Decepção

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Eu caminhei de volta a cabana. O tempo mudou de repente, fazia um frio de estalar os dentes.

Assustada e ferida, eu andava perdida naquele homem que estava prestes a nos matar, minha ideia era ir embora o mais rápido possível. Desejava que todos estivessem bem quando chegasse na cabana.

Vi o clarão feito pela janela quebrada e minha família arrumando a bagunça. Não pude conter meu sorriso de felicidade, era um alívio que eles estivessem bem. Eu corro o mais rápido que pude, queria logo que todos estivessem no carro prontos para partir.

Quando cheguei e minha mãe notou minha presença ela correu até mim e me deu um abraço agoniado.

    ⁃    Filha! Onde você estava? Eu estava morrendo de preocupação, esse acidente - ela apontou para a janela - acho que vai vim uma tempestade, a vovó já disse que não pode sair à noite ! - ela pôs as mãos no meu rosto procurando respostas.

    ⁃    Mãe, precisamos sair daqui - olhei em volta- nós todos precisamos ir embora, eu...encontrei um homem na floresta, ele disse que vai nos matar ! Ele fez isso - apontei para o estrago na sala de jantar- ele vai vim até nós, precisamos ir logo!

O meu desespero tocou todos na sala, mas de um jeito diferente. Virei para minha mãe e ela estava triste, decepcionado na verdade.

    ⁃    Filha, não tem como um homem fazer isso, as rajadas de ventos estão vindo da tempestade, além disso se você esteve mesmo com esse hom... - ela foi interrompida pela Rose

    ⁃    Então porque não te matou logo? Assassinos mandam recado agora? - ela me olhava com desdém , como se eu estivesse fazendo isso pra estragar a viagem de propósito, não só ela pensava assim, até minha mãe.

Eu comecei a sentir falta de ar, minha cabeça virou. Isso sempre acontece quando eu me sinto pressionada, quando acham que eu estou inventando. Eu me sentei na cadeira em busca de argumentos pra me defender quando meu avô toca meu ombro.

    ⁃    Querida, você quer ir embora? Nós vamos, é melhor prevenir não é? - ele virá para o restante da família que concorda, em parte.

Eu senti um alívio tão grande em ouvir as palavras dele, podia ser que não acreditavam , mas pelo menos estaríamos a salvo.

Todos foram arrumar as malas, alguns resmungando, mas naquele altura eu só precisava estar longe dali.

Alex passou por mim e piscou, como se eu tivesse feito um bom trabalho.

Será que ele sabia disso o tempo todo?

Levantei para falar com ele quando Max pegou meu braço.

    ⁃    Maddy, você viu mesmo isso? - ele me olhava com curiosidade.

    ⁃    Sim, olha- lembrei do meu ferimento e mostrei a ele

    ⁃    Meu deus, isso tá muito feio, vem deixa eu te ajudar- ele me levou até ao banheiro que tinha primeiros socorros.

Podia sentir a preocupação e o cuidado enquanto limpava minha ferida. Uma pena que ele não podia limpar a ferida que estava dentro de mim.

-Ele te machucou ? - me olhou preocupado

Senti uma pontada no coração, ele não vai acreditar em mim. Por que tecnicamente o vento me jogou pra longe.

    ⁃    Não importa, o que importa é que temos que sair daqui o mais rápido possível.

Puxei o braço para poder arrumar minhas coisas, mas Paul apareceu de repente.

    ⁃    Querida, o carro não quer pegar. - meu coração palpitou em 100 km por hora, ele tinha feito aquilo, já estava tudo nos planos dele.

    ⁃    Não! Não pode ser, a gente tem que ir embora daqui agora! Como assim o carro não pega? Ele fez isso, ele quebrou nosso carro- eu estava desesperada, agia feito uma louca de verdade, mas era porque a situação exigia isso.

Paul me olhava incrédulo, como se tivesse procurando a netinha dele.

-Madeleine, o carro não pega porque o clima mudou de repente, acabou congelando algumas peças do carro, mas logo logo vai esquentar novamente. Não se preocupe, agora vá dormir, ore e peça para que nos proteja. Vai ficar tudo bem- ele se aproxima e me abraça , tentando me confortar . Mas nada vai me deixar confortável enquanto ele estiver lá fora.

Venha Até Mim (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora