Capítulo 36: Especial; A herança de um bastardo (2)

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 - Olha, parece que alguém não andou dormindo

- Existe campainha e educação, Zélia.

- Você já entrou nesse corpo várias vezes então irei entrar diversas vezes em sua casa. Encontrou outro alvo seu? - Ela pergunta observando várias anotações e um mapa rabiscado no centro da mesa onde estava

- Por que irei responder se você não se importa? O que quer? Digo logo, estou ocupado. - Digo ríspido sem olhar para sua cara.

- Não seja estressado. Estou com tédio, esperava você ter algum brinquedinho para compartilhar comigo, sei fazer uma bagunça legal, você sabe. - Ela se joga de cabeça para baixo no sofá

- Você não está metida nisso tudo, não é para se envolver. - Digo estudando a rotina e percurso do meu novo alvo.

Era um lobisomem ômega, aparentemente. Tinha pegado o conhecimento de sua existência com o último cara que torturei para tirar informações, era um vampiro narcisista querendo dinheiro. Poderia ser amigo de Zélia.

- Qual é, estou para baixo desde que o sapato que queria foi adiado a estreia. Posso ser útil, você quer saber o paradeiro dos seus caras tirando a informação dos seus comparsas e eu posso simplesmente entrar na cabeça deles.

- Se você tiver conhecimento sobre eles também entrará na minha lista. Fora que você não me engana, irá querer algo em troca.

- Primeiro, minha vida já foi dada e selada há muito tempo, a contagem para eu virar pó começou e não será você que tirará minha vida. Como falei, minha morte já tem destino próprio. Mas é claro que entrarei nas cabeças deles para tirar conhecimentos valiosos, tipo conta e senhas bancárias, imóveis, bens. Essas coisas. Ninguém deve trabalhar de graça. Então, como vai ser? - Retorna depois de se sentar direito.

- Você levanta, gira e mete o pé daqui, passando por aquela porta ali - Digo e aponto para a saída sem a encarar.

Foi aterrorizante quando senti pequenas linhas envolverem minha pele me passando um terrível arrepio, o engraçado era que parecia que as linhas passavam por debaixo de minha pele, como se me penetrasse. Além disso sentia as mãos geladas de Zélia segurarem minha cabeça.

Parecia que eu tomava pequenas descargas elétricas por dentro de meu corpo.

- Meu deus, quanta coisa interessante. O que tem a mais fundo?

- Eu, vou, te, matar.

- Não acredito que você me comparou a um vampiro irritante como esse, no mínimo eu tenho classe, etiqueta e amor próprio para não passar esse papelão. (...) Kanibalis? Aranis? Essa é nova. Ui, garota bonita. - Ela joga minha cabeça para frente e se senta no sofá novamente.

- Sua vadia. - Resmungo tentando me concentrar em parar de sentir dor.

- Você já deveria saber, sempre consigo o que eu quero. Sou gananciosa, fazer o quê. Se eu falei que queria ir eu vou, ponto. É uma gracinha o que você está fazendo para o mundo, ao mesmo tempo que é psicótico e suicida. Um lobo versus uma organização clandestina enorme mesclado de vampiros, lobisomens e... Aranis? Despertou minha curiosidade, gosto de saber tudo de todas as espécies. Informação é poder também

Eu me levanto rápido e seguro seu pescoço.

- Meu trabalho é matar todos que tenham conhecimento e envolvimento com essa gente, não dificulte meu trabalho e - Bato sua cabeça com força no sofá - nunca mais entre na minha cabeça.

A Loba SelvagemOnde histórias criam vida. Descubra agora