Noite Final part.I

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A água caia sobre meu rosto, era gelada, mas tão revigorante. Eu queria tirar aqueles rastros dele em mim, de toda aquela sujeira, tudo aquilo que ainda me enojava.

Eu ainda me sentia muito confusa em relação a minha família. Eu estava muito feliz de estar ali, mas tinha algo errado. Era como se algo me impedisse.

Na minha cabeça, eu tinha que ser uma isca.
Aquele tempo presa fez Christopher se focar apenas em mim. Ele deixou de atacar a minha família,portanto, eu poderia distrai-lo enquanto eles fugiam.

Eu ainda não tinha conversado com eles sobre tudo, eu precisava de um tempo para tentar organizar meus pensamentos.

Ao sair do banho, vesti um short para deixar meu ferimento respirar e um moletom para me esquentar.

Ao terminar de me arrumar, vejo meu quarto escuro, o sangue de Max havia secado, agora apenas manchas escuras cobriam o assoalho. O cheiro era forte e me recordava coisas terríveis. Sai o mais rápido possível em direção a cozinha.

Antes que eu pudesse fazer qualquer coisa, eu vi Christopher surgir atrás da minha avó, que estava bebendo água na cozinha. Eu grito em vão.

Ela olha pra mim e eu vejo a dúvida nos seus olhos. Eu corro pra tentar impedir que ele a mate, mas ele é muito rápido.

Vejo o copo de água cair no chão antes que minha avó caia com o pescoço cortado. O sangue jorra e eu grito em desespero. A essa altura, ele já tinha desaparecido.
Eu pego ela nos braços, tento estancar o sangramento mas eu sei que é em vão. Era uma artéria que tinha sido cortada, ela precisava de um hospital. Mas não tínhamos.
Eu grito como um desabafo.

--AHHHHH!!!! Não!!! VÓ, POR FAVOR! - eu choro ,desesperadamente, gritando por ela.

Os outros aparecem e minha mãe entra em choque, ela grita assim como eu e cai ao lado do corpo da minha avó.

--Nãoooo, mãe ! Não! - ela grita balançando o corpo já inerte.

As minhas lágrimas começam a ter um gosto amargo. De ódio. Vingança.

-- MALDITO! Eu juro pela minha vida que eu vou te matar! - eu levanto e grito para o nada.

Eu sentia tanta raiva, ver alguém que amava morrer daquela forma por um motivo que eu desconhecia, por alguém tão doente. Aquilo me enfurecia de uma maneira inexplicável.

Um estalo surge na minha cabeça. Por uns segundos o mundo fica em silêncio absoluto. Eu ouço o caminhar de alguém lá fora e duas batidas fortes na porta aparecem.

Todos ficam assustados com o barulho, mas não hesito em ir abri -la.
Eu sinto a mão de Max passar pelo braço tentando me impedir. Eu me solto com força.

-- Não vá! - ele suplica

Mas eu o ignoro e abro a porta sem nem ver.
Uma atitude completamente absurda e sem sentido. Eu apenas seguia comandos mentais.

O que eu vi posso nunca mais tirar da minha mente.

Um pau, cravado em frente a porta, estava a cabeça de Alex decapitada.

Eu levo a mão a boca para cobrir a visão de horror. Aquele nó na garganta ressurgiu, eu tentei gritar, mas a voz não saia.
Aaron passou por mim e fechou a porta rapidamente. Sua expressão era a mesma da minha. Horror.

A cada trauma daquele, os meus sentidos de audição diminuíam, eu nao conseguia ouvir gritos ou choros. Apenas ver o que aquilo estava nos causando.

Uma dor imensurável

Alex não havia aparecido na cozinha, ele devia estar no quarto, sozinho. Enquanto todos se distraiam com a minha avó.

Ele criou a distração que eu estava planejando contra ele, mas diferente de mim, ele matou duas pessoas, a minha familia.

Venha Até Mim (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora