Capítulo 21

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Eu estava debaixo do chuveiro deixando a água levar qualquer pensamento ou sentimento ruim, cantarolando uma música qualquer.

- Você tem um temperamento forte, Alison - Sabrina diz em outra cabine - E músculos fortes nos braços

- Desculpe se fui dura com você no combate - Deslizo minhas mãos sobre minha cabeça.

-Não vou chorar, prometo - Escuto sua risada - Prefiro usar facas ou até espadas para lutar, não gosto do corporal. Derrubar o outro, rolar no chão, trocar resíduos corporais, suor e sangue, e marcar minhas mãos. Essas mãos fazem grandes trabalhos, não podem ficar cheias de calos.

Coloco minhas mãos em frente ao meu corpo e as analiso, eu não tinha mãos delicadas. Não era uma pessoa delicada.

- Você ficou a maior parte do combate desviando e só revidou algumas vezes, nem se quer atacou. Você já recebeu treinamento antes, né? Por que me deixou como idiota tentando te acertar?

- Luto há muito tempo já, esses exercícios que ele passou fiz centenas de vezes há anos atrás. E porque você não me deu motivo para querer ou precisar te ferir, não iria menosprezar o esforço de alguém em seu primeiro dia realizando tal coisa. Sou experiente, você iniciante, não há razão para querer dificultar. - Me ensaboo notando seu silêncio.

- Tem quantos anos? - Pergunta depois de um tempo

- 18. E você?

- 16 e 1 mês. Começou a treinar com quantos anos?

- Isso é um interrogatório? - Digo impassível me enxaguando e escuto sua risada nasal.

- Quero te conhecer melhor e não gosto de ficar muito tempo no silêncio, quando eu vou tomar banho ou fazer qualquer coisa sozinha eu coloco alguma música para tocar.

- Coloque então.

- Meu celular não está aqui, você está. Irá responder a pergunta?

- Qual?

- Com quantos anos começou a treinar?

Olho para cima pensativa, desligo o chuveiro e me enrolo em minha toalha antes de abrir o box.

- Não sei, desde criança. - Digo mais baixo que o normal.

Escuto o chuveiro dela desligar e logo ela sai enrolada em uma toalha com os cabelos escorrendo. Ela dá um sorriso simpático e vai até um armário.

- Não sei se vai caber. Experimente. - Ela estende uma muda de roupa. - Optei por ser um vestido para não errar muito o tamanho e já que não tenho nenhuma calcinha para te dar use esse short. Posso te levar para comprar roupa amanhã para se sentir mais a vontade.

Desfaço o nó da toalha e coloco a roupa, era um vestido quadriculado azul e um short qualquer preto com branco.

- É bem descontraída para ficar nua na frente de outra pessoa - Ela diz atrás do armário se vestindo.

- A nudez faz parte da vida de um lobisomem, me acostumei cedo a não me esquentar com a falta de roupa. - Começo a secar meu cabelo.

- Há respeito tanto quanto malícia, procure sempre estar perto de uma muda de roupa quando se destransformar. Não é nenhuma surpresa encontrar alguém nu, somos educados a não encarar e tratar com naturalidade e com generosidade alguém assim, mas a curiosidade e maldade são existentes. - Ela diz e dou de ombros penteando meu cabelo.

- Onde irei ficar? - Pergunto

- Na minha casa.

- Quem mais mora lá?

A Loba SelvagemOnde histórias criam vida. Descubra agora