Banheira de Sangue

2.5K 298 44
                                    

O sono estava me vencendo.

Sentei no chão ao lado da cama de Max, não conseguia deixar ele sozinho, então quis ficar o mais perto possível. Porém, eu precisava ficar alerta, mas com o tempo passando e a exaustão acabou me vencendo.

Me encostei na cama e adormeci sentada. Não sei por quanto tempo dormi,nem se tudo que vi enquanto dormia era real.

***
Meus cabelos estão sobre meu rosto, apoio minha cabeça no meu braço,o vestido ensanguentado e rasgado estão sobre o chão frio.

Vejo alguém se aproximar,mas não consigo me mover, duas pernas vestidas com uma calça preta e coturnos baixos. Não consigo ver seu rosto, estou no chão e ele em pé,mas logo se ajoelha e entra no meu campo de visão. A máscara de lobo estava parcialmente coberta por sangue, meu instinto é gritar, mas minha voz está presa assim como meu corpo permanece imóvel.

Ele estende lentamente a mão para meu rosto, seus dedos afastam meus cabelos da frente do meu rosto como se quisesse me ver melhor. Reconheço o toque.

Minha cabeça gira e as imagens da minha mente se distorcem para o dia em que apaguei na floresta e não me lembrava do que tinha acontecido.
Eu estava caída no chão, imóvel. Eu podia sentir o toque dele, mas não podia vê-lo.

Capítulo 9: "Um colapso nervoso aconteceu quando um toque gelado se encostou em minhas mãos, dedos brincavam em meu braço, subindo até chegar em meu rosto. Seu toque era rígido , porém havia um cuidado delicado em cada toque. Senti um ar quente coçar meu nariz, meu maior desejo naquele momento era abrir os olhos , mesmo sem ver, senti o peso de seu olhar sobre mim."

Eu não sabia exatamente se lembrava ou se ele tinha botado essa lembrança em mim,mas tudo era muito claro. Não era Max, era ele naquela floresta. Ele tinha agido de uma forma completamente diferente, era como se me conhecesse...gostasse de mim.

De repente a imagem volta para o quarto de Max , vejo Christopher novamente me olhando, sem pestanejar ele se aproxima e põe os braços em volta do meu corpo encolhido e me coloca no seu colo. Imóvel, eu só podia sentir o cheiro de ferro vindo do sangue na sua roupa, a parte descoberta das minhas pernas roçavam na roupa de couro. Tudo parecia lento, ele caminhou devagar pelo corredor me segurando como se eu fosse uma folha de papel. Minha vontade era de gritar, me debater, o meu eu interno estava um caos, enquanto a parte externa transpirava tranquilidade. Era sufocante, parecia estar presa dentro de mim.

Vejo o meu quarto e ele me leva até ele, estava coberto de sangue do Max, as lembranças da sutura improvisada, da dor de Max, isso me desespera, eu nunca mais queria estar naquele quarto. Mas ele me põe ,cuidadosamente, na cama encharcada, sinto a umidade grossa na minha pele estar me consumindo.

Ele afasta novamente alguma mecha de cabelo do meu rosto e sua mão desliza sobre o meu pescoço até a parte exposta da minha coxa,por conta do rasgo no vestido. Sinto meu corpo ter calafrios. Ele então se vira para sair e antes de fechar a porta ele me dá uma última olhada.

Eu engoli em seco, ele iria matar alguém da minha família, eu não podia deixar isso acontecer, eu estava imóvel, uma inútil, era horrível não poder me mexer. Era como se algo estivesse encima de mim, dificultando minha respiração e minha mobilidade.

Eu entro em pânico quando o barulho da fresta da porta se fecha e eu fico sozinha no escuro, sem defender quem eu amo.
***

— Madeleine! Acorda!

A voz de Aaron ecoa nos meus ouvidos como algo longe, bem longe. Mas eu acordo e um zumbido faz eu franzir a testa. A confusão toma conta da minha mente e não entendo o que está acontecendo.

Venha Até Mim (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora