. Mas Ramon não pode morrer só porque fui imprudente, mas também Luca não merece sofrer somente porque eu não tenho coragem de enfrentar o conselho. Meu Deus, me ajude.

___________

Nota da autora: aguardem fortes emoções para os próximos capítulos! Qual será a postura de Paola perante as ameaças de Carolina? O que Carolina está planejando? Como Lia reagirá?

Votem muito!!!!!!

(Capítulo curtinho pois estou no dentista)

GatilhoOnde histórias criam vida. Descubra agora