Capítulo 17

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Enquanto houver sol, o girassol irá sobreviver

- Novamente, qual é o seu nome?

Sem as nuvens no céu, a estrela será sua altriz

- Sem contar os 4 de ontem, você matou intencionalmente quantas pessoas a mais? Diga.

Me nocauteie, me chute quando eu estiver no chão...

- Abre a merda da boca. É verdade que matou uma família da costa leste? (...) Se você não usa a boca para falar irei arrancar seus dentes.

Isso só vai te decepcionar. Venha o raio e o trovão...

Resmungo de dor e logo rosno para o homem a minha frente quando sinto o músculo da minha coxa esquerda ser rasgada.

- Não se faça de surda ou muda, sei que fala. Repito, qual seu nome? - Ele enfia um dedo na ferida e eu seguro o gemido de dor mordendo o lábio inferior. - Se você não quer falar no mínimo grite.

Você é o único que sofre.

Ele se afasta e volta jogando um pó branco, que provavelmente é sal, na minha coxa exposta. Contraio os músculos da minha boca e garganta abafando ao máximo meu grito de dor.

- Johnson, venha cá.  - Escuto a voz e o cheiro do homem com o cheiro das azaleias e o meu torturador sai com raiva da sala.

Você é o único que sofre.

Não pensar, não agir. Só cantarolar uma música feliz e tudo vai ficar bem.

Me nocauteie, me chute quando eu estiver no chão. Isso só vai te decepcionar. Venha o raio e o trovão, você é o único que sofre.

Me nocauteie, me chute quando eu estiver no chão. Isso só vai te decepcionar. Venha o raio e o trovão, você é o único que sofre.

Me nocauteie, me chute quando eu estiver no chão. Isso só vai te decepcionar. Venha o raio e o trovão, você é o único que sofre.

Repetia essa estrofe para distrair minha mente da dor física. Sabia que no momento que eu parasse para relaxar eu sentiria meus músculos contraídos e dormentes, com possivelmente uma dor latejante.

Não podia parar.

Soque meu rosto
Faça isso porque eu gosto da dor
Toda vez que você amaldiçoa meu nome
Eu sei que você quer a satisfação
Isso não vai acontecer

Me nocauteie
Me chute quando eu estiver no chão
Isso só vai te decepcionar
Venha o raio e o trovão
Você é o único que sofre.

Ouvi passos e o cheiro maravilhoso se intensificou, afirmando que o dono dele estava presente na sala. Me mantive de olhos fechados me concentrando em repetir e repetir meu mantra.

- Abra os olhos, não irei te machucar. - A voz era suave mas ao mesmo tempo grave.

Repetia.

Sinto um pano ser enrolado em minha coxa e um pano úmido ser passado nos meus braços, o toque fez minha pele arder.

Repeti.

- Diga o seu nome, poderei te tirar daqui. - O pano úmido é passado no meu rosto e eu sem querer inspiro com mais profundidade aquele cheiro.

- Azaleias... - Sussurro baixo abrindo os olhos me deparando com o dono do cheiro agachado na minha frente.

Seus cabelos eram de um castanho escuro e seus olhos de um castanho claro amendoado, tinha uma pele bronzeada e uma barba baixa. Ele era bastante bonito.

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