Morava no centro de Lyratium, cidade dos Arcanjos. O Palácio ficava acima do monte mais alto de Lyra, que por incrível que pareça, se localizava no centro. O redor do castelo era repleto por comércio e casas. Casas? Sim! Onde os anjos de categoria menor habitavam, como os anjos de guarda por exemplo. Me via nesse momento encarando meu reflexo em frente de um espelho, pensando no que faria naquele dia.
Minha vida era bem monótona. Treino, aula, mais treino, mais aula. Tinha uma unica amiga, Asyel, filha de Hanniel. Asyel era ousada e atrevida, puxou isso do pai, Avalon, um Lord da dimensão baixa. Normalmente ninguém, NINGUÉM se aproximava da filha do Grande. A não ser Asyel. Mas tenho minhas dúvidas que só seja porquê Hanniel a fez crescer comigo. Ou porquê a Guarda do Amor Eros, era a possível amante de Papai. Porém, nesse tempo todo, nunca consegui ter a certeza.
Hoje era o dia de vê-la. Combinamos de tentar fugir do Palácio. Não tínhamos um lugar certo para ir. Wasyrium? Valariah? Ou então, Infernnus. Não, não ousaria ir para Infernnus, a sexta camada do inferno. Um vale repleto por seres macabros, seres que já foram alguém antes de serem condenados. Normalmente a pessoa condenada começava na última camada, e com o passar do tempo, eram modificados com a maldade que crescia em seu ser.
Fui tirada do transe quando ouço alguém bater insistentemente em minha porta. Era Ash. Como eu sabia? Simples, a única pessoa que era conhecida por ser mais insistente que eu, era ela. Ao abrir a porta, vejo a garota com seus cabelos negros presos em duas tranças. Seus olhos azuis se encontravam inchados de tanto chorar.
-Rei... -Dizia em sua voz embargada.
Ela entrou e me abraçou tão forte que por um instante, me senti sufocada. Sua altura era um tanto menor, porém alta o suficiente para esconder seu rosto em meu ombro.
-O que aconteceu, Ash? -Retribui o abraço depois de fechar a porta.
-Minha mãe encontrou um escolhido para mim. Estou sendo obrigada a ir vê-lo hoje.
Sua voz saiu abafada, não por estar chorando, mas por não tirar seu rosto de meu ombro.
A afastei.
-Como assim?
Asyel ainda era nova, digo, ela tinha três anos a menos que eu. Era normal ter essa troca de aliança entre os reinos, eu mesmo passei por isso, porém na idade certa. Cada reino tinha uma idade pré-estabelecida, e no Reino dos Arcanjos, a idade era quinze. Asyel não tinha completado os seus quinze anos. Ela estava com quatorze.
-Rei, você sabe que mês que vem completo quinze anos. E a maldita de minha mãe está me obrigando a ir conhecê-lo um mês mais cedo.
Eu ri, o que fez Asyel me empurrar e se virar. Caminhando para a janela, Ash continuava a murmurar sobre o quão maldita era sua mãe.
-Ash, é certo que ela adiantou um mês, mas você sabe que era inevitável. -A abracei por trás apoiando meu queixo em seu ombro.
-E além do mais, qual a patente dele?
-Um potestade. -Esbravejou.
Potestade? Ela estava achando ruim se unir a um Potestade? Qual era o problema daquela garota? Essa hierarquia era "três" vezes maior do que a nossa.
Dentro da "hierarquia celeste", há várias patentes, sendo elas: Querubins, sendo eles os anjos mais próximos do nosso Deus; Serafins são aqueles que estão quase na mesma categoria e patamar dos Querubs; Tronos e Potestade são responsáveis por intermediar o reino dos Arcanjos, eles são basicamente um suporte para toda a hierarquia. Certas missões são dadas unicamente a eles. Finalmente chega a patente dos Arcanjos, nós, que somos basicamente os soldados intancaveis de guerra. Depois de nós vem os Anjos de guarda e os "excluídos".
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Predestinados
RomanceO mundo espiritual, meu mundo, não se trata apenas de anjos, deuses e demônios. Há algo muito mais profundo nisso tudo; se todas as criações foram criadas, quem criou a própria criação? Antes de tudo se originar, existia o Éter e com ele, criou-se a...