Fim

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Música recomendada para o capítulo ( parágrafos finais) : The Archer, Taylor Swift .

Ele apontou a arma em minha direção.
Eu fiz o mesmo.

Éramos nós dois, um contra o outro.

Na posição em que eu estava, eu preferia morrer a deixar ele viver.
Eu pensei em tudo, um flashback passou rapidamente. Listando as coisas que me fizeram rir, me fizeram chorar.
A minha vida toda foi um ciclo. Num momento eu estava rindo, num outro eu me enterrava e alguém me reerguia. E tudo acontecia novamente, um ciclo vicioso.

Eu puxei o gatilho.

O barulho seco me assustou. Não havia disparado. Eu entro em pânico.

— Garota tonta, se tivesse facilitado as coisas para mim, você saberia engatilhar uma arma. - ele abaixa a sua arma e caminha em minha direção.

— Você seria tão eficiente como eu, saberia usar uma arma, saberia matar...Mas você estragou tudo. Eu tinha tantos planos pra você... desde da primeira vez que te vi. - ele acaricia meu rosto.

Ele queria que eu fosse como ele, que vivesse os demônios dele, que eu dividisse a culpa dele. Não bastava pra ele viver a dor dele, ele tinha que compartilhar comigo. Ele enfiou na cabeça perturbada que nós éramos iguais. Mas a única coisa que fiz foi ter empatia pelo irmão dele. O meu único erro.

— Você é doente.- digo com indiferença a ele.

— Não , não... Você foi o meu motivo de viver. Me diz como um menino poderia viver depois de tudo aquilo? Quando eu percebi que havia esperança...tudo isso foi um objetivo arquitetado a muitos anos atrás. - ele suspira. - Mas eu me enganei quanto a você. Eu pensei que te conhecia...eu vi você crescer, mas você me surpreendeu, Madeleine.

Eu percebo que tudo que vivi, tudo que vi, tudo que fiz. Foi presenciado por outra pessoa, a minha vida tinha um espectador e eu não fazia ideia. Ele podia ser qualquer um, algum vizinho, algum colega de escola, um atendente de supermercado. Era assustador imaginar que eu vivi daquela forma. Esperando esse maldito dia chegar. Ele queria escrever o meu destino, a minha vida.

—Eu achei que podia te controlar, que podia te fazer matar a sua família. Foi por isso que te deixei fugir...porque achei que você mataria eles. Mas quando vi você se derreter de novo por eles... eu tinha que fazer o trabalho sujo. Mas vejo que eu fui muito idiota, eu devia ter te mantido lá mais tempo, eu me apressei, justo quando eu deveria ter calma. Eu esperei tanto tempo pra isso acontecer... te manter longe do seu destino parecia uma eternidade.

— Não é o meu destino! Você criou isso na sua cabeça, eu nunca mataria a minha família!- eu o interrompo com rispidez.

Ele riu.

— Mas você chegou perto não foi? Você ficou tão frágil, eu pude plantar algumas sementinhas aí, ne? Você chegou a pensar em matá-los. Então não se vangloria de algo que não é real. Você mataria eles sim.- ele põe a mão na barriga e geme.

Ele estava ferido, mas parecia não se importar muito. Eu fechei os olhos e apelei para minha última tentativa.

— Por favor, deixa eu ir embora.

Antes que ele pudesse responder, eu escuto Max gemer baixinho. Eu corro até ele, vejo que ele ainda está vivo e eu me desespero.

— Max?! Max, por favor, fica comigo! - eu grito para sei corpo quase sem vida.

Ele estava com um corte enorme que vinha da extremidade de cada lado do peito. Ele sangrava muito. Seu cabelo estava molhado na testa, ele suava frio. Meu coração se partia ao vê-lo daquela forma.

Venha Até Mim (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora